Ministra afirmou, na terça, que oposição ameaça acabar com o PAC.
Sérgio Guerra também criticou postura de Dilma com relação ao apagão.
O PSDB divulgou nota nesta quarta-feira (20) acusando a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata do PT à Presidência da República, de mentir.
"Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão", diz o texto, assinado pelo presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE).
A assessoria da Casa Civil informou que não irá se pronunciar sobre a nota.
Em outro trecho, o PSDB diz que a ministra "omite". "Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel", diz a nota, que ainda critica a postura da ministra diante do apagão ocorrido no ano passado e da polêmica sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos. (Leia abaixo, nesta reportagem, a íntegra da nota.)
Na terça (19), durante cerimônia de inauguração de obras em Minas Gerais, a ministra afirmou que a oposição ameaça acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ministra fez uma referência indireta a uma entrevista dada pelo presidente do PSDB à revista "Veja" na semana passada.
"Apenas os projetos eleitoreiros, os que têm padrinhos políticos, estão andando. As estradas estão esburacadas, os aeroportos estão na iminência de outro apagão, a infraestrutura de transportes, como os portos, foi entregue a políticos e a grupos de pressão. Isso é o PAC na realidade – e nós vamos acabar com ele", afirmou Guerra à revista.
Também nesta quarta, o PSDB divulgou outra nota, afirmando que o PT é "doutor em terrorismo eleitoral". O texto diz que o PAC não passa de "pedras fundamentais para servir de palanque eleitoral". O G1 procurou o PT e aguarda resposta.
Essa é a segunda nota emitida nesta semana pelo PSDB sobre Dilma. Na terça, a vice-presidente do partido, senadora Marisa Serrano (MS), afirmou em nota que Dilma é reconhecida pela “falta de experiência política” e que o PAC “não é um programa de obras e sim um slogan publicitário”. No mesmo dia, a defesa de Dilma veio em nota assinada pelo presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini. Ele afirmou que o PSDB está "descontrolado" e que perdeu chance de "ficar calado".
Veja a íntegra da nota do PSDB divulgada nesta quarta:
"Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.
Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas. Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal.
Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.
Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.
Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra.
Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas – a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC – 7.715 projetos – ainda não saíram do papel.
Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades.
A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.
Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado.
Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.
Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.
Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos.
Senador Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 20 janeiro de 2010"
Sulamérica Trânsito
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