O setor de transplante renal foi planejado com o intuito de se tornar, dentro do Hospital do Rim e Hipertensão, uma referência para todo o país. Para tanto, ele dispõe de unidades de hemodiálise e diálise peritoneal, além de quatro modernas salas cirúrgicas especialmente destinadas para a realização dos transplantes. Hoje, o grupo médico do Hospital do Rim e Hipertensão já é o que mais realiza transplantes renais no país. Tanto de doador vivo quanto de cadáver. Graças a um eficiente sistema de captação de orgãos, combinado a um centro altamente equipado, e uma equipe médica e de enfermagem do mais alto nível, já há a possibilidade de se realizar uma operação por dia. Para que o Hospital do Rim e Hipertensão venha a consolidar a posição de maior centro de transplantes renais do Brasil, a direção do hospital se propõe a: Executar 400 transplantes renais por ano; Disponibilizar-se para efetuar transplantes renais em pacientes de alto risco, além de efetuar estudo dos potenciais doadores de órgãos na cidade de São Paulo e fatores envolvidos na concretização do transplante. Métodos de diagnóstico precoce de rejeição. Transplante renal pediátrico e suas implicações, efeitos adversos da imunossupressão e estudo farmacocinético de drogas imonossupressoras. |
Endereço Rua Borges Lagoa, 960- Vl. Clementino CEP:04038-002 São Paulo/SP Tel: (11) 5087-8000 |
TRANSPLANTE RENAL O que é o transplante renal?
Quais os riscos que corre um doador vivo? Dr. M.C. Riella O sonho humano de substituir órgãos danificados por outros sadios vem conhecendo diversas etapas de buscas, achados, insucessos, recomeços, mas nunca de desistências. O transplante renal é, atualmente a melhor forma de tratamento para o paciente com insuficiência renal crônica, tanto do ponto de vista médico, quanto social ou econômico. Ele está indicado quando houver insuficiência renal crônica em fase terminal, estando o doente em diálise ou mesmo em fase pré-dialítica. Existem, contudo exceções, doentes podem ser transplantados quando a creatinina sérica estiver ao redor de 7 mg%, o que corresponderia a uma depuração de creatinina ao redor de 10 ml/min. Nestes casos o transplante é realizado de forma mais precoce com o objetivo de se minimizarem os inconvenientes da insuficiência renal crônica, como no caso das crianças para se evitar o prejuízo do crescimento, alterações ósseas e dificuldades dialíticas ou nos diabéticos para reduzir a incidência das complicações vasculares, cardíacas, oculares e neurológicas. Fica claro, que o fato de um indivíduo ter retirado um de seus rins por qualquer tipo de doença não significa necessidade de diálise ou de um transplante renal. É sabido que um rim ou mesmo parte dele é suficiente para a manutenção da função renal. Poucos são, na atualidade, as contra-indicações para o transplante renal. A idade do paciente não constitui mais uma limitação, como ocorria no passado, pois pode-se transplantar com sucesso crianças com 2 a 3 anos de idade e casos selecionados de pacientes com idade superior a 70 anos. Aqueles doentes com alteração renal de forma aguda e transitória devem ser tratados e acompanhados, uma vez que a insuficiência renal pode ser transitória e reversível. A doação de um órgão é um ato espontâneo de amor ao próximo e deve ser totalmente desprovida de qualquer forma de interesse. Como já mencionado anteriormente, todo indivíduo sadio, tem condições de viver com um único rim sem prejuízo da qualidade de vida, nem necessidade de qualquer tipo de privação. O doador pode ser vivo parente (irmãos, filhos ou pais), vivo não parente ou cadáver. A vantagem do doador parente, ou relacionado, é a melhor sobrevida do paciente e enxerto, uma vez que existe uma semelhança imunológica ou compatibilidade entre o doador e receptor. Existe ainda o grupo de doador vivo não parente, os cônjuges ou amigos, apresentam resultados melhores que os obtidos com doador cadáver e comparáveis com os relacionados. O doador vivo deve ser adulto, idade superior a 21 anos, e preferencialmente com mais de 30 anos. Os possíveis doadores com mais de 70 anos, desde que em excelentes condições de saúde podem ser aceitos. O doador, antes de ser aceito, é submetido a um grande número de exames e a um interrogatório detalhado com a finalidade de se comprovar uma perfeita condição física e emocional para que possa ser aceito. O doador cadáver, é o doador ideal uma vez que os rins são retirados sem que ocorra nenhum risco e prejuízo a população. O doador cadáver é aquele indivíduo com morte encefálica, ou seja, sem qualquer evidência de atividade cerebral e que se encontre com o coração batendo. Desta forma os órgãos estão sendo perfundidos, e mantidos em condições de serem transplantados. O diagnóstico de morte encefálica é estabelecido após exames clínicos, realizado por neurologista, e comprovação laboratorial. Pela legislação brasileira, assim como na maioria dos países do mundo, a vida é definida pela presença de atividade encefálica. Na atualidade, quando uma família opta pela doação de órgãos de um ente querido, existe a possibilidade de beneficiar um número expressivo de indivíduos que se encontram privados de uma vida normal. Vários são os órgãos que podem ser doados: coração, fígado, rins, pâncreas e pulmões, assim como, ossos, pele e as córneas. Em breve em nosso meio se iniciarão programas de transplante de intestino. A captação de órgãos e a escolha dos receptores para os diferentes órgãos são dirigidas e orientadas por uma Central de distribuição, administrada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Os candidatos se inscrevem nas várias listas existentes, que são de conhecimento público, e aguardam pela sorte de receber um órgão e ter condições de retomar suas atividades e participar novamente da sociedade. Para a realização do transplante renal os rins do doente não precisam ser retirados, exceto em casos especiais. O enxerto renal é colocado no abdômen inferior na altura de uma das cristas ilíacas. Em geral o paciente permanece hospitalizado entre 7 e 14 dias, ficando com uma sonda na bexiga nos primeiros 5 dias. Todo indivíduo submetido a um transplante de um órgão sólido necessita receber de forma continuada drogas imunossupressoras. Esta medicação tem o objetivo de modular a resposta imunológica do receptor contra as proteínas que compõem o órgão transplantado. O organismo cria mecanismos de reconhecimento e destruição das estruturas, proteínas, estranhas que entram em nosso organismo. Desta forma somos protegidos das infecções causadas por bactérias e vírus, por exemplo. “O sistema imunológico identifica as proteínas estranhas que o estão ‘invadindo” e produz uma resposta quer seja humoral, pela produção de anticorpos, quer seja pela produção de linfócitos ou outras estruturas celulares que vão destruir o invasor. Os imunossupressores agem modulando a capacidade de identificar estas proteínas estranhas assim como, na produção da resposta humoral ou celular, permitindo que não haja rejeição do órgão transplantado. O indivíduo transplantado tem uma qualidade de vida muito próxima da normal. Não necessita de nenhuma forma de isolamento ou de qualquer cuidado especial. Por outro lado, necessita de um segmento continuada pelo seu médico com visitas semanais no período inicial do segmento e espaçamento progressivo até realizá-los semestralmente. Entretanto, pelo uso obrigatório de drogas imunossupressoras o transplantado é mais susceptível a infecções bacterianas e virais, sobretudo no período inicial, pela necessidade de maior dosagem dos imunossupressores. ©2006- Hospital Sírio-Libanês - São Paulo - SP Nova técnica pode beneficiar transplantados Arquivo Cientistas da Universidade de Schleswig-Holstein, na Alemanha, desenvolveram um novo procedimento que pode diminuir a necessidade dos fortes medicamentos contra rejeição em casos de transplante de órgãos. O novo procedimento envolve a mistura de glóbulos brancos do sangue do paciente com glóbulos brancos do doador. Atualmente os pacientes que passam por transplante precisam tomar um coquetel de medicamentos para o resto de suas vidas, para diminuir a reação de seu sistema imunológico e evitar que o novo órgão seja rejeitado. Mas um dos pacientes que participaram do estudo ficou oito meses sem tomar os imunossupressores e outros pacientes passaram a tomar doses mais baixas. Segundo James Hutchinson, chefe da pesquisa, a nova técnica ainda está num estágio preliminar, mas os resultados nos 17 pacientes testados foram promissores. "(A nova técnica) pode, eventualmente oferecer a pacientes que passaram por um transplante uma qualidade de vida muito maior, livre de complicados regimes de medicamentos", afirmou. O novo procedimento prevê que os pacientes que passaram pelo transplante recebam uma mistura de células especializadas, conhecidas como células indutoras de aceitação de transplantes (TAICs, na sigla em inglês). Os cientistas criam as TAICs isolando um tipo de glóbulo branca do sangue do doador e modificando estas células, quimicamente, no laboratório. Uma vez modificadas, as células ganham a habilidade de matar células do sistema imunológico que desencadeiam o processo de rejeição. Estas células modificadas também aumentam a ação de outro tipo de célula imunológica, que tem um papel benéfico contra a rejeição. As células então vão para uma cultura, junto com células do paciente que vai receber o órgão. A técnica foi testada em pacientes de transplante de rim. Alguns deles tinham recebido a mistura de células antes da cirurgia e outros, depois do transplante, como uma terapia adicional. No primeiro estágio dos testes clínicos, 12 pacientes receberam rins de doadores que já tinham morrido e receberam também as TAICs junto com remédios tradicionais contra a rejeição. Em dez pacientes o coquetel de remédios convencionais foi retirado do tratamento gradualmente. Seis pacientes, eventualmente, receberam apenas uma dose baixa de um único remédio, diminuindo de forma substancial o risco de efeitos colaterais. No segundo estágio dos testes, cinco pacientes que receberam rins de doadores vivos receberam a mistura das TAICs antes da cirurgia de transplante. Um destes pacientes conseguiu ficar oito meses sem tomar nenhum dos imunossupressores e outros três tiveram o tratamento diminuído até chegar, com sucesso, a uma terapia baseada em uma única dose, mais baixa. "Nossa pesquisa mostra claramente que fornecer as TAICs a pacientes antes do transplante de rins, ou depois do procedimento, é uma opção clínica prática e segura", afirmou James Hutchinson. Keith Rigg, especialista em transplantes e vice-presidente da Sociedade Britânica de Transplantes, afirma que "como os autores (da pesquisa) falaram, ainda é um trabalho preliminar, e é necessário mais desenvolvimento e apuro do processo, mas este procedimento parece ter potencial". A pesquisa foi divulgada na publicação científica Transplant International. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário