Publicada em 27/10/2008 às 15h48m
Leonardo Guandeline, O Globo, Plínio Delphino, Diário de S. PauloSÃO PAULO - Policiais civis em greve há cerca de 40 dias fazem um protesto neste momento em frente à Catedral da Sé, no marco zero de São Paulo. A categoria, que está campanha salarial, faz um buzinaço e apitaço em frente à igreja. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), há 3 mil manifestantes. As lideranças dos grevistas afirmam que o ato reúne 5 mil pessoas. Participam do protesto investigadores, delegados, escrivães de São Paulo e cidades como Jacareí, Bauru e Limeira, entre outras.
Até agora, a Polícia Militar não acompanha a manifestação. Três motos da Rocam, da PM, pararam em frente à Catedral, mas os policiais ficaram apenas alguns instantes observando o protesto e foram embora.
O presidente do Sindicato dos Delegados, José Leal afirmou que a orientação foi de que os policiais civis não viessem para o manifesto armados.
O objetivo é evitar possíveis confrontos, com a Polícia Militar- no penúltimo ato grevista, houve o maior confronto da história das duas polícias, no Morumbi, para impedir a chegada dos grevistas aos portões do Palácio dos Bandeirantes.
Cerca de 15 mil boletins de ocorrência eletrônicos continuam paradosA Secretaria de Segurança Pública confirmou que há um esquema especial de segurança traçado para acompanhar o ato na Sé. Porém, não revelou se o monitoramento da greve será feito pela PM.
Deputados da oposição ao governador José Serra na Assembléia Legislativa também participam da manifestação.
- É um equívoco quando o governador diz que é um ato político. As eleições já passaram e muitos dos policiais presentes aqui são de cidades onde não houve segundo turno. Nossa luta é por dignidade, respeito e não partidária - disse o presidente do Sindicato dos Investigadores de São Paulo, João Rebouças Neto, que a manifestação desta segunda-feira é pacífica e não tem cunho político.
Os manifestantes carregam faixas em protesto contra o governador José Serra, que segundo a categoria, não concede aumento aos policiais há 14 anos. A categoria entrega à população um manifesto de esclarecimento e contra o governo estadual. De acordo com o texto, a polícia de São Paulo é a que recebe os menores salários do Brasil. O texto ainda compara os vencimentos de defensores públicos com os de delegados de polícia.
- Você sabia que o defensor público, o advogado que o governo José Serra paga para defender gratuitamente os criminosos, ganha (salário inicial) R$ 13.600,00, mais gratificações e vantagens. E que o delegado de polícia que defende a população contra os criminosos, ganha menos que um terço disso? - pergunta o manifesto.
A princípio, a manifestação deve ficar restrita à Praça da Sé. A feira do rolo continua mesmo com a manifestação.
Emendas ao projeto enviado à Assembléia
Na última quinta-feira, cerca de 300 policiais em greve estiveram na Assembléia Legislativa para protestar contra os projetos-de-lei enviados pelo governo à casa. O Sindicato e a Associação dos Delegados já enviaram três emendas aos projetos e, até quinta-feira, pretendem mandar outras quatro aos deputados. Os grevistas contam com apoio da bancada petista, além do deputado Major Olímpio Gomes (PV). O oficial parlamentar foi a Brasília para pedir intervenção federal em São Paulo.
- O governo paulista perdeu o controle sobre as polícias. PMs e policiais civis estão de ânimos alterados e as rixas são constantes - contou.
Os policiais querem aumento imediato de 15% nos salários, mais 12% em 2009 e outros 12% em 2010. Pediram aposentadoria especial aos 53 anos (homem) e 48 (mulher) ou 30 anos trabalhados. Querem também incorporação de gratificação ao salário dos inativos.
Os policiais pleiteiam a extinção da 5 e 4 classes e fixação de um intervalo de 20% entre as que permanecerem, para recuperar a mencionada defasagem salarial e estruturar um plano de carreira. O delegado André Dahmer, da Associação dos Delegados, disse que se o governo acabasse com a 4 classe, daria para conversar sobre a paralisação da greve Sphere: Related Content
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