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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

EUA anunciam desarticulação de plano para matar Obama


Neonazistas planejavam complô contra candidato democrata e outros 102 afro-americanos, diz governo

AP e Reuters


Obama acompanhado de agente do serviço secreto; governo denuncia plano para matá-lo

Reuters

Obama acompanhado de agente do serviço secreto; governo denuncia plano para matá-lo

WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos informou nesta segunda-feira, 27, que desarticulou uma conspiração de neonazistas, que planejavam os assassinatos do candidato democrata à Presidência americana, Barack Obama, e de mais 102 afro-americanos no Mississippi. O complô foi desmantelado por agentes do Escritório para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês).

Em gravações liberadas nesta segunda-feira por um corte distrital em Jackson, no Tennessee, os agentes federais dizem que desmantelaram planos para o roubo de uma loja de armas, ao qual se seguiria uma matança em uma escola secundária cuja maioria dos alunos são afro-americanos.

Os agentes afirmam que os neonazistas, dois homens já detidos sem direito a fiança, não identificaram qual escola seria o alvo. Em seguida, eles sairiam do local de automóvel para fazer chacinas em vários Estados. O crime seria finalizado com o assassinato de Obama.

Jim Cavanaugh, agente especial do ATF em Nashville, disse que os dois homens planejavam matar a tiros 88 afro-americanos e depois decapitar outros 14. Os números 88 e 14 são simbólicos na comunidade que defende a "supremacia branca" nos Estados Unidos.


Os dois homens planejavam fazer a matança na escola e em seguida partirem em uma missão que seria coroada pelo assassinato de Obama, declarou Cavanaugh. "Eles disseram que esse seria o último e final ato deles - que eles tentariam matar o senador Obama", afirmou Cavanaugh. "Eles não acreditavam que seriam capazes de fazer isso, mas disseram que morreriam tentando."

Uma porta-voz de Obama, que viaja com o candidato nesta segunda-feira pela Pensilvânia, não quis comentar a conspiração. Os dois homens, Daniel Cowart, de 20 anos, e Paul Schlesselman, de 18 anos, estão presos sem direito a fiança. Os agentes apreenderam um rifle, três pistolas automáticas e uma escopeta com os suspeitos. Segundo as autoridades, eles planejavam um assalto a uma loja de armas antes dos ataques.

O advogado Joe Byrd, que foi contratado para representar Cowart, não retornou aos pedidos de entrevista. Cavanaugh disse que as investigações continuam e mais pessoas podem ser acusadas. As gravações da corte indicam que Cowart e Schlesselman também compraram máscaras de ski e cordas de nylon que seriam usadas na matança.

Sobre a conspiração contra Obama, os documentos indicam que Cowart e Schlesselman "planejavam dirigir o carro o mais rápido que pudessem e atirar em Obama a partir do veículo". Cavanaugh disse que as autoridades levaram a sério as ameaças. "Eles pareciam determinados a executar os planos", afirmou. "Mesmo que eles apenas tentassem executar o plano, isso já deixaria um rastro de lágrimas no sul dos Estados Unidos."

Obama, que pode se tornar o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, está à frente do republicano John McCain nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial, marcada para 4 de novembro.

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