WASHINGTON (Reuters) -
Bolinhas de vidro verde e laranja trazidas da Lua há quase 40 anos provam que sempre existiu água por lá, disseram cientistas nesta quarta-feira, após usarem um novo método para analisar amostras da areia lunar, datadas de 3 bilhões de anos atrás.
O estudo, publicado na revista Nature, pode corroborar a tese de que ainda há água nas crateras lunares, e que a água seria nativa do satélite, e não levada por cometas. A maioria dos cientistas acredita que a Lua é resultado da colisão de um corpo celeste do tamanho de Marte contra a Terra, cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.
Teoricamente, o calor do impacto teria vaporizado elementos leves, como oxigênio e hidrogênio, impedindo a formação de água -- o que explicaria a aridez lunar.
O método usado na nova análise, chamado Sims (espectometria secundária da massa de íons, na sigla em inglês), foi originalmente empregado na busca de água no interior terrestre. Até que Alberto Saal, da Universidade Brown, deu a idéia de submeter o vidro lunar ao exame.
"Levou três anos para convencermos a Nasa a nos financiar", contou ele numa entrevista por telefone.
Além do dinheiro, a agência espacial tinha receio em abrir mão de qualquer parte das preciosas amostras trazidas à Terra na década de 1970 por astronautas das missões Apollo.
Saal e seus colegas afinal conseguiram 40 bolinhas, que tiveram de ser destruídas para serem analisadas. Suas descobertas reviraram a noção habitual de que a Lua é árida.
"Durante 40 anos se tentou (achar água na Lua), sem resultados. O bom senso dizia que não havia nada", afirmou o pesquisador.
A equipe dele não encontrou água diretamente, mas mediu as quantidades de hidrogênio, que eram compatíveis com os níveis achados em amostras no manto terrestre. O estudo mostra que o hidrogênio dessas amostras foi vaporizado por atividade vulcânica, de modo similar aos jatos de lava vistos em vulcões da Terra atualmente.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Nova análise revela sinais de água na Lua
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