Os deslizamentos na região serrana deixaram mais de 900 mortos
Foto: Everton Gomes/Diário de Teresópolis/Futura Press
"Estamos vivendo como porcos. Não tem comida, não tem limpeza, não tem espaço, não tem nada", afirmou um dos abrigados que não quis se identificar. O homem, que antes estava no abrigo Renascer, no bairro Meudon, disse que a situação no ginásio é a mais precária possível e que o principal problema é o alojamento, onde estão 15 homens em beliches.
"Não tem ventilação nenhuma, não tem limpeza. Fica um monte de caixas entulhadas, muita roupa espalhada entre os beliches, uma confusão", disse o abrigado. "Tem gente que fuma, que bebe, que chega alterado e faz xixi no chão. A gente vive no meio disso", afirmou.
Outro desabrigado, que também não quis revelar o nome, reclamou da falta de infraestrutura e de privacidade do novo abrigo. Ele, que perdeu a casa e 14 pessoas da família, afirma que preferia ser transferido para uma das barracas cedidas pela organização não governamental (ONG) inglesa ShelterBox, que foram instaladas no Bairro Alto. "A gente teria muito mais privacidade e eu poderia ficar com minha namorada também desabrigada", disse.
Cedido por um empresário, o abrigo Renascer, que funciona em um galpão, precisará ser desocupado até o fim da semana. Por isso, todos os desabrigados solteiros foram levados para o ginásio. Segundo a prefeitura, o local "dispõe de melhor estrutura e privacidade", e, em 20 dias, será decidido o destino final das 13 pessoas.
Famílias desabrigadas conseguiram vagas nas barracas, apontadas pelos moradores de abrigos como a melhor solução. "Vou ter o meu primeiro momento de tranquilidade e privacidade", afirmou Cristiane Almeida, que vai para as tendas com os três filhos. Após três meses da tragédia, recebendo os R$ 500 de aluguel social, ela ainda não conseguiu uma casa.
Embora não tenha oferecido as tendas aos solteiros, a prefeitura não descartou pedir mais barracas para a ONG. Também informou que negocia com o governo estadual a inclusão de mais 200 famílias no aluguel social. Atualmente, 2,3 mil são beneficiadas no município.
As medidas, no entanto, são lentas e deixam em situação vulnerável as pessoas que perderam suas casas, segundo o presidente da Associação de Vítimas de 12 de Janeiro, João Alves Caldeira. Ele cobra a inclusão de mais famílias no cadastro do aluguel social e é a favor da transferência dos desabrigados para o ginásio municipal, apesar do local não oferecer as "condições ideais".
"Até quando essas pessoas vão ficar em igrejas, em galpões alugados pelos empresários, apertados e em casas de parentes?", perguntou. "Essa é uma forma de cobrar respostas e ações da prefeitura. O que não pode é as pessoas ficarem sem atendimento", afirmou Caldeira.
Tragédia na região serrana
As fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes, deslizamentos de terra e mataram oficialmente 905 pessoas. Mais de 300 foram consideradas desaparecidas. As cidades mais atingidas pelos temporais foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), chuvas com tal intensidade - algumas estações registraram quase 300 mm de precipitação em 24 horas - têm probabilidade de acontecer apenas a cada 350 anos.
DA AGÊNCIA BRASIL
A cidade de Teresópolis, na região serrana do Rio, ainda não conseguiu resolver os problemas das famílias que ficaram desabrigadas com as chuvas de janeiro. A situação piorou com a transferência deles para o ginásio Pedro Jahara, na última quinta-feira (21). Eles estavam vivendo em escolas, igrejas e galpões. O problema é que o ginásio, segundo alguns desabrigados, não tem infraestrutura necessária para atender as pessoas.
Um dos desabrigados, que não quis se identificar, estava no abrigo Renascer, no bairro Meudon, e disse que a situação no ginásio é a mais precária possível. "Estamos vivendo como porcos. Não tem comida, não tem limpeza, não tem espaço, não tem nada", afirmou. O principal problema, segundo ele, é o alojamento, onde estão 15 homens em beliches.
"Não tem ventilação nenhuma, não tem limpeza. Fica um monte de caixas entulhadas, muita roupa espalhada entre os beliches, uma confusão", disse. "Tem gente que fuma, que bebe, que chega alterado e faz xixi no chão. A gente vive no meio disso."
Outra pessoa que vive no local, e que também não quis revelar o nome, reclamou da falta de infraestrutura e de privacidade do novo abrigo. Ele disse que perdeu a casa e 14 pessoas da família. "Preferia ser transferido para uma das barracas cedidas pela ONG Shelter Box, que foram instaladas no Bairro Alto. A gente teria muito mais privacidade e eu poderia ficar com minha namorada [também desabrigada]", disse.
Cedido por um empresário, o abrigo Renascer, que funciona em um galpão, precisará ser desocupado até o fim da semana. Por isso, todos os desabrigados solteiros foram levados para o ginásio. Segundo a prefeitura, o local "dispõe de melhor estrutura e privacidade", e que, em 20 dias, será decidido o destino final das 13 pessoas transferidas para o local.
As pessoas casadas ou com filhos, conseguiram vagas nas barracas, apontadas pelos moradores de abrigos com a melhor solução. "Vou ter o meu primeiro momento de tranquilidade e privacidade", afirmou Cristiane Almeida, que vai para as tendas com os três filhos. Há três meses da tragédia, mesmo recebendo os R$ 500 de aluguel social, ela ainda não conseguiu uma casa.
Embora não tenha oferecido as tendas aos solteiros, a prefeitura não descartou pedir mais barracas para a ONG britânica. Também informou que negocia com o governo estadual a inclusão de mais 200 famílias no aluguel social. Atualmente, 2.300 são beneficiadas no município.
As medidas, no entanto, são lentas e deixam em situação vulnerável as pessoas que perderam suas casas, segundo o presidente da Associação de Vítimas de 12 de Janeiro, João Alves Caldeira. Ele cobra a inclusão de mais famílias no cadastro do aluguel social e é a favor da transferência dos desabrigados para o ginásio municipal, apesar do local não oferecer as "condições ideais".
"Até quando essas pessoas vão vai ficar em igrejas, em galpões alugados pelos empresários, apertados e em casas de parentes?", questiona. "Esse é uma forma de cobrar respostas e ações da prefeitura. O que não pode é as pessoas ficarem sem atendimento", afirmou Caldeira.
Assim como a associação, moradores de Teresópolis estão insatisfeitos com a gestão municipal depois da tragédia.
Nesta segunda-feira, representantes da sociedade, sindicatos e comerciantes voltam a discutir ações de protesto. A ideia é fazer mais uma manifestação no próximo dia 12 de maio. Na última manifestação, em 12 de abril, o ato de protesto reuniu cerca de 5.000 pessoas no centro de Teresópolis.
Fundação Getúlio Vargas
avalia o destino Teresópolis
avalia o destino Teresópolis
O prefeito Jorge Mário Sedlacek, recebeu ontem (21), a consultora da Fundação Getúlio Vargas -Karen Ramos, que veio avaliar o poder público e privado, além de atores da cadeia produtiva do turismo. Em parceria com o SEBRAE, a Secretaria de Turismo vem se preparando para receber o Destino Indutor do Governo Federal.
Ser considerado um município indutor de turismo é um bom negócio para a cidade, pois passa a ter acesso a verbas federais especiais do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) para serem aplicadas em infra-estrutura, além de assistência técnica para promoção e marketing. O Brasil tem 65 destinos Indutores de turismo, dentre os quais 27 capitais. Em seis anos, esses municípios receberam investimentos de R$ 1 bilhão para obras de infraestrutura. Ao todo foram firmados 656 contratos para a realização de obras nos destinos priorizados pelo Programa de Regionalização do MTur.
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18/01/2011 - 05h00
Prefeitura de Teresópolis centraliza distribuição de água e alimentos
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VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
JORGE ARAÚJO
ENVIADOS ESPECIAIS A TERESÓPOLIS
A Prefeitura de Teresópolis decidiu ontem que os donativos para os desabrigados do temporal só podem ser entregues mediante a apresentação de ofício assinado pela secretária de Educação, Magali Tayt-Sohn de Almeida. JORGE ARAÚJO
ENVIADOS ESPECIAIS A TERESÓPOLIS
Até as 20h de ontem, o total de mortos nos quatro municípios mais atingidos -Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis e Sumidouro- chegava a 665. Há mais de 16.400 desabrigados e desalojados.
Para retirar as doações, os flagelados têm de fazer um cadastro com RG e CPF, mas a maioria perdeu todos os documentos na enchente.
A decisão desagradou voluntários da Cruz Vermelha que distribuíam roupas e mantimentos em dois galpões no bairro do Bom Retiro, na periferia da cidade.
Houve bate-boca de enfermeiros e médicos da entidade com servidores municipais, informa reportagem de Vinícius Queiroz Galvão e Jorge Araújo, de Teresópolis.
A reportagem está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
Leia a reportagem completa na Folha, que já está nas bancas.
17 de janeiro de 2011 | 20h 06
ROBERTA PENNAFORT - Agência Estado
A prefeitura de Teresópolis (Prefeitura Municipal de Teresópolis) está sendo acusada de impedir a distribuição de donativos por parte da Igreja Católica. Segundo o padre Paulo Botas, integrantes da comunidade católica que foram até o estádio Pedrão ouviram de funcionários municipais que "nenhuma igreja católica de Teresópolis iria receber doações". A prefeitura desmente a informação - diz que não passa de boato ( É LÓGICO!)e que a religião dos desabrigados não é fator levado em consideração. ( SÓ FALTAVA , ISSO É ABSURDO DEMAIS !)"Falaram isso sem o menor constrangimento. O prefeito (Jorge Mário Sedlacek) é evangélico e não quer que a ajuda vá para os católicos. As pessoas se cadastraram, mas foram discriminadas. Nessa situação tão grave, não tem confissão religiosa, não pode ter essa competição ideológica. Isso é um pecado mortal, ainda mais vindo de pessoas cristãs", disse o padre, da igreja do Sagrado Coração de Jesus de Barra do Imbuí, área bastante afetada pelas chuvas.
Ele contou que foi alugado um galpão, na frente da igreja, para onde seriam levados roupas e alimentos que emissários recolheriam do montante estocado no Pedrão. A intenção era fazer do galpão um centro de distribuição para atendimento de moradores de bairros como Posse, Campo Grande e Espanhol, onde famílias inteiras morreram.
Sem querer entrar em detalhes sobre a religião do prefeito, o padre Mario José Coutinho, decano da Diocese de Petrópolis, disse que a situação é de boicote à Igreja Católica. "É surreal, uma ofensa, uma vergonha, uma agressão à humanidade. Transformaram uma questão humanitária em religiosa", criticou.
Amanhã, antes de rezar uma missa de sétimo dia no Imbuí, o bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, terá uma reunião com o prefeito para discutir o assunto. Dos 21 abrigos abertos em Teresópolis, metade foi providenciado em igrejas evangélicas.
Decano da Diocese de Petrópolis diz que situação é de boicote; prefeitura nega
17 de janeiro de 2011 | 19h 34
Bruno Boghossian e Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo
RIO e TERESÓPOLIS - De um lado, donativos que chegam às toneladas de todo o País; de outro, a falta de entrosamento entre a prefeitura de Teresópolis e organizações que tentam fazê-los chegar de modo mais eficiente a quem precisa, como a Cruz Vermelha e a Igreja Católica, cuja iniciativa, segundo voluntários, está sofrendo obstrução por parte do poder público. Até médicos foram impedidos de trabalhar. Enquanto isso, milhares de desabrigados ainda têm dificuldades para conseguir água, alimentos e artigos básicos para sua sobrevivência.
Wilton Junior/AE
Moradores do bairro de Campo Grande, em Teresópolis
Numa reunião entre as duas partes, a prefeitura decidiu que iria centralizar a entrega do material. A Cruz Vermelha, no entanto, acredita que tenha condições de fazer um trabalho mais direcionado, já que dispõe de informações precisas sobre as necessidades de cada localidade.
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GALERIA - Grandes imagens da tragédia
GALERIA 2 - Imagens de destruição e desespero
Apesar da intervenção da prefeitura, a Cruz Vermelha continuou fazendo entrega de material hoje - montou um ponto de distribuição em outro ponto da cidade. "O que a gente quer é evitar o desperdício. Por exemplo: não adianta entregar 30 quilos de arroz a uma pessoa de uma vez só", explicou Luiz Alberto Sampaio, presidente da Cruz Vermelha no Rio.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, negou que houvesse qualquer problema de entendimento. "Uma operação como esta precisa de um comando centralizado. Está todo mundo cooperando. Não temos dificuldade com ninguém", afirmou. Mas no domingo, segundo relatos de voluntários, até a polícia teria, a mando da prefeitura, tentado impedir a saída de um caminhão.
Mesmo médicos que estão em Teresópolis para prestar atendimento gratuito à população sofreram impedimento de sair da base da Cruz Vermelha por funcionários da prefeitura. Isso ocorreu hoje de manhã. À tarde, numa reunião, ficou definido que a Cruz Vermelha atuará no atendimento nas cinco localidades mais castigadas. Mas a princípio estaria impedida, oficialmente, de entregar donativos.
A prefeitura de Teresópolis está sendo acusada também de impedir a distribuição de donativos por parte da Igreja Católica. Segundo o padre Paulo Botas, integrantes da comunidade católica que foram até o estádio Pedrão ouviram de funcionários municipais que "nenhuma igreja católica de Teresópolis iria receber doações". A prefeitura desmente a informação - diz que a religião dos desabrigados não é fator levado em consideração.
"O prefeito é evangélico e não quer que a ajuda vá para os católicos", critica o padre, da igreja do Sagrado Coração de Jesus de Barra do Imbuí, área bastante afetada pelas chuvas. Ele contou que foi alugado um galpão na frente da igreja, para onde seriam levados roupas e alimentos que emissários recolheriam do montante estocado no Pedrão.
Sem querer entrar em detalhes sobre a religião do prefeito, o padre Mario José Coutinho, decano da Diocese de Petrópolis, disse que a situação é de boicote à Igreja Católica. "É surreal, uma ofensa, uma vergonha. Transformaram uma questão humanitária em religiosa". Nesta terça, antes de rezar uma missa de sétimo dia no Imbuí, o bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, terá uma reunião com o prefeito para discutir o assunto.
Jorge Mario Sedlacek
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jorge Mario Sedlacek | |
Prefeitos de Teresópolis | |
Mandato: | 2009-2012 |
Precedido por: | Roberto Petto |
Nascimento: | 9/10/1954 Teresópolis RJ |
Partido: | Partido dos Trabalhadores PT |
Referências
Categorias: !Páginas para eliminação semirrápida/15 de janeiro | !Páginas para eliminação semirrápida pendentes | Prefeitos de municípios do Rio de Janeiro | Prefeitos de TeresópolisRegião Serrana enfrenta a pior catástrofe de sua história
Peritos exibem fotos das vítimas em frente ao IML para reconhecimento por parentes e os primeiros corpos começam a ser sepultados no cemitério municipal de Teresópolis, onde foram abertas 300 covas | Foto: Divulgação
Castigada por um temporal que fez chover em 24 horas mais do que era esperado para todo o mês, a Região Serrana do Rio enfrenta desde a noite da terça-feira 11 de janeiro a pior catástrofe natural do Brasil. Com o número de mortos, desabrigados, desalojados, feridos e desaparecidos, a tragédia já superou o registrado em janeiro do ano passado, em Angra dos Reis e, em abril, na capital e Niterói.Localidades inteiras foram soterradas por lama no município de Teresópolis. No bairro Caleme, uma represa da Cedae transbordou por causa da tromba d’água, provocando o deslizamento de encostas sobre casas e carros. Em Nova Friburgo, três bombeiros que seguiam para resgatar vítimas quando o carro onde estavam foi soterrado por uma avalanche.
Petrópolis também sofreu devastação em diferentes pontos. O Distrito de Itaipava foi o mais atingido. O soterramento de uma casa na localidade Vale do Cuiabá matou 12 pessoas de uma mesma família. Corpos foram recolhidos por moradores e depositados às margens de um rio à espera de resgate. Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, também cidades da região, também contabilizam mortos.
14 de Janeiro de 2011 | 15:11
Jorge Mario encontra-se com Dilma e Cabral
O Prefeito de
Teresópolis, Jorge Mario, participou nesta quinta-feira (13), de uma
reunião no Palácio Guanabara com a Presidente da República Dilma
Rousseff e o Governador do Estado, Sérgio Cabral. Presentes
na reunião os Ministros de Estado Alexandre Padilha (Saúde), Luiz
Sérgio (Relações Institucionais) e Nelson Jobim (Defesa) além dos
Senadores Lindberg Faria, Marcelo Crivella e diversos Secretários de
Estado.
Na reunião, que durou cerca de
duas horas na sala do Governador, foram traçadas estratégias pelo
comando do estado juntamente com a Presidente da República. O Prefeito
Jorge Mario fez um relato da situação caótica em que se encontra o
município. O Prefeito apresentou números da catástrofe e solicitou
apoio imediato no atendimento emergencial as vítimas. Além de mais
homens, máquinas e medicamentos Jorge Mario pediu a liberação de mais
helicópteros para o atendimento as vítimas que estão em local de
difícil acesso.
Durante a reunião o governador
Sérgio Cabral solicitou a sua equipe, que esteve em Teresópolis ontem, a
apresentação de um histórico da situação e as medidas que já estão
sendo tomadas no apoio ao município. O Prefeito entregou a Presidente
Dilma um relatório preliminar com os primeiros números para a limpeza e
desobstrução de vias e uma planilha com os custos para a reconstrução
dos bairros atingidos. Uma estimativa da Secretaria de Planejamento e
Projetos Especiais da Prefeitura calcula que serão necessários mais de
R$ 590 milhões para a reconstrução de ruas, pontes, moradias, muros de
contenção, além de contratação de caminhões
e máquinas e de pessoal. Técnicos da Prefeitura passaram toda a
madrugada elaborando o relatório. O documento também foi entregue ao
Governador Sérgio Cabral e ao Senador Lindberg Faria.
Medidas anunciadas de apoio a TeresópolisDurante
entrevista coletiva a Presidente Dilma e o Governador Sérgio Cabral
anunciaram algumas medidas de apoio que foram solicitadas pelo
Prefeito. Além de maquinários e homens, helicópteros das forças armadas
estão se dirigindo para a cidade. Cerca de 100 homens da Força
Nacional de Segurança
também deverão chegar nas próximas horas, além de peritos e bombeiros
militares. Para o atendimento emergencial, o Governo do estado também
liberou 60 bombeiros especializados em resgate. Para as vítimas que
estão localizadas nos abrigos da Prefeitura, o Ministério da Saúde está
enviado duas toneladas de remédios e materiais hospitalares. Cerca de
R$ 3 milhões estão sendo depositados nas contas da Prefeitura a título
de antecipação dos repasses do Sistema Único de Saúde. O pagamento do
Bolsa Família e do FGTS também poderão ser antecipados para as famílias
vitimadas.
Prefeito libera recursos da arrecadação própria para o atendimento da população.
O Prefeito Jorge Mario liberou de forma
emergencial R$ 5 milhões dos recursos próprio dos municípios para a
aquisição de medicamentos, equipamentos médicos, insumos, combustíveis,
alimentação, locação de veículos e equipamentos especializados e também
de pessoal. “Nesse momento o município está todo mobilizado no
atendimento as vítimas. Cerca de 1.200 pessoas, entre servidores e
voluntários, trabalham no atendimento as pessoas. Estamos buscando
recursos federais para a limpeza e a reconstrução do município. Sabemos
que esses recursos demoram a chegar e, dessa forma, vamos fazer um
grande esforço e aplicar imediatamente recursos do município”, ressalta
o Prefeito Jorge Mario. O Governador acertou com o Prefeito uma visita
ao município nesta sexta-feira.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 - 15h29
Atualizado em
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 - 15h29
Dilma promete ações firmes para a região serrana do Rio de Janeiro
Dilma visitou o local onde quatro bombeiros morreram, em Nova Friburgo
Foto: Jadson Marques/AE
A presidente Dilma Rousseff sobrevoou nesta quinta-feira a região
serrana do Rio de Janeiro, atingida por uma enxurrada que destruiu
quatro cidades e matou ao menos 385 pessoas, e prometeu ações firmes para os municípios.
Após o voo, Dilma pousou no campo de futebol do Friburguense e visitou a praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo, acompanhada por seis ministros e pelo governador do Estado, Sérgio Cabral.
A presidente ainda passou pela rua Luis Spinelli, onde um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado e quatro homens morreram, na manhã de quarta-feira. Em Nova Friburgo, o comércio continua fechado e muitos moradores ainda estão sem luz, água e gás. O sistema de telefonia funciona parcialmente.
No momento, a comitiva participa de uma reunião para traçar um plano para combater os efeitos da tragédia.
Ajuda
Na noite de quarta-feira, a presidente assinou medida provisória autorizando a destinação de R$ 780 milhões para socorrer os municípios atingidos por enchentes e estiagem. A medida provisória será publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.
Do total, R$ 700 milhões serão destinados ao Ministério da Integração Nacional para ações da Secretaria Nacional de Defesa Civil. A medida provisória também prevê a destinação de R$ 80 milhões para o Ministério dos Transportes aplicar em obras de recuperação de estradas destruídas pelas enchentes.
A Força Nacional enviou no fim da manhã desta quinta-feira 210 homens para a região. São 80 bombeiros militares, 130 policiais militares e 15 peritos, que vão auxiliar no trabalho de identificação de corpos.
Redator: Roberto Saraiva
Da Redação, com Agência Brasil
cidades@eband.com.br
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Após o voo, Dilma pousou no campo de futebol do Friburguense e visitou a praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo, acompanhada por seis ministros e pelo governador do Estado, Sérgio Cabral.
A presidente ainda passou pela rua Luis Spinelli, onde um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado e quatro homens morreram, na manhã de quarta-feira. Em Nova Friburgo, o comércio continua fechado e muitos moradores ainda estão sem luz, água e gás. O sistema de telefonia funciona parcialmente.
No momento, a comitiva participa de uma reunião para traçar um plano para combater os efeitos da tragédia.
Ajuda
Na noite de quarta-feira, a presidente assinou medida provisória autorizando a destinação de R$ 780 milhões para socorrer os municípios atingidos por enchentes e estiagem. A medida provisória será publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.
Do total, R$ 700 milhões serão destinados ao Ministério da Integração Nacional para ações da Secretaria Nacional de Defesa Civil. A medida provisória também prevê a destinação de R$ 80 milhões para o Ministério dos Transportes aplicar em obras de recuperação de estradas destruídas pelas enchentes.
A Força Nacional enviou no fim da manhã desta quinta-feira 210 homens para a região. São 80 bombeiros militares, 130 policiais militares e 15 peritos, que vão auxiliar no trabalho de identificação de corpos.
Redator: Roberto Saraiva
Presidente Dilma Roussef recebe camisa do Fluminense
Divulgação/Fluminense
A presidente Dilma Rousseff pousou nesta quinta-feira (13) no estádio das Laranjeiras em meio à grande tragédia provocada pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, que já deixou pelo menos 381 mortos. Acompanhada do governador do Estado, Sérgio Cabral, Dilma recebeu uma camisa do Fluminense das mãos do vice-presidente administrativo do clube, José Mohamed.
Dilma, que nasceu em Minas Gerais, mas a fez a sua carreira política no Rio Grande do Sul, já declarou ter simpatia por Atlético-MG e Internacional. Já Sergio Cabral, que é vascaíno, fez cara feia, mas aceitou receber a camisa do Flu.
A presidente seguiu das Laranjeiras para o Palácio da Guanabara, onde fará reuniões com as autoridades estaduais sobre a situação do Estado do Rio de Janeiro. Em apoio às vítimas das fortes chuvas, o Fluminense passou a receber, a partir desta quinta-feira, doações para os desabrigados pelas tragédias naturais.
Quem quiser doar roupas e alimentos poderá se dirigir às Laranjeiras, onde haverá postos de recolhimento na entrada social, na entrada da garagem (Pinheiro Machado) e na secretaria. As doações serão aceitas até o próximo dia 21.
Atualizado: 13/1/2011
Presidenta Dilma vai às Laranjeiras e recebe camisa do Fluminense
A
presidenta Dilma Rousseff pousou nesta quinta-feira no Estádio das
Laranjeiras, em meio à grande tragédia provocada pelas fortes chuvas na
região serrana do estado do Rio de Janeiro
Divulgação
Dilma recebeu uma camisa do Fluminense nesta quinta-feira
Dilma, que nasceu em Minas Gerais, mas fez a sua carreira política no Rio Grande do Sul, já declarou ter simpatia por Atlético-MG e Internacional. Já Sergio Cabral, que é vascaíno, fez cara feia, mas aceitou receber a camisa do Fluminense.
A presidente seguiu das Laranjeiras para o Palácio da Guanabara, onde fará reuniões com as autoridades estaduais sobre a situação do estado do Rio de Janeiro. Em apoio às vítimas das fortes chuvas, o Fluminense passou a receber, a partir desta quinta-feira, doações para os desabrigados pelas tragédias naturais.
Quem quiser doar roupas e alimentos poderá se dirigir às Laranjeiras, onde haverá postos de recolhimento na entrada social, na entrada da garagem (Pinheiro Machado) e na secretaria. As doações serão aceitas até o próximo dia 21.
Fluminense
Presidente Dilma pousa nas Laranjeiras e recebe camisa do Fluminense
Gazeta PressPublicação:
13/01/2011 19:17Atualização:
13/01/2011 19:20Dilma, que nasceu em Minas Gerais, mas a fez a sua carreira política no Rio Grande do Sul, já declarou ter simpatia por Atlético-MG e Internacional. Já Sergio Cabral, que é vascaíno, fez cara feia, mas aceitou receber a camisa do Fluminense.
A presidente seguiu das Laranjeiras para o Palácio da Guanabara, onde fará reuniões com as autoridades estaduais sobre a situação do estado do Rio de Janeiro. Em apoio às vítimas das fortes chuvas, o Fluminense passou a receber, a partir desta quinta-feira, doações para os desabrigados pelas tragédias naturais.
Quem quiser doar roupas e alimentos poderá se dirigir às Laranjeiras, onde haverá postos de recolhimento na entrada social, na entrada da garagem (Pinheiro Machado) e na secretaria. As doações serão aceitas até o próximo dia 21.
Poder, insensibilidade e cinismo
Sorridente,
após visitar alguns pontos da região serrana do Rio, destruidos pelas
fortes chuvas que castigaram o local, a Presidente da República, Dilma
Rousseff, acompanhada do Governador do Estado, Sergio Cabral (PMDB), e
de sua comitiva, pousou de helicoptero no Estádio Manuel Schwartz, de
onde seguiram para uma reunião no Palácio da Guanabara, ao lado do
clube, nesta quinta-feira, dia 13.
Fonte: Coturno noturno
Região serrana do Rio terá programa de habitação para área rural
Medida tem como objetivo recompor mais de 850 moradias afetadas pelas chuvas
Destruição causada pelas enchentes em Petrópolis, na região serrana do Rio
Rio de Janeiro - O governo do Rio de Janeiro anunciará na próxima
semana um programa habitacional voltado especificamente para moradores
da área rural dos municípios da região serrana fluminense atingidos
pelas chuvas de janeiro. A informação foi divulgada hoje (10) pelo
secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo.
Segundo o secretário, o objetivo é evitar que os moradores de áreas
rurais que ficaram desabrigados após as chuvas abandonem o campo e
passem a viver nas cidades. “Essa medida visa a recompor mais de 850
moradias que foram diretamente afetadas e outras que poderão ser ainda
analisadas e sejam consideradas como localizadas em área de risco”,
disse.
Christino Áureo informou que cerca de 2 mil casas localizadas nas áreas rurais de municípios como Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro deverão ser vistoriadas pela Defesa Civil.
Luciana Marques
A Esplanada dos Ministérios: decreto assinado em março estabelece limites de gastos (Ricardo Stuckert/VEJA)
Em maio deste ano, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, passou por um constrangimento: por recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), teve que devolver aos cofres públicos gastos com diárias no Rio de Janeiro durante fins de semana. Nos casos relatados, a ministra não cumpria agenda oficial. Ainda assim, Ana não freou a gastança: ela é a recordista nas despesas com diárias na Esplanada dos Ministérios.
Foram mais de 45.000 reais para pagar hospedagem e alimentação de Ana de Hollanda em viagens no primeiro semestre de 2011. O valor é três vezes superior à média aritmética dos gastos dos ministros para essa finalidade, que é de cerca de 13.000 reais. No total, os 38 ministros do governo federal gastaram 502.222,67 reais com diárias. O levantamento realizado pelo site de VEJA contou com dados repassados pelas assessorias dos ministros e também com informações divulgadas no Portal da Transparência, administrado pela CGU.
Dezessete ministros gastaram acima da média, sendo que sete deles consumiram mais de 20.000 reais em diárias este ano, além de Ana de Hollanda: o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (35.132 reais); o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota (30.649, 02 reais); o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini (26.248 reais); a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (26.277 reais); o ministro da Defesa, Nelson Jobim (22.220,66 reais); a ministra de Diretos Humanos, Maria do Rosário (21.614,30 reais); e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (20.997,37 reais).
Cabe ressaltar que os gastos com diárias do ministro Patriota disponíveis no Portal da Transparência, de 3.653,07 reais, referem-se apenas às viagens nacionais do ministro. O Itamaraty informou ao site de VEJA que o ministro fez este ano 36 viagens ao exterior, e recebeu para tanto o total de 15.879,97 dólares em diárias. Com base na cotação do câmbio de turismo desta quarta-feira, os gastos do ministro em diárias nacionais e internacionais somam 30.649, 02 reais. Ainda que as despesas sejam elevadas em relação aos demais ministros, elas se justificam diante da natureza do cargo do chanceler.
À exceção de Ideli, que atuava no Ministério da Pesca, os ministros mais próximos da presidente Dilma não costumam inaugurar programas de governo em outros estados – geralmente estão presentes nos lançamentos realizados no próprio Palácio do Planalto, onde trabalham em Brasília. E, em casos de viagens, costumam integram a comitiva da presidente. Entre eles, estão a ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, e o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho.
A titular da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tomou posse há cerca de dois meses, foi a única entre os ministros que não teve gastos com diárias. Gleisi fez viagens na comitiva da presidente Dilma – nas quais não precisou se hospedar – e abriu mão das diárias nas duas vezes que foi para Curitiba (PR), onde tem residência.
Legislação - De acordo com a lei 8.112, que dispõe sobre os servidores públicos, as diárias são destinadas a indenizar as despesas com pousada, alimentação e locomoção urbana. A presidente Dilma e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, assinaram um decreto em março deste ano estabelecendo limites de gastos com diárias, passagens e locomoção. Os valores variam de acordo com cada pasta, sendo que o máximo previsto é de 182 milhões de reais, limite destinado ao Ministério da Educação para os fins mencionados.
O texto prevê ainda que a concessão de diárias aos servidores da administração direta e indireta deverá ser autorizada pelo respectivo ministro de estado. Assim, os ministros têm autonomia em relação a suas viagens oficiais e custeadas pelo Tesouro.
Conheça os campeões de gastos:
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, está na corda bamba desde o escândalo das diárias, em maio deste ano. Ela também foi criticada ao tentar rever as regras dos direitos autorais e excluir do site do ministério o selo Creative Commons, que permite uso livre do conteúdo na Internet. “Inúmeras reuniões de trabalho e de conselhos nestes estados exigem a presença da ministra, como também sua participação em seminários e encontros de debates sobre políticas públicas e ações culturais. Sua agenda é uma das mais solicitadas e muitos convites importantes deixam de ser atendidos por falta de disponibilidade”, afirmou a assessoria em nota encaminhada ao site de VEJA. A ministra fez viagens internacionais a Bélgica, Paraguai, Bolívia e Uruguai. O gasto foi de 45.273,89 reais.
Alexandre Padilha é um dos queridinhos da presidente Dilma Rousseff. O ministro da Saúde, que no governo anterior era responsável pela articulação política, assumiu o papel de gestor no governo atual. Suas viagens pelo país costumam ser divulgadas por ele mesmo em seu Twitter. A assessoria do ministro justificou o excesso de gastos com a série de eventos de que ele participou nos estados, como a campanha contra a dengue, em que Padilha percorreu dezesseis unidades federativas. Sem contar as visitas a hospitais e às Unidades de Pronto Atendimento (Upas). O gasto foi de 35.132,59 reais.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, tem um perfil de gestor. Responsável pela estabilidade do sistema financeiro do país, não economizou nas despesas internacionais. “As diárias correspondem a viagens de trabalho do presidente, no exterior e também no país, constantes em agenda pública divulgada semanalmente no site do Banco Central”, informou em nota a assessoria de Tombini. O gasto foi de 26.248,32 reais.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, usou o Código Florestal – debate que tomou conta da Câmara dos Deputados no primeiro semestre – para justificar o excesso de gastos com diárias. A assessoria da ministra disse que ela também teve papel relevante nas viagens internacionais que fez para negociações em torno do regime internacional sobre mudança do clima e para organização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. O gasto foi de 26.277 reais.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem provocado mal-estar no Planalto recentemente. Depois de tecer elogios a FHC em seu aniversário de 80 anos, disse publicamente que votou no tucano José Serra em 2010. Para justificar os gastos com diárias, a assessoria do ministro disse que a natureza de seu cargo é diferente de outras pastas, já que ele mantém organizações militares das três forças. “Em junho, por exemplo, o governo federal lançou o Plano Estratégico de Fronteiras, que envolve visitas a pelotões e aos países que fazem fronteira com o Brasil.” O gasto foi de 22.220,66 reais.
A principal tarefa da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, é conseguir a aprovação da Comissão da Verdade no Congresso Nacional nesse segundo semestre. Até julho deste ano, a assessoria da ministra informou que ela manteve compromissos em quinze municípios das cinco regiões brasileiras e três destinos internacionais. “A gestão da ministra Maria do Rosário tem se caracterizado por uma forte interlocução com a sociedade, se fazendo presente em todo o país e também o representando no exterior quando necessário. Essa orientação continuará sendo cumprida.” A ministra abriu mão do recebimento de diárias nas viagens a Porto Alegre, onde tem residência. O gasto foi de 21.614,30 reais
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Ana de Hollanda foi recordista no primeiro semestre. Ministra da Cultura gastou mais de 45.000 reais com hospedagem e alimentação - três vezes a média
Luciana Marques
A Esplanada dos Ministérios: decreto assinado em março estabelece limites de gastos (Ricardo Stuckert/VEJA)
Em maio deste ano, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, passou por um constrangimento: por recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), teve que devolver aos cofres públicos gastos com diárias no Rio de Janeiro durante fins de semana. Nos casos relatados, a ministra não cumpria agenda oficial. Ainda assim, Ana não freou a gastança: ela é a recordista nas despesas com diárias na Esplanada dos Ministérios.
Foram mais de 45.000 reais para pagar hospedagem e alimentação de Ana de Hollanda em viagens no primeiro semestre de 2011. O valor é três vezes superior à média aritmética dos gastos dos ministros para essa finalidade, que é de cerca de 13.000 reais. No total, os 38 ministros do governo federal gastaram 502.222,67 reais com diárias. O levantamento realizado pelo site de VEJA contou com dados repassados pelas assessorias dos ministros e também com informações divulgadas no Portal da Transparência, administrado pela CGU.
Dezessete ministros gastaram acima da média, sendo que sete deles consumiram mais de 20.000 reais em diárias este ano, além de Ana de Hollanda: o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (35.132 reais); o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota (30.649, 02 reais); o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini (26.248 reais); a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (26.277 reais); o ministro da Defesa, Nelson Jobim (22.220,66 reais); a ministra de Diretos Humanos, Maria do Rosário (21.614,30 reais); e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (20.997,37 reais).
Cabe ressaltar que os gastos com diárias do ministro Patriota disponíveis no Portal da Transparência, de 3.653,07 reais, referem-se apenas às viagens nacionais do ministro. O Itamaraty informou ao site de VEJA que o ministro fez este ano 36 viagens ao exterior, e recebeu para tanto o total de 15.879,97 dólares em diárias. Com base na cotação do câmbio de turismo desta quarta-feira, os gastos do ministro em diárias nacionais e internacionais somam 30.649, 02 reais. Ainda que as despesas sejam elevadas em relação aos demais ministros, elas se justificam diante da natureza do cargo do chanceler.
À exceção de Ideli, que atuava no Ministério da Pesca, os ministros mais próximos da presidente Dilma não costumam inaugurar programas de governo em outros estados – geralmente estão presentes nos lançamentos realizados no próprio Palácio do Planalto, onde trabalham em Brasília. E, em casos de viagens, costumam integram a comitiva da presidente. Entre eles, estão a ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, e o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho.
A titular da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tomou posse há cerca de dois meses, foi a única entre os ministros que não teve gastos com diárias. Gleisi fez viagens na comitiva da presidente Dilma – nas quais não precisou se hospedar – e abriu mão das diárias nas duas vezes que foi para Curitiba (PR), onde tem residência.
Legislação - De acordo com a lei 8.112, que dispõe sobre os servidores públicos, as diárias são destinadas a indenizar as despesas com pousada, alimentação e locomoção urbana. A presidente Dilma e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, assinaram um decreto em março deste ano estabelecendo limites de gastos com diárias, passagens e locomoção. Os valores variam de acordo com cada pasta, sendo que o máximo previsto é de 182 milhões de reais, limite destinado ao Ministério da Educação para os fins mencionados.
O texto prevê ainda que a concessão de diárias aos servidores da administração direta e indireta deverá ser autorizada pelo respectivo ministro de estado. Assim, os ministros têm autonomia em relação a suas viagens oficiais e custeadas pelo Tesouro.
Conheça os campeões de gastos:
Cultura
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, está na corda bamba desde o escândalo das diárias, em maio deste ano. Ela também foi criticada ao tentar rever as regras dos direitos autorais e excluir do site do ministério o selo Creative Commons, que permite uso livre do conteúdo na Internet. “Inúmeras reuniões de trabalho e de conselhos nestes estados exigem a presença da ministra, como também sua participação em seminários e encontros de debates sobre políticas públicas e ações culturais. Sua agenda é uma das mais solicitadas e muitos convites importantes deixam de ser atendidos por falta de disponibilidade”, afirmou a assessoria em nota encaminhada ao site de VEJA. A ministra fez viagens internacionais a Bélgica, Paraguai, Bolívia e Uruguai. O gasto foi de 45.273,89 reais.
Alexandre Padilha é um dos queridinhos da presidente Dilma Rousseff. O ministro da Saúde, que no governo anterior era responsável pela articulação política, assumiu o papel de gestor no governo atual. Suas viagens pelo país costumam ser divulgadas por ele mesmo em seu Twitter. A assessoria do ministro justificou o excesso de gastos com a série de eventos de que ele participou nos estados, como a campanha contra a dengue, em que Padilha percorreu dezesseis unidades federativas. Sem contar as visitas a hospitais e às Unidades de Pronto Atendimento (Upas). O gasto foi de 35.132,59 reais.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, tem um perfil de gestor. Responsável pela estabilidade do sistema financeiro do país, não economizou nas despesas internacionais. “As diárias correspondem a viagens de trabalho do presidente, no exterior e também no país, constantes em agenda pública divulgada semanalmente no site do Banco Central”, informou em nota a assessoria de Tombini. O gasto foi de 26.248,32 reais.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, usou o Código Florestal – debate que tomou conta da Câmara dos Deputados no primeiro semestre – para justificar o excesso de gastos com diárias. A assessoria da ministra disse que ela também teve papel relevante nas viagens internacionais que fez para negociações em torno do regime internacional sobre mudança do clima e para organização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012. O gasto foi de 26.277 reais.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem provocado mal-estar no Planalto recentemente. Depois de tecer elogios a FHC em seu aniversário de 80 anos, disse publicamente que votou no tucano José Serra em 2010. Para justificar os gastos com diárias, a assessoria do ministro disse que a natureza de seu cargo é diferente de outras pastas, já que ele mantém organizações militares das três forças. “Em junho, por exemplo, o governo federal lançou o Plano Estratégico de Fronteiras, que envolve visitas a pelotões e aos países que fazem fronteira com o Brasil.” O gasto foi de 22.220,66 reais.
A principal tarefa da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, é conseguir a aprovação da Comissão da Verdade no Congresso Nacional nesse segundo semestre. Até julho deste ano, a assessoria da ministra informou que ela manteve compromissos em quinze municípios das cinco regiões brasileiras e três destinos internacionais. “A gestão da ministra Maria do Rosário tem se caracterizado por uma forte interlocução com a sociedade, se fazendo presente em todo o país e também o representando no exterior quando necessário. Essa orientação continuará sendo cumprida.” A ministra abriu mão do recebimento de diárias nas viagens a Porto Alegre, onde tem residência. O gasto foi de 21.614,30 reais
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