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domingo, 17 de julho de 2011

Médicos cobram cirurgias de pacientes atendidos pelo SUS em SP, diz MP


Plantão | Publicada em 16/07/2011 às 08h56m

EPTV

SÃO PAULO - O Ministério Público investiga denúncias que médicos, que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cobram dos pacientes para fazer cirurgias, em São João da Boa Vista, região central do estado de São Paulo, a 225 quilômetros da capital.

O marceneiro Celso Vieira da Costa diz que precisou pagar para o médico Arimar Tadeu Brisighelo Guimarães, que atendia no plantão da Santa Casa pelo SUS.

- Pelo SUS não vai fazer. Você paga os R$ 750, diminui o sofrimento da sua mulher. Pelo SUS, ele não faria a cesárea - diz

Segundo ele, a mulher grávida foi levada para o hospital, no sábado, dia 9, à noite, depois que a bolsa se rompeu. Ela só foi pra cirurgia depois que o marido pagou parte do valor pedido pelo médico.

- Entreguei os R$ 500 e falei que levava os outros 250 na segunda-feira - disse.

Com o celular, ele registrou a última conversa que teve com o médico e entregou a gravação à polícia. O advogado do médico disse que o cliente negou ter cobrado para fazer a cesariana.

O provedor da Santa Casa, Carlos Alberto Zerbetto, disse que vai apurar a denúncia.

- Vamos ouvir as pessoas que testemunharam o fato e será encaminhado um relatório para uma comissão de ética médica e interna do hospital e também para o Conselho Regional de Medicina - disse.

O Ministério Público (MP) já apura uma denúncia contra o médico Leonildes Chaves Júnior, que também atende na Santa Casa. Segundo as investigações, ele cobra R$ 350 do paciente particular dele para fazer a cirurgia na Santa Casa, pelo SUS, no dia e horário de plantão. A pessoa entraria pela urgência, passando a frente de quem espera na fila.

A promotoria já recebeu a relação de todas as cirurgias encaminhadas por clínicas particulares e feitas em caráter de urgência no hospital. O promotor de Justiça Donisete Moraes de Oliveira vai ouvir os 60 pacientes atendidos entre outubro e março.

- Um processo criminal por corrupção e uma ação pública por improbidade administrativa. O médico poderá ser afastado do SUS e será aplicada uma multa.

Se comprovada a irregularidade, não seria a primeira punição ao médico, que já foi condenado em primeira instância por negligência. No processo consta que ele deixou de fazer uma cirurgia de urgência. O paciente Alaor Gomes, de 48 anos, ficou internado uma semana e mesmo sem ter melhorado, recebeu alta. Ele morreu três dias depois.

- Se o médico tivesse feito a cirurgia ele poderia ter morrido, mas nós teríamos a certeza que ele tentou salvar o meu pai - lamentou Glenda Heloá Gomes, filha do paciente.

A advogada do médico disse que já recorreu da condenação sobre a negligência médico e só vai falar sobre a cobrança de pacientes do SUS depois que for notificada pelo MP.



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