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domingo, 17 de julho de 2011

Bruna e Riccelli





Há anos se dedicando ao cinema, casal acaba de levar o prêmio do público do festival de paulínia com seu mais novo filme, onde está a felicidade?

17 de julho de 2011 | 0h 00

Flavia Guerra - O Estado de S.Paulo

Onde Está A Felicidade? é a primeira comédia de vocês. É de fato mais difícil fazer rir?

Bruna e Riccelli: Sim. Humor é timing. E esse tempo de fazer rir é relativo e subjetivo. Não esperávamos a reação do público de Paulínia. Foi muito especial.

Bruna escreveu e atuou. Riccelli dirigiu. Como nasceu a ideia e como vocês trabalham juntos?Riccelli: Além de ser um casal, somos uma dupla que trabalha bem junto. Tudo sempre começa com a Bruna. Depois da ideia inicial, a gente conversa e vai afinando. Esse foi nosso projeto mais difícil. Não só por questão do humor, mas também pela produção. Filmamos em São Paulo, Espanha (o Caminho de Santiago de Compostela) e Piauí. Administrar este "comboio" foi um desafio e tanto.

Bruna, este é seu primeiro papel cômico, que você mesma escreveu. Nunca ter recebido convites para comédia a incomodava? Bruna: Um pouco. Até ganhei veia cômica em Memórias de um Gigolô, do Walter Avancini. Mesmo assim havia um machismo. Um papel engraçado escrito por (e para) uma mulher é outra coisa. Minha mãe sempre dizia que eu era engraçada, Mas mãe não vale. Estou feliz que deu certo.

Temia o bordão "homem tem medo de mulher engraçada"?

Bruna: Nem sabia que homem tem medo de mulher inteligente. Humor é sinal de inteligência. É divisor de águas. Se você joga a bola, mas a bola não quica porque a outra pessoa não tem humor, não rola.

Riccelli: Claro que tem medo, de ser menos inteligente, de dizer algo e a mulher devolver uma bela bordoada. Não são todos os homens, mas tem sim.

Muito por isso há menos papéis cômicos para mulheres.

Riccelli: Verdade. Nós criamos a oportunidade. Porque talvez ela nunca teria sido criada.

Bruna, você disse que o humor sempre a salvou. Por quê?

Bruna: Porque, ao mesmo tempo em que faço muito humor com as situações, sou muito dramática. O humor me salvou do meu próprio drama. Agora percebo que o humor me salvou também de situações constrangedoras e até perigosas com os homens. Diante de um assédio, sem graça ou agressivo, responder agressividade pode ser perigoso, ser passiva não dá. Então, dava uma resposta divertida.




Sinopse
Até onde você iria para ser feliz? Nesta comédia, a chef de cozinha Teodora, embarca em uma jornada de descobertas que fará dela uma nova mulher. Crises no amor e na vida profissional a levarão -- junto com o amigo Zeca e a espanhola Milena -- à percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, cenário ideal para encontros, reencontros e aventuras.

Elenco
Bruna Lombardi, Bruno Garcia, Marcelo Airoldi, Martha Larrande, María Pujalte, Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Dan Stulbach, Sandra Corveloni, Wandi Douratiotto, Luis Miranda, Kim Riccelli, Luis Zahera, Berta Ojea, Pedro Alonso

Roteiro
Bruna Lombardi

Direção
Carlos Alberto Riccelli



Edu Lopes
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Em 1986, Bruna Lombardi estava de cabelos curtos e pretos para interpretar a prostituta Lu na minissérie Memórias de um Gigolô, ao lado de Ney Latorraca e Lauro Corona. Hoje, aos 50 anos, a atriz enche as telas dos cinemas com o filme O Príncipe

Bruna Lombardi

Divulgação

Em 1986, Bruna Lombardi estava de cabelos curtos e pretos, muitos pretos, para compor a prostituta Lu, da minissérie Memórias de um Gigolô. A atriz já tinha cortado suas madeixas louras, um ano antes, para interpretar a personagem Diadorim na série Grande Sertão: Veredas. “São dois daqueles presentes que um diretor, o Walter Avancini, dá a uma atriz.

A Lu tinha a leveza e a sensualidade, nem sofria ao ser explorada por dois homens”, lembra Bruna, que contracenou com Ney Latorraca e Lauro Corona na minissérie.

Nascida no Rio como Bruna Patrícia Maria Teresa Romilda Lombardi, ela estreou em 1967 como garota-propaganda e, 10 anos depois, lançou-se como atriz em Sem Lenço, Sem Documento, a primeira de suas oito novelas. Publicou seis livros – quatro de poesias, um infantil e um romance – e, no auge do sucesso, em 1990, mudou-se com o marido, o ator Carlos Alberto Riccelli e o filho, Kim, para os Estados Unidos, onde montaram uma produtora de vídeo. “Armei um circo complicado. Moro em Los Angeles e no Brasil, mas o importante é fazer aquilo que gosto”, justifica. Desde a sexta-feira 9, Bruna enche as telas dos cinemas que exibem O Príncipe, filme de Ugo Giorgetti sobre a geração dos ideais fracassados. “A personagem fala de coisas que nem conheci, mas foi um trabalho que me interessou logo”, conta. E talvez esse prazer seja o segredo da atriz, que em 1o de agosto fez 50 anos. “Essa coisa numérica está fora da minha realidade. Minha idade é outra. E não é contada em números”, diz. O público acredita.










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