De improviso, a presidente Dilma Rousseff decidiu, em evento realizado ontem no Palácio do Planalto, que a seleção para o programa de bolsas no exterior Ciência sem Fronteiras não levará em conta apenas o mérito. Após ouvir cobranças de dois representantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ela disse que as 75 mil vagas em cursos nas áreas tecnológicas e exatas serão distribuídas por Estados e uma parte será concedida de acordo com questões étnicas e de gênero.
No evento, Dilma pediu para os empresários bancarem outras 25 mil bolsas. Os dirigentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), da União Nacional de Cana-de-Açúcar (Única) e da Câmara Brasileira da Construção (CBIC), que estavam no encontro, não se pronunciaram. Apenas dois empresários, em decisões individuais, ofereceram recursos para a concessão de cem bolsas cada um.
O programa de bolsas do governo é estimado em R$ 3,1 bilhões e tem como prioridade cursos de engenharia, além de outras áreas tecnológicas e de licenciatura em ciências exatas. A decisão da presidente em abandonar a seleção totalmente por mérito surpreendeu assessores do governo.
Após o anúncio, Dilma tentou mostrar que não havia contradição. Enfatizou que o mérito será "crucial" mesmo na seleção das vagas por questões étnicas e de gênero, sem dar detalhes. "A partir desse primeiro critério, de mérito, teremos de aplicar outros critérios que podem contemplar toda a questão relativa a gênero, à questão étnica", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário