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segunda-feira, 27 de junho de 2011

#PT: os escândalos mancham a história da legenda


A campanha ainda nem começou – oficialmente, pelo menos – e um escândalo protagonizado pelo PT ganha destaque no país. VEJA revelou a existência de um grupo que se reunia dentro do comitê eleitoral do partido, em Brasília, com a missão de espionar adversários e integrantes da próprio legenda. O caso faz lembrar o ano de 2006, quando um grupo de petistas se envolveu numa trama para montar um falso dossiê com acusações contra o então candidato ao governo de São Paulo José Serra.

O partido que sempre empunhou a bandeira da lisura com a coisa pública tem se envolvido em um escândalo atrás do outro desde que chegou ao Planalto, em 2002. Nos últimos anos, o PT mostrou imensa destreza em associar política, corrupção e táticas de evasão. Um dos escândalos mais assombrosos protagonizados pela legenda foi revelado em 2005.

Pouco depois de VEJA ter publicado o conteúdo de uma fita em que Maurício Marinho, então chefe de departamento nos Correios, aparece recebendo propina de empresários em nome do presidente do PTB, Roberto Jefferson, o líder da sigla revelou em entrevista a um jornal a existência de um esquema de pagamento de propina a deputados da base aliada, conhecido como mensalão. Foi exposta ali a maior e a mais bem organizada quadrilha já descoberta agindo na estrutura de governo.

Como se sabe, entre os 40 acusados, nove tinham posição de destaque no PT. O deputado José Genoíno, processado por corrupção ativa e formação de quadrilha, era o presidente do partido. Além dele, foram denunciados o ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-secretário Silvio Pereira, o ex-ministro Luiz Gushiken, o ex-deputado José Dirceu, Professor Luizinho e João Magno e os deputados João Paulo Cunha e Paulo Rocha.

Um ano mais tarde, o comitê de campanha do presidente Lula estremeceu quando uma investigação da Polícia Federal revelou que a turma do presidente arrecadou quase 2 milhões de reais de origem até hoje ignorada e usou o dinheiro para comprar um conjunto de documentos fajutos de um conhecido estelionatário. A poucas horas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, Lula amargou o dissabor de ver divulgadas as imagens que seus subordinados no governo tão cuidadosamente haviam conseguido esconder por duas semanas: as das pilhas de dólares e reais com que petistas pretendiam comprar o falso dossiê.

Lula conseguiu se reeleger, mas não se livrou dos escândalos. No final de 2006, VEJA mostrou que a Gamecorp, empresa de Fábio Luis da Silva, filho de Lula, recebeu 5,2 milhões de reais da Telemar. Em 2007, o PT seu último adeus à ética justamente para salvar da guilhotina o pescoço do ex-collorido Renan Calheiros, acusado de usar um lobista para pagar suas despesas pessoais. Renan acabou por renunciar à presidência do Senado ameaçado por acusações de crimes de corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, exploração de prestígio e sonegação fiscal.

Em 2010, VEJA revelou o esquema de desvio de recursos da Bancoop – que lesou milhares de associados para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002. O rombo provocado pelo desvio de recursos da Cooperativa Habitacional no escândalo que envolve integrantes do PT pode passar dos 100 milhões de reais. Como resultado, milhares de cooperados ficaram sem receber seus apartamentos. O caso segue sob investigação de uma CPI na Câmara Legislativa de São Paulo.

Em 10/3/2010: Ordem na casa do Lago Sul

Em 27/9/2006: Um tiro no pé às portas da eleição

Em 28/12/2005: VEJA abriu a caixa-preta (e o caixa dois) dos petistas

18/5/2005: O homem-chave do PTB

Em 1/6/2005 O que será que ele sabe?

Em 19/4/2006: O sujeito oculto

Em 4/10/2006: Tensão e dinheiro na chegada

Em 6/12/2006: Muito mais que uma parceria

Em 19/9/2007: A absolvição de Renan

Em 12/12/2007: Os imperdoáveis

Em 6/3/2010: A casa caiu







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