'Veja' diz que ministra participou de negociações para compra de dossiê.
Ministra negou participação no suposto esquema do dossiê dos 'aloprados'.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, divulgou nota na tarde desta segunda-feira (27) em que afirma que é "falaciosa" a tentativa de envolvê-la no escândalo que ficou conhecido como dossiê dos "aloprados".
A ministra nega que tenha participado da confecção de dossiês políticos durante a campanha eleitoral de 2006.
O escândalo envolveu a compra por petistas de um suposto dossiê, em 2006, contra o ex-governador de São Paulo, José Serra. Reportagem da revista "Veja" da semana passada aponta Mercadante como um dos "mentores" do caso que resultou na prisão em flagrante, em 15 de setembro de 2006, de militantes do PT. O episódio ficou conhecido como dossiê dos "aloprados", após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter classificado como aloprados os petistas que participaram do caso.
Nesta semana, em nova reportagem, a revista afirma que, em 4 de setembro de 2006, a então senadora petista Ideli Salvatti participou das negociações para a compra do dossiê falso contra o ex-governador tucano José Serra. Segundo a revista, Ideli ficou com a tarefa, após essa reunião, de divulgar o falso dossiê que mostraria ligações de Serra com empresários envolvidos em fraudes na saúde.
"Nunca elaborei nem participei da confecção de dossiês políticos. Conforme declarou o ministro Aloizio Mercadante é falaciosa a tentativa de me envolver na participação da elaboração do suposto dossiê citado pela revista Veja", afirmou a ministra, em nota.
Na nota, Ideli afirma que não participou de reuniões que tivessem como tema a elaboração de materiais contra o candidato José Serra. Segundo ela, a reunião foi sobre um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética do Senado.
"Não participei de reuniões que tivessem como tema a elaboração de material contra o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, José Serra, no ano de 2006. Na condição de líder da bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado, fui chamada ao gabinete do então líder do Governo, Aloizio Mercadante, para uma reunião em setembro do mesmo ano para tratar de um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética do Senado", afirma a nota.
De acordo com Ideli, durante a reunião, ela teria expressado que "o Conselho de Ética não seria o fórum adequado para debater tal assunto". "Por fim, destaco que minha atuação partidária é absolutamente alheia ao contexto político em que estaria envolvida a divulgação do suposto dossiê detalhado na reportagem da revista 'Veja'."
Mais cedo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu que o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e Ideli Salvatti prestem esclarecimentos ao Congresso sobre o suposto envolvimento no escândalo dos "aloprados".
Sem citar os nomes de ambos, Sarney disse que “cada um” deve se explicar “naquilo que for acusado”. “Acho que a melhor formula é de cada um [Mercadante e Ideli] se explicar naquilo que for acusado. Não acho que deva haver restrição de nenhuma maneira para que a pessoa possa explicar. Se agiu corretamente, não há o porquê de não fornecer as explicações que o Congresso pede”, argumentou Sarney.
Veja abaixo a íntegra da nota divulgada nesta segunda por Ideli Salvatti.
"NOTA DE ESCLARECIMENTO
A respeito da reportagem publicada na última edição da Revista Veja intitulada “Ministério dos Aloprados”, tenho a informar:
1 - Nunca elaborei nem participei da confecção de dossiês políticos;
2 - Conforme declarou o ministro Aloísio Mercadante é falaciosa a tentativa de me envolver na participação da elaboração do suposto dossiê citado pela revista Veja;
3 - Não participei de reuniões que tivessem como tema a elaboração de material contra o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, José Serra, no ano de 2006. Na condição de Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado fui chamada ao gabinete do então Líder do Governo, Aloísio Mercadante, para uma reunião em setembro do mesmo ano para tratar de um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética do Senado;
4 - Naquela ocasião, como bem declarou o ministro Aloísio Mercadante, apenas expressei que o Conselho de Ética não seria o fórum adequado para debater tal assunto;
5 - Por fim, destaco que minha atuação partidária é absolutamente alheia ao contexto político em que estaria envolvida a divulgação do suposto dossiê detalhado na reportagem da revista Veja;
Ideli Salvatti
Ministra de Relações Institucionais da Presidência da República"
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