Ex-ministra contraria o desejo do presidente Lula e diz que deputado do PSB 'não tem a ver com São Paulo'
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) disse nesta segunda-feira, 5, que o deputado federal Ciro Gomes, uma das opções do PSB para concorrer ao governo do Estado, "não tem a ver com São Paulo". Ela ressaltou que essa sempre foi sua posição, mas que a avaliação está ganhando força entre outros membros do PT.
"Eu acho que estamos chegando a uma percepção de que a candidatura Ciro não tem a ver com São Paulo. A minha posição sempre foi essa, desde o início", afirmou ela após reunir-se com membros da legenda na sede do diretório estadual do PT na Capital.
Foi a primeira vez que Marta, ex-ministra do Turismo, fez uma manifestação tão contundente em relação ao tema e que contraria o desejo do presidente Lula de apoiar a candidatura de Ciro para o governo de São Paulo. Na semana passada, o deputado transferiu seu domicílio eleitoral para a capital paulista e deixou as portas abertas para concorrer nas eleições de 2010 para o cargo de governador no Estado.
Marta reiterou apoio à candidatura do ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) para o cargo. "Eu apoio a candidatura de Palocci e fiz um longo discurso de apoio", afirmou. Segundo ela, a entrada de Ciro no cenário estadual não atrapalha o PT nem o obriga a seguir o PSB.
"Ao contrário, a maioria dos membros do PT nas três instâncias (municipal, estadual e federal) é a favor da candidatura própria, sem fechar as portas para uma conjuntura nacional, eventualmente. A candidatura própria é quase unanimidade. Isso ficou claríssimo nessa reunião", explicou.
De acordo com a ex-ministra, o presidente estadual do PSB, o deputado federal Márcio França, não deu mostras de que quer discutir uma aliança estadual com o PT.
"Eu acho que o PSB nunca fez caminho de flores para nós no Estado. Acho que o Márcio França falou muito claramente que, se não for o Ciro, será o Skaf (Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, recém filiado ao PSB). Então, o que o PT está fazendo nessa conversa? Temos que ter candidato e vamos ter", defendeu.
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