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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Novas imagens mostram ataque de atirador dentro de escola no Rio



Doze crianças morreram no tiroteio da manhã de quinta-feira.
O atirador se matou após ser alvejado pela polícia na Zona Oeste.

Do G1, com informações do Jornal da Globo


Novas imagens do circuito interno de segurança da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, mostram o ataque do atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que matou 12 crianças na manhã desta quinta-feira (8). Segundo a Secretaria estadual de Saúde, 11 vítimas continuam internadas.

Wellington atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30. De acordo com polícia, Wellington não tinha antecedentes criminais.

O vídeo mostra, também, momentos antes do crime. Nele, é possível ver os alunos chegando para mais um dia de aula e um professor entrando acompanhando por alunas. Em pouco tempo, esse professor se transformaria num dos heróis desse dia de tragédia.

De acordo com os registros, alguns garotos ainda estão no corredor quando Wellington chega. Os alunos estranham a presença dele que para em frente à porta e espera que todos entrem para começar o massacre. Depois, as imagens mostram as crianças fugindo desesperadas. Elas rastejam pra tentar escapar do assassinato.

Uma das crianças sai com a mão no ombro, aparentemente ferida. O professor fica na porta, ajudando os alunos. Outra câmera registrou o momento em que a maior parte das crianças consegue fugir. O professor corre e o assassino sai armado. Em seguida, ele aparece no canto da outra sala, e atira contra os alunos.

Depois é possível ver o atirador entrando e saindo da sala para recarregar a arma, e volta a fazer o mesmo. Em seguida, ele vai até o início do corredor, perto das escadas, mas volta para a classe. As imagens mostram ainda o momento que Wellington é atingido por um tiro, provavelmente do sargento da Polícia Militar Márcio Alves, do Batalhão de Polícia Rodoviária do Rio.

No vídeo, é possível ver que os policiais, ainda sem saber se Wellington tinha comparsas, entram com cautela. Dois PMs dão cobertura para o sargento que chega na sala onde há crianças mortas. Alguns alunos que conseguiram sobreviver saíram com a ajuda dos policiais.

Fotos
Fotografias feitas de dentro de uma das salas em que o assassino esteve revelam o drama que os estudantes viveram. Nelas, é possível ver mochilas, cadeiras espalhadas, muitas cápsulas de bala e marca de sangue por todo lado.

Do lado de fora da escola, um cinegrafista amador registrava o que parecem ser tiros. O vídeo do YouTube mostra as crianças que esperam pra receber atendimento. Dentro do prédio, uma mãe grita em desespero.

Gritaria e confusão
Outras imagens feitas no interior da escola mostram muita gritaria e confusão. Elas mostram os pais à procura dos filhos. No caminho, o corpo do assassino no chão. O vídeo mostra, ainda, alunos feridos sendo retirados às pressas. Do lado de fora, crianças esperam em macas.

Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou contra escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (Foto: Reprodução/TV Globo)Wellingtoncometeu suicídio após atirar contra
alunos (Foto: Reprodução/TV Globo)

“Teve uma época que soltaram bombinha dentro da escola, por isso pensamos que era brincadeira, fomos ver o que era, a turma do lado começou a sair, um monte de gente baleada”, disse Bruna Vitória, de 14 anos.

Enquanto as crianças eram retiradas das salas, pais e amigos chegavam desesperados: “Todo mundo estava em casa, foi um ligando para o outro, mãe ligando para mãe, vizinho chamando vizinho e todo mundo desceu”, disse a mãe de um dos alunos.

Muitos alunos em estado de choque foram amparados na porta da escola. Tainá passou mal quando ficou sabendo que as amigas morreram. Até semana passada, ela fazia parte da turma que foi atacada: “Era ela da sala deles, aí essa semana minha cunhada mudou ela de turno, passou ela pra noite. Porque ela estaria aqui, agora de manhã”, disse Stefany Folha, tia de Tainá.

Ainda com imagens feitas pelo celular, o cinegrafista amador registrou a revolta da população, que queria linchar o autor do massacre. Mas neste momento Wellington já havia sido ferido pelo policial militar e logo em seguida se matou com um tiro na cabeça.

Homenagens
Um grupo de três jovens veio foi até a escola na noite desta quinta-feira para prestar uma homenagem às crianças que foram assassinadas. Os três adolescentes eram amigos de três meninas que foram mortas. Eles rezaram, acenderam velas, escreveram uma carta pra elas e choraram muito.

Gráfico atualizado da tragédia na escola em Realengo, 12 mortos (Foto: Arte/G1)
07/04/2011

Mensalão será julgado em 2050, diz Lula

Folha de S.Paulo

O ex-presidente Lula desprezou ontem o impacto do novo relatório da Polícia Federal que aponta o uso de dinheiro público no mensalão.

Ele afirmou que, se o documento for incorporado aos autos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o processo "só vai ser julgado em 2050".

O relatório não faz parte da ação penal do mensalão, em tramitação no STF, mas traz novidades ao caso.

O documento, revelado pela revista "Época", confirma o uso de recursos públicos na "montagem de redes de influência" do governo.

Lula falou a jornalistas em Washington (EUA) após palestra remunerada em evento da Microsoft. Disse que não "teve chance de dar uma olhada" no relatório --nem pretende. "Não sou advogado."

Lula afirmou que o documento, que associa 17 novos nomes ao caso, não é um "relatório final". "Não se sabe se o ministro Joaquim [Barbosa] vai receber ou não."

Ele sugeriu que a lentidão da Justiça pode comprometer o processo. "Se entrar, todos os advogados de defesa vão pedir prazo para julgar. Então, vai ser julgado em 2050. Então, não sei se vai acontecer."

A expectativa hoje é que a ação principal, que tem 38 réus e não inclui Lula, seja julgada no ano que vem.

Ontem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, indicou que não deve pedir a inclusão do novo relatório. "Está havendo um equívoco em relação a esse relatório", disse. "Ele cuida de fatos específicos de um inquérito que não é hoje a ação penal."







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