Bruno Dantas da Costa estudou com Wellington Menezes em 2003 e 2004.
Calça apertada, jaqueta e óculos pretos eram parte de figurino de criminoso.
O mesmo tipo de luva que Wellington Menezes usou para matar 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, ele já usava na época em que era aluno do colégio. Quem reconheceu e fez a afirmação foi o ex-colega de turma Bruno Dantas da Costa, de 22 anos.
“A gente comentava ‘pô, cara, tu é maluco?’. Porque estava o maior calor e ele ia de jaqueta preta, óculos preto, grandão, e a mesma luva que ele estava usando ontem, eu reconheci nas fotos dele morto, a mesma luva”, afirmou Bruno, que é frentista e estudou com Wellington em 2003 e 2004.
O jeito estranho de Wellington intrigava os colegas, mas Bruno ressalta que o assassino não sofreu bullying. Segundo ele, o atirador vivia sentado em uma cisterna do pátio da escola. “Quando estava faltando um para jogar bola e a gente chamava ele, às vezes a gente insistia tanto, que dava um repente nele e ele saía andando”, lembrou o frentista.
contra escola municipal Tasso da Silveira,
em Realengo (Foto: Reprodução/TV Globo)
O frentista, entretanto, não se lembra de ter visto os colegas chamarem Wellington de gay. “Ele não gostava de falar com meninas. Poucas vezes vi ele conversando com meninas e nunca vi ele com namorada", afirmou. Ele afirma que Wellington não sofria com brincadeiras no colégio, mas não gostava de ouvir comentários de que não tinha namorada.
Já outro ex-colega de Wellington, Bruno Linhares de Almeida, afirmou ao G1 que ele era o "bundão da turma": "Eu me lembro muito, o Wellington era o ‘bundão’ da turma, era um cara totalmente tranquilo, um bobão. Implicavam bastante com ele, zuavam ele de tudo o que é nome".
Rock pesado
Bruno Dantas disse ainda que Wellington era mais próximo de um outro colega de turma, que gostava do mesmo tipo de rock que ele ouvia. Segundo Bruno, era ‘rock pesado’. Ele estava em casa quando soube da notícia do ataque à escola.
“Quando eu vi que era na Tasso da Silveira, pensei que fosse algum bandido fugindo da polícia e que estava fazendo os alunos de refém. Mas quando deu o estalo, pensei ‘cara, estudei com esse moleque durante dois anos’”, disse ele, ainda impressionado.
Bruno, assim como vizinhos e outros ex-colegas de Wellington, confessa que o atirador era muito quieto e estranho na escola. Quando o professor anunciava que o trabalho seria em grupo, Wellington sempre se distanciava e dizia que não queria fazer. Segundo Bruno, a insistência dele era tanta que os professores acabavam cedendo e deixando ele fazer individualmente. “Ele não fazia de jeito nenhum”, contou.
Outra característica de Wellington era o andar dele. Segundo o ex-colega de turma, ele caminhava de um jeito diferente. “Não sei se era marra dele, mas era meio estranho. Ele andava também com umas calças meio apertadas”, lembrou Bruno.
Ele disse ainda que após as aulas de Educação Física, quando os meninos iam para o vestiário tomar banho, Wellington sempre saía do banheiro. De acordo com Bruno, Wellington nunca foi violento na escola, até mesmo quando os colegas faziam piadas dele. "Ele ficava com raiva, mas apenas se levantava e ia embora, caminhando".
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