Policial de folga que entrou em confronto com ladrões na Av. dos Bandeirantes terá abordagem investigada por delegacia especializada
Após a execução de uma pessoa em um cemitério de Ferraz de Vasconcelos, um caso envolvendo um policial de folga será o primeiro a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. Um policial militar rodoviário escapou de uma tentativa de assalto ontem, na Avenida dos Bandeirantes, zona sul. Abordado por quatro suspeitos, às 7h30, ele reagiu, causando a morte de um deles e a fuga dos demais. O caso foi registrado no 96.º DP (Brooklin.
O policial - que não teve o nome divulgado - estava fora de serviço e levava a namorada de moto para o trabalho no Itaim Bibi, quando notou estar sendo perseguido por duas motocicletas, cada uma com dois indivíduos. Tentou acelerar para fugir, mas, na altura da Rua Funchal, foi fechado para a esquerda por uma das motos e obrigado a parar perto do acesso à Avenida das Nações Unidas. A outra dupla deu cobertura do lado oposto da avenida.
No momento da abordagem, o policial se identificou e iniciou-se uma troca de tiros. Os bandidos fugiram após um deles ser baleado pelo policial militar. Um partiu a pé e o outro na moto usada na ação.
Kelvin Souza Santos, de 19 anos, morreu na Unidade Básica de Saúde da Lapa, na zona oeste. O policial e a mulher - que havia se jogado no chão no momento da abordagem - não se feriram.
"Foi um ato reflexo. A única alternativa foi revidar", disse o capitão Edurado Gattardo de Oliveira, do 1.º Batalhão de Polícia Rodoviária. Uma das motos usadas no assalto, uma Yamaha XT660 - de mesmo ano e modelo que a usada pelo policial - foi deixada pelos bandidos no local do crime. Segundo o capitão Gattardo, a moto poderia ser roubada.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso será encaminhado para o DHPP, apesar de a resolução publicada durante a semana não prever casos em que os policiais estivessem de folga.
PARA LEMBRAR
Testemunha fez denúncia ao 190
Na terça-feira, o Estado divulgou áudio em que uma mulher narra ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) uma execução feita por policiais militares no Cemitério das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. A testemunha permanece sob proteção de policiais da Corregedoria.
Como consequência, todos os boletins de ocorrência que registrarem casos de resistência seguida de morte na Grande São Paulo serão investigados pelo DHPP. Anteriormente, essas apurações ficavam sob responsabilidade dos distritos policiais da área em que o homicídio ocorreu. Nos distritos policiais, os casos de resistência não eram investigados porque os crimes registrados no boletim de ocorrência eram quase sempre o das vítimas que supostamente haviam trocado tiros com o policial.Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário