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sábado, 9 de abril de 2011

General de Disneylândia




“Poderíamos ter atuação mais intensa não só no entorno sul-americano, mas na África ocidental e em pontos selecionados do globo em que interesses vitais brasileiros estivessem em jogo”.

Nelson Jobim, ministro da Defesa, pronto para brincar de general na Disneylândia.




05/04/2011

às 15:24 \ Voo AF447 (Rio-Paris)

Parentes das vítimas brasileiras querem as caixas pretas do Airbus da Air France 447 sob custódia internacional e não exclusivamente francesa. Vão pedir a Dilma Rousseff.

Na sexta-feira, 8 de abril, às 14 horas, representantes brasileiros da Associação dos Familiares das Vitimas do Vôo Air France 447 vão se reunir com a presidente Dilma Rousseff e, em seguida, com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Brasília. Nelson Faria Marinho e Maarten Van Sluys, respectivamente, Presidente e Diretor Executivo da associação, eles mesmos parentes de vítimas do acidente aéreo, vão pedir para que uma junta internacional tenha a custodia das peças essenciais do Airbus A330 acidentado e que, os corpos das vítimas, como aconteceu no primeiro resgate, sejam enviados para legistas brasileiros.

A Associação teme que se as peças do avião que são fundamentais na investigação não estiverem sob a guarda internacional e se as investigações não forem acompanhadas por observadores independentes, poderá haver suspeita sobre o resultado da investigações. O Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil da França, órgão sob comando e inteiramente dependente do orçamento do Ministério dos Transportes da França, é o encarregado da apuração técnica das causas do acidente.

“Se a investigação ficar exclusivamente a cargo da França, significa dizer que eles se estão investigando a si próprios, já que participam como acionistas, tanto na fabricante Airbus como na empresa aérea Air France. Dessa forma, não consideramos a investigação isenta”, disse Maarten Van Sluys.

Corre em paralelo uma investigação do Ministério Público francês, cujos agentes estão previstos para acompanhar a quinta etapa das buscas, o resgate das peças e dos corpos, que deverá começar daqui a um mês. A aeronave acidentada, um Airbus A330 da Air France, é considerada pelas leis internacionais como território francês. Aparentemente, os destroços do avião ainda estão em águas territoriais brasileiras, a nordeste dos Arquipélagos São Pedro e São Paulo. O governo Lula concedeu a responsabilidade das investigações aos franceses. Os parentes das vitimas alegam ter havido interesses políticos e econômicos na decisão. Acham que Dilma Rousseff pode reverter a situação junto às autoridades francesas.

São as seguintes, as principais peças as quais a Associação dos Familiares das Vítimas do Vôo Air France 447:

1. Flight Data and Cockpit Voice Recorder (FDR e CVR). As famosas caixas pretas que registram a voz dos pilotos e os parâmetros do avião momentos antes do acidente.

2. Três Primary Flight Control Computers (PRIM) e dois Secondary Flight Control Computers (SEC). São cinco os computadores de bordo do Aibus, principais e secundários, responsáveis pelo controle do avião.

3. Dois Flight Management and Guidance Computer (FMGEC). Computadores que administram o sistema de navegação da aeronave.

Por Antonio Ribeiro

15/01/2010

às 16:45 \ Américas, Futebol

“Falar em desaparecidos é eufemismo”

haiti1A sensibilidade, delicadeza e elegância é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Porto Príncipe, capital do Haiti – imensa favela transformada pelo terremoto de efeito 35 vezes superior à bomba atômica de Hiroxima em campo de refugiados com milhares de mortos, moribundos, feridos, onde falta tudo e impera o sofrimento e o desespero.

E o ministro fez questão de esclarecer que “desaparecido é o termo técnico para corpos não encontrados”. Verborréia também é termo técnico.

Imaginem o que Vossa Excelência não diria nas horas graves em uma cadeira cativa verde e amarela do Conselho de Segurança da ONU.

Atualização: Os soldados das equipes de resgate de trinta países podem protocolar pedido canonização no Vaticano. Basta apresentar no guichê da Santa Sé a premissa de Jobim e o seguinte: uma semana depois do terremoto no Haiti, eles conseguiram realizar mais de 100 vezes o milagre de Jesus, segundo os evangelistas, com Lázaro.

Por Antonio Ribeiro

07/09/2009

às 13:15 \ Brasil-França

Dito e feito: Lula confirma a compra de 36 Rafale

sarkoelulabsb

“Levando em conta a amplitude das transferências de tecnologia propostas e das garantias oferecidas pela parte francesa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a decisão da parte brasileira de entrar em negociações com o GIE-Rafale para a aquisição de 36 aviões de combate”, diz comunicado conjunto do governo brasileiro e francês.

O Brasil é o primeiro comprador do miais moderno caça francês. Em 2007, o Rafale esteve perto de ser desencalhado em uma encomenda do Marrocos, mas acabou perdendo a concorrência para o rival americano F/A 18 Super Hornet. A compra dos caças franceses pelo Brasil, estimada entre 4,5 e 5 bilhões de euros, é capital para a sobrevivência da Dassault Aviation. Isto pelo volume do investimento de um projeto, iniciado em 1988, até então sem nenhumas encomenda. A compra dos 36 Rafale para Força Aérea brasileira significa a criação de 6.000 empregos na França.

O governo francês, por sua vez, manifestou o interesse em comprar — e participar do projeto — de 10 unidades do KC 390, avião de transporte militar desenvolvido pela Embraer.

Rafale, em francês, quer dizer rajada.

Por Antonio Ribeiro

19/07/2009

às 7:47 \ Brasil-França

Dois pintos no lixo


“Se entendem tão bem como dois pintos no lixo”, assim o tradutor de francês de Lula, testemunha privilegiada das conversas com Sarkozy, descreve a relação entre o presidente francês e o brasileiro. Brasil e França encetaram um namoro firme nos últimos tempos. A relação se intensificou a tal ponto que um diplomata graduado da Embaixada do Brasil em Paris clama por reforço de funcionários no palacete Schneider, construído na 34 Cours Albert Premier, sede da representação brasileira. “Estamos estourando as horas extras, é trabalho sem fim” , diz ele. Desta vez, não se trata só de vagos e enfadonhos intercâmbios culturais, há substância política e negócios pesados na mesa.

Nunca a confluência de pontos de vista do Brasil e da França foi tão estreita, seja no que respeita temas como governança internacional (G20, FMI, Conselho de Segurança da ONU), o apreço por um mundo “multipolar”, aumento no controle dos mercados financeiros, cooperação na aérea de energia nuclear, preservação da biodiversidade e mudanças climáticas. No passado, quando evocava-se a relação entre os dois países, o principal tema era divergências no comercio agropecuário. O Brasil reclamava dos subsídios que o governo francês dava aos seu produtores e das altas taxas de importação de commodities brasileiras. Essa pendenga ainda existe, mas agora foi relegada ao segundo plano.

Em franca perda de vitalidade devido um déficit público monumental (85 bilhões de dólares por ano) e um crescimento econômico pífio (1,18% do PIB em 2008), a França precisa de novos mercados. Eles estão, sobretudo, nos países emergentes. A França não tem influência nem se dá tão bem com a China, que faz o que quer. A Índia sempre foi parceiro tradicional dos inglêses por razões históricas e culturais, e com o fim da Guerra Fria, onde mantinha uma posição de pais não alinhado, mas simpáticos aos soviéticos, aproximou-se agora dos Estados Unidos. A Rússia prefere tratar mais com a Alemanha do que com a França. Sobrou o Brasil para o governo de Nicolas Sarkozy.

É neste contexto que esta previsto para a segunda semana de agosto um parecer técnico, elaborado pela Aeronáutica, sobre a concorrência para compra de 36 aviões caças no valor de 4 bilhões de reais. O Rafale, fabricado pela francesa Dassault Aviation cujo centro de produção em Mérignac tem capacidade de produzir 30 aviões por ano, atende aos requisitos formulados pelo Ministério da Defesa. O maior atrativo não é só o desempenho do avião e adequação as necessidades da Força Aérea Brasileira (FAB), mas a transferência de tecnologia. Os franceses prometem repassar o código-fonte do caça bireator aos brasileiros. A posse da informação permite, por exemplo, fabricar o Rafale no Brasil em quase total independência.

A decisão da compra dos caças, embora passe pelo escrutínio de uma avaliação técnica, é política. Quem decide, no final, é o presidente Lula. Na sua passagem por Paris, falando a respeito dos entendimentos para os modos de financiamento entre um grupo funcionários do Ministério da Fazenda e da Defesa com o governo e bancos franceses, Nelson Jobim deu uma pista. “Queremos que tudo esteja pronto até o 7 de setembro”, disse ele. A data coincide com a visita de Nicolas Sarkozy ao Brasil para inaugurar o ano do seu país no país de Lula. A escolha do Rafale são favas contadas.

Por Antonio Ribeiro

18/07/2009

às 6:05 \ Brasil-França

A cobra vai fumar


No dia 16 de julho, Veja.com revelou, com exclusividade, que a viagem de 8 parlamentares brasileiros a Paris foi paga pelo setor aeronáutico francês. A Dassault Aviation fabricante do Rafale, um dos litigantes na concorrência para escolher os 36 novos caças da FAB, no valor de 4 bilhões de reais, foi quem mais contribuiu para cobrir as despesa durante a estadia de uma semana inteira dos congressistas.

Notem bem, quem convidou os deputados foi o governo francês através do Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional (IHEDN). Quem pagou a conta foi o setor privado francês, interessado na concorrência. Os jornais brasileiros talvez por estarem acostumados com tantos despautérios de seus políticos e governantes, deram nota de pé de página.

Esta coluna tem por princípio não reproduzir reportagens de outros veículos de imprensa. Mencionamos, indicamos, fazemos referência. Nosso juízo é o seguinte: se o leitor deseja ler um texto de reportagem do O Globo, por exemplo, ele pode acessar site do jornal, comprá-lo na banca ou fazer uma assinatura. Não se trata só respeito ao direito autoral, mas ao investimento que revistas, jornais, TVs fazem em jornalismo, prática capital para a boa informação e funcionamento da democracia.

Desta vez, no entanto, dadas as circunstâncias, vamos abrir uma exceção. O blog DE PARIS reproduz abaixo um texto muito pertinente do jornalista da Folha de São Paulo, Igor Gielow. Ele aborda a questão da concorrência para compra dos caças e do lobby francês.

FOLHA DE SÃO PAULO, 18 de julho de 2009

O nó dos caças

Por Igor Gielow

BRASÍLIA – Enquanto Nelson Jobim curte suas férias na Europa, no Ministério da Defesa há uma caveira de burro monumental enterrada à sua espera. Trata-se da decisão sobre a compra dos novos caças para a Força Aérea Brasileira.

Na hipótese de a FAB selecionar o preferido de Jobim, o francês Dassault Rafale, o ministro passará um bom tempo explicando os motivos da escolha. Ele terá argumentos, mas o questionamento é certo. Se os militares forem de Gripen (Saab sueca) ou Super Hornet (Boeing americana), o abacaxi será mais espinhoso. Jobim terá de acatar algo contra o que trabalhou até aqui, que é uma parceria em todas as áreas com a França, ou então irá bater de frente com os brigadeiros e forçar a escolha pelo Rafale.

Seja qual for o cenário, é saudável a visibilidade sobre uma disputa de no mínimo uns R$ 4 bilhões – provavelmente muito mais. Em qualquer lugar do mundo, compra militar é coberta por um véu de segredo. Natural: é a segurança do país em jogo. Mas mesmo isso precisa de escrutínio público, e até aqui a FAB fez um trabalho transparente nas etapas de sua seleção. Só que agora é a hora da política, e dos pequenos ou grandes detalhes da negociação.

A revelação (adendo do blog DE PARIS: faltou a menção,”da Veja.com) de que a Dassault pagou para uma comitiva de deputados passear em Paris e ouvir sobre as virtudes do Rafale é desses detalhes. Num país sério, seria um dos grandes, e os deputados teriam de se explicar. Eles não decidem nada agora, mas será o Congresso que terá de aprovar o orçamento da FAB e os prováveis créditos extraordinários para pagar a fatura a seguir. Mas aqui é o Brasil, “pas sérieux”, como não teria dito De Gaulle. Temos de ouvir o presidente da Câmara falar em “lobby elegante e saudável”. Cabe perguntar o grau de refinamento dos próximos detalhes que podem emergir. E como os afetados irão reagir.

Por Antonio Ribeiro

17/07/2009

às 15:48 \ Brasil-França

No cardápio, o Rafale.


O ministro Nelson Jobim jantou ontem, 16 de julho, no Chateau Dassault, propriedade da família que controla o fabricante do caça Rafale, um dos três aviões litigantes, escolhidos pelo Ministério da Defesa, na concorência para renovar a esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB). O projeto FX-2 prêve compra de 36 aviões , cada um custa entre 100 e 150 milhões de dólares. Jobim vistou antes o Centro de Testes Militares Aéreos de Mont-de-Marsan, no sul da França, onde voou o jato que até hoje, além da França, nunca foi comprado por nenhuma força aérea no planeta. A agenda oficial do ministro não menciona o jantar, apenas “deslocamento para região de Saint Emilion.” Informação vaga que permite imaginar até que o ministro iria terminar sua estadia na França visitando os famosos vinhedos da região. Nada sobre o jantar. De novo, there is no free lunch.

Por Antonio Ribeiro


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