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sábado, 9 de abril de 2011

Exame detecta apneia do sono com precisão


  • 8 de abril de 2011 |
  • 23h46 |

Categoria: Saúde

Foi liberado para uso comercial em hospitais um exame que pode ajudar no tratamento de pacientes com a síndrome da apneia obstrutiva do sono, problema que afeta um em cada três paulistanos, segundo pesquisa realizada pelo Instituto do Sono com 1.042 pessoas de ambos os sexos, entre 20 40 anos.

Até agora, a técnica era usada de forma experimental no País. Com ela, é possível visualizar as vias respiratórias em condições que simulam o sono normal e localizar a obstrução da passagem de ar, o que pode ajudar a evitar cirurgias desnecessárias. O Hospital Samaritano é o primeiro a oferecer a sonoendoscopia, que é feita com a colocação de um aparelho flexível de fibra ótica no nariz do paciente.

O exame dura apenas 15 minutos, mas deve ser feito no centro cirúrgico, com acompanhamento de um anestesista. Para a sedação é usada uma substância chamada propofol. O paciente recobra a consciência assim que o anestésico é suspenso.

A técnica usada no Samaritano foi desenvolvida pelo médico Fábio Rabelo em sua tese de doutorado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). “Conseguimos encontrar a dose de sedativo capaz de simular as condições exatas do sono normal”, explica.

A sedação geralmente feita para um exame de endoscopia, diz Rabelo, induz a um sono muito mais profundo que o natural, o que poderia levar a resultados falsos.

Segundo o otorrinolaringologista Eric Thuler, a obstrução que causa a apneia pode ocorrer em diversos lugares das vias respiratórias – como a amídala, o palato mole, a base da língua e a epiglote. Cada situação requer um tratamento específico. “A cirurgia, por exemplo, só vai trazer bom resultado quando o estreitamento ocorrer na região da amídala. Com a realização da sonoendoscopia, temos visto que em mais de 40% dos pacientes o estreitamento ocorre em outros lugares”, diz.

Esse foi o caso do administrador de empresas Robério Peixinho, que em 2010 descobriu ser portador da síndrome após passar por uma polissonografia (procedimento em que uma noite de sono do paciente é monitorada). Exames adicionais mostraram que a região da amídala estava aumentada e, por isso, ele foi submetido a uma cirurgia para retirar a amídala e esticar o palato. Mas não obteve melhora.

Após realizar a sonoendoscopia, o paciente descobriu que o estreitamento ocorria na base da língua e passou a usar um aparelho oral. Só então parou de roncar.

Thuler diz que os exames normalmente usados para complementar o diagnóstico da apneia, como a tomografia, são feitos com o paciente acordado, o que não permite saber o que ocorre no sono. Ele ressalta, porém, que a sonoendoscopia não substitui a polissonografia. “É complementar.”

Uma equipe do Incor também está desenvolvendo técnica semelhante, mas com outro sedativo: o maleato de midazolam (Dormonid). Segundo o pneumologista Geraldo Lorenzi Filho, a vantagem é que esse anestésico dispensaria o centro cirúrgico e o anestesista, barateando o procedimento. “São necessários mais estudos para saber se o exame realmente consegue prever se a cirurgia vai ter sucesso”, avalia.
Karina Toledo







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