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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Com soluções tecnológicas, Ecad bate recorde nos valores distribuídos aos artistas




Publicada em 06/04/2011 às 08h29m

Carlos Alberto Teixeira

RIO - A classe artística está rindo para as paredes graças aos resultados recordes apresentados pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) para o ano de 2010. O valor distribuído no ano passado aos compositores, intérpretes, músicos, editores e produtores fonográficos cresceu 9% em relação a 2009, totalizando cerca de R$ 346,5 milhões e beneficiando 87.500 titulares. A música brasileira continua tendo destaque, já que, das obras musicais contempladas, 77% foram nacionais e 23% estrangeiras. Nos últimos cinco anos, os valores de direitos autorais distribuídos aos titulares de música aumentaram em 68%.

Alguns segmentos apresentaram significativo aumento nos valores distribuídos, entre eles: cinema (96%), carnaval (24,3%), festa junina (18,7%) e música ao vivo (11,63%). As últimas decisões do Judiciário, em favor do Ecad, referentes à execução pública de obras musicais nos cinemas, justificam o expressivo aumento nos valores distribuídos neste segmento.

Outro ponto chave para esse crescimento foi o investimento contínuo em soluções tecnológicas, sendo que a maioria delas foi desenvolvida pela equipe da própria instituição.

O trabalho do Ecad começa por estabelecer e manter atualizado um banco de dados de âmbito nacional e internacional, contendo 2,411 milhões de obras musicais, 862 mil fonogramas e 71 mil obras audiovisuais, envolvendo 342 mil titulares de música (compositores, intérpretes, músicos, editoras e gravadoras).

O escritório então monitora os locais onde são executadas essas músicas, um universo que inclui cerca de 418 mil usuários de música (rádio, TV aberta e por assinatura, promotores de shows e eventos, sonorização ambiental, música ao vivo, casas de festas, trios elétricos etc.).

Esse monitoramento inclui a identificação de cada música tocada, alimentando um registro que permitirá fazer cobrança dos direitos, arrecadar os valores pagos pelos usuários e distribuir a quantia justa aos titulares nacionais e estrangeiros. E, diferentemente da maior parte dos países do mundo, onde esse ciclo se dá semestral ou anualmente, o Ecad distribui os valores mensalmente, trimestralmente e semestralmente, de acordo com o segmento em que a música foi executada.

- Para se ter uma ideia, o repasse de direitos autorais do show de Paul McCartney, que aconteceu em novembro do ano passado, se deu menos de 30 dias após o show, ainda no mês de dezembro de 2010 - conta Mario Sergio, gerente executivo de Distribuição do Ecad.

Mas o desafio é ainda maior. Só no universo das rádios, existem 5.626 emissoras no país, das quais apenas 2.508 (44,58%) pagam ao Ecad. A meta é aumentar ao máximo esse grupo de pagantes, fazendo todos os malabarismos técnicos imagináveis, e, ao mesmo tempo, obedecendo às limitações de custo da instituição.

Uma das mais recentes conquistas técnicas do Ecad foi o desenvolvimento do "Ecad.Tec CIA Rádio", um sistema totalmente nacional, criado em parceria com o CETUC (Centro de Estudos em Telecomunicações), da PUC-Rio. Este software cria uma "impressão digital" de cada fonograma no acervo do Ecad, como se fosse o DNA daquele título.

Assim, durante o monitoramento de uma rádio ou de uma TV, é possível automaticamente calcular o DNA da música sendo tocada e comparar instantaneamente com o banco de dados, identificando de imediato a peça musical e já alimentando os registros de arrecadação e distribuição da entidade. Esse monitoramento é feito em cada uma das unidades estaduais do Ecad e as atualizações são enviadas via internet para uma central, usando circuitos da Embratel.

Mas a otimização dos processos tecnológicos do Ecad vai mais além. Os passos de arrecadação e distribuição dos direitos contam com ferramentas móveis via celular, rodando programas também desenvolvidos pela equipe do escritório.

- Nossos 124 técnicos de arrecadação e 35 técnicos de distribuição vão para o campo com uma maleta contendo um smartphone Sony Ericsson Xperia ligado à rede 3G da Claro e uma pequena impressora - explica José Pires, gerente executivo de TI e Planejamento Estratégico. - Com isso eles conseguem imprimir o boleto no mesmo instante para o usuário, conferindo ao processo uma agilidade que é aplaudida mundialmente nos congressos internacionais de direitos autorais de que participamos.

Os avanços tecnológicos têm sido um importante aliado do Ecad. Soluções como o Ecad.Tec Móvel, que permite aos funcionários externos da área de Arrecadação terem na palma da mão todas as ferramentas necessárias para agilizar o seu dia a dia, têm contribuído para o aumento da produtividade e controle das atividades. Com ele, o Ecad vem conseguindo 35% de ganho de tempo nas atividades realizadas, como cadastramento de um novo usuário, realização de acordos para recuperação de débitos e impressões de boleto bancário no ato da visita ao usuário.

Outra solução tecnológica, o Ecad.Tec Som, permite a gravação automática de shows e música ao vivo, com autonomia de até 16 horas de gravação, sem ser necessária a presença física de um técnico de gravação. Com essa tecnologia, o processo de gravação e identificação das músicas ganha em eficácia e agilidade, beneficiando a distribuição dos direitos autorais a compositores e artistas.

A tecnologia também está presente no site www.ecad.org.br , que tem contribuído para informar o público sobre o trabalho do Ecad, além de esclarecer dúvidas na seção "Fale Conosco". O site do Ecad foi visitado por internautas dos Estados Unidos, China, Austrália, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido e Japão, entre outros.

O próximo passo do Ecad é expandir seu sistema atual para capturar e identificar, também automaticamente, execuções musicais públicas em TVs e em novas mídias, ou seja, em transmissões via internet.



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