Petista fala em serenidade, mas faz apelo para conseguir vencer eleição no primeiro turno. Jornal inglês trata a ex-ministra como a ‘mulher mais poderosa do mundo’
Brasília - Preocupada com a queda de três pontos percentuais na pesquisa Datafolha, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, convocou sua militância a “ir para as ruas”. No cenário mais pessimista, se a margem de erro for calculada para dois pontos para menos, Dilma teria que disputar o segundo turno.
Dilma e Agnelo comeram pão de queijo e tomaram cafezinho em lanchonete da rodoviária em Brasília | Foto: AE
“Faço um apelo para a minha militância para ir para as ruas. Ninguém precisa perder o rumo. É manter o nível, não brigar, e ter determinação para buscar voto”, disse a candidata, comentando a queda de 54% para 51% entre os votos válidos. Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, Dilma pode ter 49% ou 53%.
Em campanha na rodoviária de Brasília, Dilma fez questão de falar várias vezes a palavra “serenidade” e ponderou: “É normal que haja subidas e descidas. Haverá outras pesquisas e vai ser um grande encontro com a democracia no domingo. Não gastem todas as emoções hoje”.
Para Cristiano Noronha, consultor de política da Arko Advice, em Brasília, faltando quatro dias de campanha, a estratégia de Dilma de mobilizar os militantes nas ruas está correta. “É importantíssimo trabalhar para reduzir o índice de abstenção nas urnas, principalmente no Nordeste, onde maior porcentagem do eleitorado declara voto em Dilma. E conquistar indecisos”.
Noronha cita o Datafolha para ressaltar a importância que esse eleitor pode ter no domingo: eles somam 24% quando o nome do candidato não é citado na sondagem. Quando é citado, os indecisos são 7% do eleitorado, dois pontos a mais do que na pesquisa anterior.
Ele recomenda também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “intensifique sua agenda” de ‘cabo eleitoral’, mesmo que sem Dilma: “A torcida do PT é que o impacto negativo dos escândalos já esteja amenizado, que o Datafolha tenha medido, na verdade, o limite de desgaste político de Dilma”. O debate de amanhã à noite ganha mais relevância, destaca Noronha.
O jornal inglês ‘Independent’ divulgou reportagem sobre Dilma no domingo, já considerando-a eleita no domingo e classificando-a como a mulher “mais poderosa do mundo”.
Quícoli depõe
O consultor Rubinei Quícoli, que denunciou o esquema de corrupção na Casa Civil, negou ter dito que o dinheiro supostamente exigido pela empresa Capital, de Saulo Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra, fosse para financiar a campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT).
“O que disse foi que o (ex-diretor dos Correios) Marco Antonio Oliveira tinha sugerido isso ao propor o pagamento da propina”, afirmou Quícoli, após depor por quase oito horas na Polícia Federal, em São Paulo.
Quícoli negou ter tido qualquer contato com os filhos de Erenice. Segundo ele, a negociação era feita somente com Marco Antonio e com o sobrinho dele, Vinícius Castro, ex-assessor da Casa Civil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário