Polícia de Contagem investiga se jogador do Flamengo está envolvido no sumiço de Eliza Samúdio, desaparecida desde quinta-feira. Bebê, que seria filho dos dois, é achado em favela
Pedro Ferreira - Estado de Minas
Publicação: 26/06/2010 15:53 Atualização: 27/06/2010 08:54
Eliza Silva Samudio teria sido espancada no sítio do goleiro, em Esmeraldas |
No Rio de Janeiro, o goleiro negou qualquer envolvimento com o sumiço da jovem. No ano passado, a Polícia Civil carioca abriu inquérito contra ele, acusado de sequestrar e espancar Eliza, quando ela estava grávida de cinco meses, e a forçado a tomar remédios abortivos. A delegada de homicídios de Contagem, Alessandra Wilke, passou o sábado investigando o paradeiro de Eliza. Quinta-feira, ela recebeu denúncia de que a mulher havia sido espancada até a morte pelo jogador, no sítio dele, localizado no Condomínio Turmalinas, no limite de Contagem com Esmeraldas, na Grande BH. Bruno Fernandes também teria ateado fogo nas roupas e pertences de Eliza Samúdio, segundo a denúncia.
Outra denúncia feita por meio do número 181 da polícia informou que o bebê teria ficado com funcionários do sítio. “Entramos em contato com a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro na tentativa de localizar familiares de Eliza, para saber se ela realmente está desaparecida. Amigas disseram que desde o dia 4 não conseguem contato com ela, nem por telefone, nem pela internet. Contaram que ela saiu do Rio convidada por Bruno para morar com a criança em Minas, para ficarem mais próximos”, disse Alessandra.
A delegada foi ao sítio de Bruno e não encontrou ninguém. A informação era de que o goleiro teria mandado todo mundo sair do local e que levassem o bebê. “Localizamos o caseiro em outro sítio e ele nos confirmou que realmente havia um bebê de colo”, disse a policial. Quando a polícia ainda estava no imóvel, um amigo do goleiro chegou, negando a existência da criança. Mas, ao ser levado à delegacia, juntamente com o caseiro, acabou confirmando que havia um bebê no sítio. Durante o interrogatório, a mulher de Bruno, Dayane, e seu advogado, telefonaram para a delegacia, negando toda a história.
Perigo
Acompanhada de dois amigos, Dayane foi à unidade policial e prestou depoimento. Na conversa, um deles confessou que a amiga combinou encontro às 19h de sexta, na BR-040, e os entregou uma criança para que fosse escondida. Ela teria dito que o menino se chamava Ryan, mas, na verdade, ele tem o nome do jogador, Bruno. “Acredito que o jogador agrediu ou mesmo matou Eliza. Ele jamais poderia aparecer com essa criança para não levantar suspeitas. Por isso, essa tentativa de ocultação do bebê”, disse a delegada Alessandra. O menino foi encontrado na madrugada de sábado na casa de uma desconhecida, pois a mulher para quem os amigos de Dayane entregaram a criança desapareceu, deixando-a com a vizinha. “Essa criança estava correndo perigo, passando de mão em mão”, disse Alessandra. “Agora, nosso trabalho está focado na localização de Elisa, ou de seu corpo”, acrescentou.
O pai de Eliza, Luís Carlos Samudio, disse que há três semanas não tem notícias da filha. “Ela se preparava para passar uns dias comigo aqui em Foz do Iguaçu este mês, assim que ficasse pronta a papelada sobre a paternidade do meu neto.” Ao saber da localização apenas da criança, ficou preocupado. “Mãe e filho sumiram juntos. Agora, só o bebê aparece, na propriedade do Bruno. Ele pode ter feito alguma com minha filha. E, se tocou num fio de cabelo dela, a justiça será feita”, disse o pai. Segundo ele, Eliza trabalha como modelo fotográfico no Rio. A polícia está rastreando os últimos telefonemas feitos por ela. A assessoria de Bruno Fernandes diz que ele treina normalmente no Flamengo e, por enquanto, não vai se pronunciar sobre o caso.
Assista à reportagem da TV Alterosa