O escritor paranaense Wilson Bueno, 61 anos, um dos mais influentes autores contemporâneos do País, foi encontrado morto, na noite de segunda-feira, em Curitiba (PR). O corpo foi encontrado no escritório do autor, em frente a seu computador, no segundo andar do sobrado em que morava, com uma facada no pescoço.
Autor de 13 livros e criador do jornal cultural Nicolau, Bueno acabara de fechar contrato para a edição de seu 14º título. O pai de Bueno faleceu há cinco meses e ele estava para receber uma herança de cerca de R$ 200 mil. A pólicia suspeita que o assassino de Bueno sabia dessas informações e invadiu o sobrado atrás de dinheiro.
Segundo o perito do Instituto de Criminalística do Paraná Edmar Cunico, Bueno foi assassinado com um golpe de arma branca no pescoço. Ele teria tentado reagir depois de ser esfaqueado. Não havia sinais de arrombamento na casa. O escritório de Bueno estava revirado e os peritos encontraram sacos plásticos vazios espalhados pelo chão, o que indica que o assassino pretendia roubar algo, mas nenhum objeto do escritor foi levado.
Bueno nasceu em Jaguapitã, no Norte Central do Paraná, em 1949. É autor de 'Bolero's bar' (1986), 'Manual de zoofilia' (1991), 'Amar-te a ti nem sei se com carícias' (2004) e 'Cachorros do céu' (2005). Outro trabalho de destaque de Bueno foi o jornal Nicolau, considerado o Melhor Jornal Cultural do Brasil pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1987. Ele também era cronista do jornal O Estado do Paraná, da revista Ideias e colaborador do caderno cultural do jornal O Estado de São Paulo.