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sábado, 10 de abril de 2010

Serra diz que 'Brasil não tem dono' e afirma: ‘Não aceito o nós contra eles’

Avanços não são conquistas de um só homem ou governo', afirmou.
'Eu quero ser o presidente da União', afirmou ex-governador.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília


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    Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma Nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão "

O ex-governador de São Paulo José Serra disse neste sábado (10), durante o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, que não vai aceitar um embate do "nós contra eles" durante a campanha eleitoral. “Não aceito o raciocínio do nós contra eles. Não cabe na vida de uma Nação. Somos todos irmãos na pátria. Lutamos pela união dos brasileiros e não pela sua divisão”, afirmou em seu discurso, realizado em um centro de convenções em Brasília. "Eu quero ser o presidente da União", disse.


“Não temos problema com o nosso passado, não temos mal entendido com nosso passado. Mas precisamos admitir que falta ainda muito o que fazer. O Brasil pode ser muito mais do que é hoje. O Brasil pode resolver problemas sem ceder à demagogia, à bravata”, disse.

Foto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO/AE

Lançamento da pré-candidatura à Presidência do ex-governador de São Paulo José Serra (Foto: Dida Sampaio/Agência Estado)

Serra iniciou sua fala pedindo um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro. Durante sua fala, o ex-governador se referiu aos avanços econômicos e sociais do Brasil, mas ressaltou que eles se devem à “estabilidade democrática, luta e trabalho.




“Não foram conquistas de um só homem ou de um só governo, muito menos de um único partido. Todas são resultado de 25 anos de estabilidade democrática, luta e trabalho. E nós somos militantes dessa transformação, protagonistas mesmo, contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso País. Nós podemos nos orgulhar disso”, afirmou.

"Às provocações, vamos responder com serenidade; às falanges do ódio que insistem em dividir a nação vamos responder com nosso trabalho presente e nossa crença no futuro", afirmou. "Vamos responder sempre dizendo a verdade. Quanto mais mentiras os adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles", afirmou, quase ao final de seu discurso."

Serra disse ainda que o respeito à democracia e ao Estado de Direito é “inegociável”. “Começamos pelo apreço à democracia representativa. A democracia devemos respeitá-la, fortalecê-la, jamais afrontá-la. Democracia e Estado de direito são valores inegociáveis, insubstituíveis”, disse.

Segundo o governador, “eleição é uma escolha sobre o futuro”. “Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com esperança no nosso futuro”, disse.


Olhando pra frente, sem picuinhas, sem mesquinharias, eu me coloco diante do Brasil, hoje, com minha biografia, minha história política e com esperança no nosso futuro

Em seu discurso, Serra lembrou ainda de sua atuação no Congresso e como ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. Ele ressaltou o apoio dos partidos de oposição a suas iniciativas, entre eles o que “tirou do papel o seguro-desemprego”, disse, que beneficia sete milhões de trabalhadores. “Todos os partidos e blocos a apoiaram.”

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    Se o povo assim decidir, vamos governar com todas e com todos, sem discriminar ninguém. Juntar pessoas em vez de separá-las; convidá-las ao diálogo, em vez de segregá-las; explicar os nossos propósitos, em vez de hostilizá-las. Vamos valorizar o talento, a honestidade e o patriotismo em vez de indagar a filiação partidária"

No Ministério da Saúde, Serra lembrou da “criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Agência Nacional de Saúde, a implantação dos genéricos, a proibição do fumo nos aviões e da propaganda de cigarros e a regulamentação dos planos de saúde”.

Ele afirmou que a saúde estagnou durante a gestão do presidente Lula. O ex-governador lembrou que quando estava à frente do ministério, ele implementou o programa contra a Aids.
“Fizemos a melhor campanha da Aids no mundo.(..) Cerceamos o abuso do incentivo ao cigarro e tabaco em geral”, afirmou.

Serra disse que um eventual governo sob seu comando seria tolerante a todas as orientações políticas. "Se o povo assim decidir, vamos governar com todas e com todos, sem discriminar ninguém. Juntar pessoas em vez de separá-las; convidá-las ao diálogo, em vez de segregá-las; explicar os nossos propósitos, em vez de hostilizá-las. Vamos valorizar o talento, a honestidade e o patriotismo em vez de indagar a filiação partidária", afirmou.

Em sua fala, Serra criticou o desempenho do atual governo na área educacional. “É preciso prestar atenção num retrocesso grave dos últimos anos: a estagnação da escolaridade entre os adolescentes. Segundo ele, é preciso “turbinar o ensino técnico e profissional, aquele que vira emprego”. O ex-governador chegou a prometer “multiplicar por dois ou três o número de alunos no país inteiro, num período de governo”.

Justiça e infraestrutura

O pré-candidato defendeu a intensificação de programas de combate às drogas, no que se refere ao combate ao tráfico e assistência aos usuários. "As drogas são hoje uma praga nacional. E aqui também o governo tem de investir em clínicas e programas de recuperação para quem precisa e não pode ser tolerante com traficantes da morte", declarou.

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    O PIB brasileiro poderia crescer bem mais se a infraestrutura fosse adequada, se funcionasse de acordo com o tamanho do nosso país, da população e da economia "

Ele defendeu ainda a certeza da punição a criminosos. "Um país só poderá atingir a paz se se existir a garantia de que a atitude criminosa não ficará sem castigo", afirmou. "Quero que meus netos crescam num país onde a lei será aplicada a todos. No país, nenhum brasileiro vai estar acima da lei. Com segurança na Justiça o Brasil pode mais.”

Serra críticou também os problemas de infraestrutura no Brasil. "O PIB brasileiro poderia crescer bem mais se a infraestrutura fosse adequada, se funcionasse de acordo com o tamanho do nosso país, da população e da economia."

Durante seu discurso, o ex-governador fez homenagens à criadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que morreu em um desabamento causado pelo terremoto que afetou o Haiti em fevereiro passado, e à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que morreu no ano passado devido a problemas cardíacos.



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