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Ciclo aborda relação entre processo penal e garantias fundamentais
Ao concentrar por dias as atenções do país numa sala de júri, o julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da menina Isabella, atraiu atenção do público para aspectos do processo penal no Brasil.Entre as questões levantadas, está a do equilíbrio entre o direito do Estado de julgar e punir e as garantias fundamentais que a lei assegura a todos os cidadãos. Esse é o mote do 2º Ciclo de Cinema do Círculo Universitário de Integração e Cultura (Cuic), que se realiza de hoje a quinta-feira no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFRGS, sob o título “Direito e Cinema – Crime, Processo e Pena”.
O evento intercala palestras e exibição de filmes. Entre os especialistas convidados, estão Kathrin Rosenfield, Danilo Knijnik, Alexandre Wunderlich, Moysés da Fontoura Pinto Neto e Tupinambá Pinto de Azevedo. Após cada palestra, haverá exibição de filmes como As Bruxas de Salem (1996), Doze Homens e uma Sentença (1957), Seção Especial de Justiça (1975) e Julgamento em Nuremberg (1961). Todos serão legendados em português.
– As narrativas artísticas desafiam sempre nossos conceitos petrificados de justiça, verdade e outros. Além disso, sociedades muito complexas como as nossas democracias acuam o direito para uma grande especialização e formação de técnicos. Esses enfoques perdem de vista o que está no centro das grandes narrativas artísticas: o problema da diferença entre direito e justiça – diz Kathrin, responsável pela palestra de abertura.
Nos próximos meses, um evento multidisciplinar do qual Kathrin é uma das organizadoras celebrará os 80 anos da publicação, no Brasil, do texto O Mal-Estar na Cultura, de Sigmund Freud.