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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Avó de Sean volta ao Brasil sem conseguir ver o menino nos EUA


Silvana Bianchi estava no país há 10 dias para ver o neto, de 10 anos.
Justiça norte-americana decidiu proibir visitas na última quinta-feira (1º).

Mylène Neno Do G1, no Rio


A avó brasileira do menino Sean Goldman, Silvana Bianchi, desembarcou na noite deste domingo (4) de Páscoa no Brasil, dizendo que sequer teve a chance de ver ou falar com o neto. “Estou profundamente decepcionada. É uma crueldade muito grande com o Sean e com a família”, disse Silvana, ao contar que foi impedida de ver o neto nos EUA.

“Meu coração de avó está profundamente triste”, desabafou Silvana, dizendo-se “revoltada”com a decisão da Justiça norte-americana da última quinta-feira (1º) de impedir sua visita ao neto. Segundo Silvana, ela estava no país há dez dias tentando ver o neto.

Para ela, no entanto, mais do que uma decisão judicial, a proibição é uma imposição do pai do menino Sean, o norte-americano David Goldman. "Acho que foi decisão pessoal dele", disse, ao afirmar que a medida contraria "todas as promessas que ele fez à Justiça, ao governo brasileiro e à imprensa de que não cortaria as relações de Sean com a família".

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    Os direitos humanos desta criança mais uma vez não estão sendo respeitados. Há 33 dias que não falo com ele"

“Os direitos humanos desta criança mais uma vez não estão sendo respeitados. Há 33 dias que não falo com ele”, reclamou a avó. "Estou muito preocupada com a saúde mental de Sean. Por que ele está escondendo o menino? Eu não sei por que".

Visivelmente abatida, ela disse que não volta aos EUA até uma decisão da Justiça. Uma nova audiência sobre o caso está marcada para 7 de maio, em tribunal norte-americano.

Justiça dos EUA proíbe visita

No sábado (3), o advogado Sérgio Tostes, que representa a família materna do menino Sean Goldman, de 10 anos, disse esperar que a decisão do tribunal de Nova Jersey, nos Estados Unidos, de impedir que a avó brasileira Silvana Bianchi visite o neto apresse a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a guarda da criança.



Segundo o advogado, Silvana praticamente não teve mais contato com o neto, desde que o STF concedeu uma liminar que determinou que Sean fosse devolvido ao pai biológico, o americano David Goldman, em dezembro de 2009.

“A decisão do tribunal de Nova Jersey descumpre a Convenção de Haia, que diz que o interesse da criança deve prevalecer sobre ações administrativas, legislativas e judiciárias. E prevê que a criança seja ouvida em processos judiciais, como temos tentado junto ao STF. Esperamos agora, que diante desse impedimento de ter contato com a família, o STF decida a questão mais rapidamente”, disse Tostes.


Reunião com pai e psicólogo
Ainda de acordo com Tostes, durante o tempo em que esteve nos Estados Unidos, a avó de Sean conseguiu apenas uma reunião com David Goldman e com o psicólogo que acompanha o menino para tratar da visita. Tostes afirmou que o psicólogo recomendou o contato da avó com Sean.

“Mesmo assim o pai resolveu impedir judicialmente a visita. A decisão da justiça americana saiu na última quinta-feira (1º), sem levar em conta que isso está prejudicando o menino” disse Tostes.

Segundo o advogado, desde que Sean deixou o Brasil, no dia 24 de dezembro, Silvana só conseguiu falar rapidamente com o menino por telefone, algumas poucas vezes. Mesmo assim, afirmou Tostes, a conversa tinha de ser em inglês para que David pudesse controlar o que o menino dizia.

O advogado diz ainda que avó materna recebeu um e-mail que o menino enviou escondido, no qual demonstrava estar vivendo nos Estados Unidos a contragosto e se mostrava aborrecido com a situação.



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