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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Chuvas em Niterói: moradores ainda esperam vistoria da Defesa Civil


Teresa Gomes e Neuza Rangel olham os quartos de sua casa  após a chuva em Niterói. Foto: Guilherme Pinto / Extra
Vídeo: morador critica prefeitura


Vinte e seis dias depois do temporal que provocou deslizamentos de barreiras e a destruição de casas na comunidade do Bonfim, no Fonseca, em Niterói, moradores do local queixam-se de ainda estarem abandonados. Segundo eles, a presença da prefeitura lá resumiu-se a uma Kombi, onde pessoas distribuíram notificações de interdições de imóveis, no último dia 16. A Defesa Civil não teria vistoriado as casas. Os moradores ainda aguardam encaminhamento para abrigos ou a inscrição para receber o aluguel social.

— Os moradores foram chamados pelos ocupantes da Kombi e forneciam seus endereços. Em troca, recebiam a notificação e a assinavam. A promessa era de que a Defesa Civil estava vindo, por isso quase todo mundo foi até a Kombi. Mas como nada mais aconteceu, a certeza que temos agora é de que a prefeitura distribuiu essas notificações para se eximir de qualquer responsabilidade caso um novo desastre aconteça — disse o assistente social João Evaristo da Silva, de 47 anos.

Lama de encosta
Abrigado no Colégio Municipal Ernâni Moreira Franco, que fica no Bonfim mesmo, o autônomo Sandro Vinícius Muniz Villa Nova, de 37 anos, vai todos os dias à sua casa na comunidade para tentar tirar a camada de lama que tomou conta dos aposentos. Ele nem sequer considera a hipótese de abandonar o local.

— Não peguei a notificação e, como não houve vistoria da Defesa Civil, acho que está tudo bem com a minha casa — disse.

O Ministério Público de Niterói enviou uma recomendação à prefeitura e à Companhia Municipal de Limpeza Urbana pedindo a interdição do aterro sanitário do Morro do Céu, no Caramujo. O objetivo é evitar lesão ao meio ambiente e aos patrimônios público e social da cidade.

— Para encerrar todos os problemas enfrentados hoje, a recomendação é de que o lixão seja interditado definitivamente. Ele poderá operar em área ambientalmente correta, ainda que na mesma região, mas não mais no vazadouro atual, que já está saturado — disse o promotor Luciano Mattos de Souza, que cobrou da prefeitura uma resposta em 20 dias.

Na quarta-feira, o secretário de Serviços Públicos de Niterói, José Mocarzel, disse ao promotor que estima que cerca de 3 mil casas estejam em áreas de risco na cidade.



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