Com um caso diagnosticado de leucemia mieloide aguda, atriz passa por quimioterapia, está isolada em um quarto no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, mas não deixa de falar com o filho, o pequeno Mateus, adotado há 11 meses, todo dia, por telefone
Foto: Fernando Lemos
Internada desde a noite de quarta-feira (10) no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, após descobrir que está com leucemia, a atriz Drica Moraes, 40 anos, está otimista com o tratamento que começou no dia 13, que inclui sessões de quimioterapia nesta fase inicial. Ela está sendo acompanhada por seu médico particular, Wolmar Pulcheri, especializado em hematologia. Após realizar exames mais específicos, quando foi encontrada alteração nos glóbulos brancos em seu hemograma, a atriz recorreu a um segundo exame em um laboratório do Rio de Janeiro.
Boa voz e sem enjoos
Detectado o caso de uma leucemia mieloide aguda, a atriz foi internada para iniciar os tratamentos. De acordo com a empresária da atriz, Fernanda Ribas, ela já vinha se sentindo debilitada até sentir dores no corpo, tonturas e sofrer um desmaio na noite de quarta-feira, quando foi levada ao hospital. A atriz ainda não tem previsão de alta hospitalar, mas está com uma boa voz, reagindo bem ao tratamento, disposta e seus enjoos pararam. ''Ela mesma nos ligou hoje para falar que está se sentindo bem e otimista. Temos encaminhado para ela todos os recados de amigos e fãs que estão se manifestando por e-mail e telefonemas. Ela tem acessado a internet no hospital e está feliz com todo esse carinho e preocupação'', explicou Rafael Barcellos, assessor de imprensa da atriz, na sexta-feira (19).
Família no hospital
Na manhã de sexta-feira (12), Drica se submeteu a uma cirurgia para implantar um cateter para receber medicamentos e soro diretamente na veia, procedimento usado nesses casos pelos médicos para dar conforto ao paciente, que recebe várias doses de remédio e de soros para se hidratar durante o tratamento. A atriz também passou por uma transfusão de sangue. A pedido dos médicos, agora a atriz não pode mais receber visitas, devido à baixa imunidade e ao início do tratamento.
Mesmo sem poder vê-la, a família da atriz se mantém no hospital para ficar perto dela, como o pai, o arquiteto Gustavo Moraes Rego, 61, a mãe, Clarissa Gaspar, 63, e a irmã, Alessandra. Ela tem ainda cinco irmãos, Pedro, Diogo, Bruno, Eduardo e Gabriel, que se revezam no hospital. Todos estão sensibilizados com a doença e por isso não querem falar sobre o assunto. ''É um momento muito delicado para a família, que pediu a compreensão de todos'', explicou o assessor de Drica. O filho da atriz, Mateus, adotado por ela no ano passado e que completou 1 ano há duas semanas, não esteve no hospital por ser muito pequeno, mas a atriz fala com ele por telefone para matar a saudade. Enquanto isso, ele fica hospedado na casa da avó, que se reveza com mais familiares para cuidar do menino.
Segundo especialistas, no caso de Drica, a paciente se submete a sessões de quimioterapia para ''limpar'' o sangue, ou seja, eliminar as células cancerígenas. Médicos hematologistas explicaram que os irmãos do mesmo pai e da mesma mãe são os possíveis doadores diretos de medula óssea e neste momento já devem estar passando por exames para analisar os casos de compatibilidade.
Uma pessoa próxima à atriz disse que o cabelo dela começou a cair, um efeito colateral comum durante a quimioterapia, e que a família está providenciando uma peruca a pedido dela. Amigos dizem que Drica é uma pessoa muito querida por todos e que é uma espécie de mãezona dos irmãos dela.
Drica chegou a ficar preocupada com as manifestações pela internet para doação de sangue no nome dela, já que as bolsas de sangue só podem ficar guardadas até quatro dias e não quer desperdiçar. Na quinta-feira (11), amigos da atriz se mobilizaram por meio do Twitter para pedir doações de sangue após saberem da doença. ''Doem sangue para a atriz Drica Moraes (Adriana Moraes Rego Schmidt) no Gávea Medical Center! É na Lagoa Barra, sangue B ou O. Repassem!'', postou o ator Pedro Neschling.
Querida por todos
Outros atores aderiram à corrente e repassaram o recado como Bruno Gagliasso, Carolina Dieckmann, Carol Castro, Fiorella Mattheis, Bruno Mazzeo e o autor Walcyr Carrasco. ''Não doei sangue porque não tenho peso, mas fico feliz de ter ajudado nessa campanha de conscientização. Os créditos são da Drica, por ser tão querida por todos'', explicou Pedro. ''A última vez que nos falamos, senti sua alegria porque estava adotando uma criança'', disse Walcyr.
Separação e adoção
No ano passado, Drica passou por uma fase conturbada em sua vida. Pouco tempo antes de conseguir a adoção de Mateus, na Bahia, a atriz se separou do produtor cultural Raul Schmidt, 51, com quem foi casada por cerca de cinco anos, até o início de 2009. Eles chegaram a morar juntos por dois anos na Inglaterra e aguardavam o processo de adoção já há alguns anos. Logo depois da separação, Drica foi hospitalizada com problemas renais no Rio. Curada a doença, ela foi surpreendida com a notícia de que poderia adotar a criança. ''É uma renovação do olhar. Desde que sou mãe, passei a valorizar a saúde e a felicidade. A gente também se cuida mais e fica mais responsável. Estou cheia de amor para dar. Mateus só me traz felicidade. É uma bênção em minha vida e a coisa mais linda do mundo!'', comentou a atriz, no ano passado. Mateus chegou aos braços de Drica com apenas 1 mês.
Papel de mãe
A atriz se afastou da TV em 2009, depois de gravar a série da Globo Decamerão, para se dedicar à maternidade. Ela está no ar em Alma Gêmea, novela de Walcyr Carrasco, reprisada no Vale a Pena Ver de Novo. No ano passado, Drica participou de filmes como O Bem Amado e O Doce Veneno do Escorpião, previstos para estrearem este ano.
Leucemia tem tratamento
A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma doença originada de uma alteração adquirida (não hereditária) do DNA de células precursoras de células sanguíneas da medula óssea. A leucemia mieloide aguda é mais comum em adulto, representando 65% de todos os casos de leucemia diagnosticados. A leucemia é caracterizada pela produção anormal ou acúmulo de um ou mais tipos de glóbulos brancos. O crescimento do número de células leucêmicas prejudica a medula, que fica incapacitada de manter a produção de hemácias, plaquetas e glóbulos brancos. ''Há 25% de cura apenas com quimioterapia. É preciso identificar o subtipo de leucemia do paciente, pois pode ser de baixo grau, de grau intermediário e de alto grau. No primeiro caso, o tratamento de quimioterapia é suficiente para a recuperação. Se for de alto grau, é preciso analisar possíveis doadores. Hoje, a leucemia não é mais diagnóstico de morte'', explica a hematologista Carla Boquimpani, do Hemorio.
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