Ao menos 20 casas foram interditadas e outras 280 sofreram algum tipo de dano por conta das obras da futura estação Butantã da linha 4-Amarela do metrô, na zona oeste de São Paulo. Reportagem de Talita Bedinelli e Ricardo Sangiovanni na Folha revela que há casas com o piso afundando, com paredes rachadas e até escoradas com pedaços de ferro para não cair.
A reportagem pode ser lida na Folha, cuja íntegra está disponível para assinantes do UOL e do jornal. A Folha desta terça-feira já está nas bancas.
Os estragos provocados pela obra, que começaram a aparecer em maio de 2007, estão se ampliando desde setembro deste ano. Segundo os moradores, os danos nas casas começaram a aparecer depois que o Consórcio Via Amarela --responsável pela obra-- iniciou serviços de reparação em um dos túneis da futura estação.
O reparo teve que ser feito em 40 metros do túnel, em área próxima à rua Sapetuba. Casas localizadas entre as ruas Alvarenga e Martins apresentam rachaduras, infiltrações, rompimento de canos e comprometimento da estrutura, causando a interdição dos imóveis.
Moradores afirmam que todas as reformas serão feitas pelo consórcio depois que as escavações do túnel do metrô terminarem. O Consórcio Via Amarela --formado por Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Alstom-- não se manifestou oficialmente. Até agora, não há nenhum documento garantindo que o consórcio realizará os reparos nas casas afetadas.
Tragédia
Em janeiro de 2007, uma obra da futura estação Pinheiros, também na zona oeste, cedeu e matou sete pessoas. Na ocasião, a parede de um dos poços --usados para entrada de máquinas nos túneis-- cedeu.
A junção de três "surpresas" geológicas não-detectadas é o principal argumento dado pelo Consórcio Via Amarela para uma cratera que se formou nas obras da linha 4-amarela.
Em laudo, divulgado em julho, o consórcio defendeu que três fatores geológicos que, agindo de forma combinada e que não teriam sido detectados antes, provocaram o colapso da estrutura do túnel.
Para o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), 11 problemas levaram à tragédia, entre eles o descumprimento do projeto pelas empreiteiras. Diante do risco e de sinais de alerta do colapso, elas também deixaram, diz a conclusão do IPT, de adotar providências para a sustentação da obra antes de prosseguir com a detonação de explosivos.
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