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terça-feira, 23 de setembro de 2008

País volta a ter Dia sem Carros mas em Lisboa reinou o caos

País volta a ter Dia sem Carros mas em Lisboa reinou o caos


PATRÍCIA JESUS
RODRIGO CABRITA
Iniciativa. Lisboetas criticaram falta de informação

País volta a ter Dia sem Carros mas em Lisboa reinou o caos
José Martins foi um dos muitos condutores surpreendidos ontem pelo corte do trânsito nas ruas do Ouro e da Prata e no Rossio, no âmbito do Dia Europeu sem Carros. Parado no trânsito no Terreiro do Paço, o operário da construção civil explicou ao DN que acha a iniciativa positiva, mas que "para quem precisa de andar de carro é complicado". Para evitar complicações, muitos dos 59 municípios que aderiram à iniciativa concentraram as principais medidas no fim-de-semana. No Porto, onde não houve corte de ruas ao trânsito, apenas a chuva prejudicou o tráfego.

Assim, a iniciativa teve mais visibilidade na capital mas não necessariamente pela positiva: circular de carro na Baixa foi mais difícil, já que a maior parte das pessoas com quem o DN falou não tinha conhecimento das alterações: acabaram por "andar às voltas" à procura de alternativas. Esse era o grande risco da iniciativa, explicou na véspera Francisco Ferreira, da Universidade Nova, coordenador de um estudo sobre a qualidade do ar em Lisboa: "O único perigo é as pessoas não estarem devidamente informadas e nesse caso até vai piorar a situação porque vão andar às voltas."

O investigador salientou que "qualquer medida deste tipo, para não ser contraproducente, tem de ser bem divulgada e explicada para que as pessoas possam decidir antecipadamente o percurso". Para o CDS, fechar as ruas da Baixa ao trânsito foi um show-off que tornou "as avenidas da Liberdade, 24 de Julho e Infante D. Henrique um caos". Já Mário Alves, da câmara, que também apresentou outras medidas considera que "a cidade funcionou de forma relativamente normal" mas deixa o balanço para hoje.

Dados preocupantes

Segundo os dados revelados ontem pela Quercus, no âmbito de uma iniciativa de sensibilização em Lisboa, a avenida lisboeta é "o ponto do País com níveis mais preocupantes" de partículas emitidas pelos escapes, nocivas para a saúde: no ano passado houve 149 dias em que excedeu o valor limite diário e este ano já vai em 55 , quando a lei permite apenas 35 dias por ano.

No Norte a situação mais grave é Vila do Conde, que já teve 47 dias "negros". Paio Pires, no Seixal, e Espinho, são as outras duas estações que já ultrapassaram os 35 dias com valores "fora da lei". Hélder Spínola explica ainda que muitas vezes não estamos a falar de valores próximos do limite (50 microgramas por metro cúbico). "Há casos em que é o dobro", diz.

O secretário de Estado do Ambiente reconhece que existem situações graves de falta de qualidade do ar em alguns locais de Lisboa e Porto e responsabiliza o "trânsito automóvel". "Os locais estão diagnosticados" e desde Agosto que estão em curso os "Planos para a Melhoria da Qualidade do Ar, garante Humberto Rosa.|

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