Após bloqueio de bens, Correa expulsa Odebrecht do Equador
Presidente acusa construtora brasileira de falhas na construção da segunda maior hidrelétrica do país
Agências internacionais
Correa ordenou nesta terça-feira, 23, a militarização imediata das obras que estão sob responsabilidade da Odebrecht, entre elas uma outra hidrelétrica, uma rodovia e um aeroporto. Os funcionários da empresa também foram proibidos de sair do país.
O governo exigia que a empresa assumisse o pagamento das indenizações pela paralisação da hidrelétrica de San Francisco, de 230 megawatts de potência, além da devolução de um prêmio dado à empresa pela entrega antecipada do projeto.
Segundo Correa, a Odebrecht, que tem um longo histórico de construções no país, é investigada no Equador por corrupção. Ele declarou que algumas obras eram concluídas com "um terço de capacidade e o triplo de custo."
San Francisco é a primeira usina no mundo totalmente subterrânea, programada para responder por 12% da energia hidrelétrica do país. Está localizada ao lado do vulcão Tungurahua, a 220 km de Quito, e usa águas do Rio Pastaza.
Segunda maior hidrelétrica do país, a usina custou mais de US$ 338 milhões e somente os reparos estão orçados em aproximadamente US$ 12 milhões, segundo o Conselho Nacional de Eletricidade do Equador (Conelec).
Desde 6 de junho a usina vem apresentando falhas técnicas que a obrigaram a interromper a geração, colocando em risco o abastecimento de energia do país andino. A companhia brasileira está no Equador há 20 anos e possuía outras 4 obras em andamento, onde empregava 3 mil trabalhadores.
Em nota divulgada nesta terça, a Odebrecht afirma que o consórcio do qual participa naquele país "continua com seu compromisso" de normalizar a operação da hidrelétrica San Francisco "o mais breve possível". Segundo a empresa, a proposta feita pelo consórcio Odebrecht-Alstom-Va Tech foi "altamente positiva" para o governo equatoriano e "resguarda possíveis perdas da Hidropastaza", proprietária da hidrelétrica.
Entre outros pontos, a Odebrecht afirma que uma proposta de acordo feita pelo consórcio envolve "depósito em conta de uma garantia de US$ 43 milhões e contratação de auditoria internacional independente" para determinar as responsabilidades das partes envolvidas.
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