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Rio de Janeiro, 22 Set (Lusa) -- Cinco filmes portugueses serão exibidos na 10.ª edição do Festival de Cinema do Rio, um dos mais importantes encontros de cinema da América Latina, que começa no próximo dia 25.
Entre os filmes de realizadores portugueses seleccionados para a mostra está "Julgamento", a sexta longa-metragem de Leonel Vieira (2007) que aborda o período de repressão salazarista e as vítimas da PIDE, antiga polícia política.
Além de "Aquele querido mês de Agosto", de Miguel Gomes (2008), êxito de bilheteira nas salas de cinema de Portugal, este filme passa também pela América do Norte onde estará presente no Festival Internacional de Cinema de Vancouver, no Canadá.
"Call Girl", realizado por António Pedro Vasconcelos (2007), feito em co-producção luso-brasileira da MGM Filmes e da Lagoa Cultural, foi visto por mais de cem mil pessoas apenas nas duas primeiras semanas de exibição em Portugal, e participou também no World Film Festival de Montreal.
Estão também incluídos na lista a curta-metragem "The Champion", de Rui Avelans Coelho (2008) e o filme "A Corte do Norte" de João Botelho (2008), com uma história adaptada do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, que tem estreia em Portugal agendada para 13 de Novembro e será também destaque no Festival de Cinema de Nova Iorque.
Segundo a directora executiva do Festival do Rio, Ilda Santiago, um dos objectivos do evento é promover intercâmbios bilaterais entre países, principalmente entre Brasil e Portugal, devido à proximidade da língua.
"Todos os anos procuramos fazer uma selecção simbólica do que Portugal está a produzir e fazer uma conexão com o público brasileiro. Uma das funções do festival é fazer a ponte entre os dois países. Portugal é um país que queremos ter sempre muito bem representado no festival não só pelo facto de estarmos a falar a mesma língua como pelo que o país significa em termos de producção audiovisual", disse à Agência Lusa.
A organizadora do evento afirma que ainda há um desequilíbrio entre Portugal e Brasil no âmbito cinematográfico e audiovisual: "O mercado de mesma língua deve merecer grandes reflexões para tornar ambos os países co-ligados. Existe um reconhecimento da cultura brasileira em Portugal, mas talvez haja um desconhecimento de Portugal por nós, pois aqui circula menos informação do país. O Brasil precisa de conhecer mais Portugal."
Este ano, cerca de uma dezena de produtores portugueses e representantes do mercado audiovisual luso estarão no Rio de Janeiro para conversações com produtores brasileiros no sentido de fomentar e aprimorar o acordo bilateral de co-producção, distribuição e comercialização.
Para Ilda Santiago, a organização do festival tem como função preservar a língua e, para isso, o cinema deve ser estimulado como política estratégica para fazer uma "ponte" entre as culturas.
"Ao longo de cem anos de existência do cinema, o seu objectivo é também construir imagens entre povos e abrir cada vez mais portas", realçou.
Na noite de abertura do festival será exibido a longa "Última Parada: 174", de Bruno Barreto, escolhido para ser o representante brasileiro e concorrer a uma das cinco indicações ao Oscar 2009 de melhor filme em língua estrangeira.
Este ano, o país homenageado será o Reino Unido e haverá uma mostra de retrospectiva especial dedicada ao cineasta Derek Jarman e aos irmãos Taviani. Além disso, serão exibidos diversos premiados no Festival de Sundance, o maior evento de cinema independente nos Estados Unidos.
O Festival do Rio ainda presta um tributo ao centenário da Imigração Japonesa, com filmes de principais realizadores nipônicos como Masahiro Kobayashi e Yoji Yamada.
Haverá também ciclos de palestras, debates e encontros para intercâmbios entre produtores brasileiros, distribuidores e compradores do mundo inteiro para discutir oportunidades do cinema digital e direitos de imagem e publicidade.
Até ao dia 9 de Outubro serão apresentados 350 filmes de mais de 60 países em 30 salas de cinema, espaços e centros culturais da cidade do Rio de Janeiro.
FO.
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