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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Escola de música centenária é despejada em SP


Segundo direção do conservatório, há ordem judicial para a desocupação.
Conservatório Dramático Musical tem 102 anos. Área dará lugar a uma praça.
Do G1, em São Paulo

Foto: Paulo Liebert/AE
Paulo Liebert/AE
PM acompanha despejo de conservatório (Foto: Paulo Liebert/AE )
Agentes da Prefeitura de São Paulo foram, neste sábado (28), até a sede do Conservatório Dramático Musical, no Centro da capital. Segundo o diretor da instituição, Júlio Navega, os agentes, acompanhados de policiais, retiraram materiais e equipamentos do local.

“A juíza deu a emissão de posse e a Prefeitura pediu um aditamento para entrar com reforço policial e ter o direito de arrombamento”, disse Navega.

A Prefeitura pretende desapropriar o prédio do conservatório, tombado pelos órgãos de proteção do patrimônio histórico, para construir a Praça das Artes. Foi decidido na Justiça que todo o acervo da entidade e o prédio onde ela está instalada serão desapropriados. Segundo o Conservatório, seu acervo possui cerca de 7 mil volumes, que foram avaliados pela Prefeitura em R$ 170 mil. O conservatório funciona há 102 anos.

Por volta das 14h30, Navega informou que estava tentando entrar em contato com o advogado da instituição para saber que providências iria tomar. “Não se sabe o que vai acontecer agora com os alunos e com a escola. É muito estranho o que ocorre ali naquela área. Essa pressa em tirar o conservatório de lá”, disse.

Segundo ele, a Prefeitura havia informado que iria “tolerar” o funcionamento do conservatório até o dia 27 de junho por causa das aulas dos alunos. Com o final do semestre, o prazo de espera foi encerrado.

A reportagem do G1 tentou entrar em contato com a Secretaria Municipal de Cultura, mas até a publicação desta notícia não havia conseguido.


Kassab projeta Praça das Artes Fonte: Folha de S. Paulo

A Prefeitura de São Paulo quer converter a vizinhança do Theatro Municipal no projeto cultural mais ambicioso da gestão de Gilberto Kassab (DEM).
Chamado de Praça das Artes, o complexo reúne um edifício novo de 28,5 mil m2, a recuperação do Conservatório Dramático Musical, um prédio do século 19 que está deteriorado, e o uso da fachada do Cine Cairo, já que o interior está em ruínas. Lá ficarão as sedes da Sinfônica Municipal, da Orquestra Experimental, do Coral Lírico, do Balé da Cidade e do Quarteto de Cordas.

"É uma espécie de Juilliard School para São Paulo", diz o arquiteto Marcelo Ferraz, referindo-se ao complexo de Nova York que abriga escolas de música e de dança. Ferraz criou o projeto com Francisco Fanucci e Marcos Cartum. A obra total custará R$ 61,5 milhões, a serem gastos em três anos. Só faltam duas desapropiações.

A licitação será lançada nos próximos meses. Se o projeto for feito integralmente, a Praça das Artes ligará a rua Conselheiro Crispiniano ao vale do Anhangabaú. A avenida São João seria o terceiro vértice do triângulo. Os prédios vizinhos ao Cine Cairo já foram desapropriados. A área pode abrigar praça e prédios.

DEPOIS DO ROUBO
O Masp está tomando providências para a reabertura na próxima terça-feira. Uma câmera de vídeo foi instalada numa parede lateral do prédio, perto de uma porta onde já houve uma tentativa de arrombamento. Algumas salas ganharam sensores sonoros, que emitem sons quando o visitante chega perto de uma obra. A porta de vidro do térreo agora tem cadeado.


Prefeitura decide criar uma Praça das Artes englobando o
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo

Fabio Mattos

Prefeitura propõe transformar quarteirão do Conservatório em pólo cultural Praça das Artes

Com o processo de requalificação do Centro de São Paulo em andamento, surge mais um projeto com o objetivo de dar uma nova vida a logradouros, prédios e equipamentos instalados na área central. Prefeitura decide pela criação de uma “Praça das Artes” no quarteirão entre a Avenida São João e as ruas Formosa e Conselheiro Crispiniano. O projeto apresentado pelo poder executivo tem como principal objetivo dar um novo uso ao prédio do Conservatório Dramático e Musical, que chega quase inoperante aos cem anos neste 2006.

Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), o prédio – hoje nas mãos da fundação que administra o conservatório – após ser desapropriado pela Prefeitura sofreria uma grande reforma para então receber a Escola Municipal de Música e o Balé da Cidade, que seriam instalados no lugar. Em seus tempos áureos passaram pelo conservatório alunos como Mário de Andrade e Camargo Guarnieri, quando o prédio abrigava 25 salas de aula, um auditório com 400 poltronas e uma biblioteca de 19 mil livros, muitos deles raros.

No entorno do equipamento outros prédios também estariam na lista de desapropriações, como é o caso do Cine Saci, um cinema pornô que fica ao lado do Conservatório. No lugar do cinema, o projeto, elaborado pelo arquiteto Marcos Cartum, prevê a construção de um anexo onde seria criado o “Centro de Documentação Artística”. O lugar, além de conter um vasto acervo do balé e do conservatório, funcionaria como uma espécie de extensão do Teatro Municipal, com salas de ensaio para a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coral Lírico e o Coral Paulistano, o que poderá dar maior fluxo à programação do teatro.

A proposta, encabeçada pela Secretária Municipal de Cultura, contempla ainda a recuperação de um espaço arborizado existente nos fundos do conservatório, a construção de uma galeria para exposições e de uma garagem subterrânea na Rua Conselheiro Crispiniano, reivindicação antiga dos freqüentadores do Teatro Municipal. A expectativa é de o projeto “Praça das Artes” saia do papel em dois anos. Hoje a obra estaria orçada em R$ 7,5 milhões, a serem pagos com recursos de um convênio da Prefeitura com a Comunidade Européia e com o empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a requalificação do Centro.


Kassab, Lula e Serra: rindo de quê?


"Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e já mudou", dizia o mineiro e udenista Magalhães Pinto (1909-96), fundador do finado banco Nacional.

A questão em relação à foto acima é se ela é somente produto dessa instável meteorologia política ou de uma mudança mais estrutural, como o aquecimento global. Seria finalmente a convergência das três principais forças políticas mais ou menos organizadas e representativas do país?

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, é do DEM, ex-PFL. Lula é do PT e Serra, do PSDB. Os três não apenas trocaram risadas e muitos elogios na semana passada como anunciaram um investimento conjunto de R$ 3,3 bilhões em saneamento e habitação.

É significativo que as obras, na agenda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), serão feitas em uma das principais favelas de São Paulo, Heliópolis, onde a trinca fez questão de posar junta.

É importante também que parte da obra seja de saneamento. Pois é famoso o cinismo eleitoral em relação ao setor, dando conta de que canos de água e esgoto, escondidos entre paredes ou debaixo da terra, não são bons puxadores de votos.

É incrível quanto tempo o Brasil perdeu até se chegar à cena dessa foto, onde representantes da ex-direita (DEM), do ex-centro (PSDB) e da ex-esquerda (PT) sentam juntos em uma favela. A convergência entre os três partidos e suas respectivas canetas poderia ser bem mais produtiva do que tem sido. E menos envergonhada.

O caso é tão patente que PT e PSDB estão lançando juntos um candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, por um terceiro partido, o PSB. A candidatura de Lacerda em BH é perfeitamente cabível se for considerada a evolução das idéias no Brasil pós Plano Real. Mas soa bizarra quando se olha para a cena nacional.

Hoje, o governo do PT tem o apoio na Câmara de mais de uma dezena de partidos, onde o PMDB é seu esteio. Já DEM e PSDB são a pedra no sapato.

Embora descrito como o mais fisiológico de todos, o PMDB foi também o partido que deu sustentação aos tucanos sob FHC, cobrando alto preço em ministérios e cargos.

Já os oposicionistas DEM e PSDB têm juntos na atual Legislatura 114 deputados. É mais do que os 105 do bloco liderado pelo PMDB e do que os 80 do PT. No entanto, jogam contra. E muitas vezes com uma estridência vazia que faz lembrar o velho PT...

É triste. Abandonada a idéia da reforma política, resta aos coitados dos eleitores-contribuintes olhar para as nuvens e rezar por tempo bom.


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