- 14 de agosto de 2011 |
- 23h40 |
BRUNO LUPION
Ventos separatistas sopram na zona oeste da capital paulista. Moradores da Pompeia e de Perdizes, hoje submetidos à Subprefeitura da Lapa, querem declarar sua independência e criar a Subprefeitura da Pompeia. Eles reclamam que são discriminados pela atual administração regional e ressaltam que seu bairro tem riqueza e problemas suficientes para ganhar um gerente próprio.
A Subprefeitura da Lapa administra uma faixa que vai desde o bairro do Jaguaré, na margem oeste do Rio Pinheiros, no limite com Osasco, até Santa Cecília, no centro. São 40 km² de área e 255 mil moradores. Para o Movimento Pompeia Independente (MPI), é demais. “Do jeito que está, a sub da Lapa abraça tudo e não resolve nada”, afirma o advogado e contador Antonio D’Agosto, de 48 anos, que encabeça o movimento.
A proposta do MPI é juntar Água Branca, Pompeia, Perdizes e Sumaré, hoje pertencentes à Subprefeitura da Lapa, e o Sumarezinho, atualmente na Subprefeitura de Pinheiros. A Subprefeitura da Pompeia teria cerca de 10 km² e pouco mais de 100 mil moradores. Seria a menor da cidade – desbancando a do Jabaquara, com 14 km² – e a menos populosa, posto ocupado hoje por Perus, com 148 mil habitantes.
Para divulgar a ideia, D’Agosto distribui panfletos no comércio local e vai às feiras livres fazer corpo a corpo – em seis meses, diz ter reunido cerca de 3 mil apoiadores. O advogado acusa a administração da Lapa de não tratar todos os bairros com a mesma atenção. “Quando você solicita algum serviço e diz que é da Pompeia, fica relegado a segundo plano.”
Ele reclama, ainda, da falta de ações do poder público para resolver problemas como enchentes, poda de árvores e coleta de lixo. Por outro lado, lembra que a área tem shoppings, empresas, hospitais e universidades, que geram arrecadação para a Prefeitura.
Joyce Pedroso, costureira de 25 anos, diz que os funcionários da administração da Lapa têm “preconceito” com seu bairro. “Eles acham que todo mundo que mora na Pompeia tem dinheiro e pode se virar sozinho.” A Subprefeitura da Lapa nega discriminar moradores e afirma que atua igualmente em todos os distritos.
Mas a proposta não tem unanimidade entre especialistas. O urbanista e ex-vereador Nabil Bonduki acredita que, mais importante do que abrir novas subprefeituras, é fazer as atuais funcionarem. “A Subprefeitura da Lapa é uma das mais estruturadas da cidade. Na periferia, por exemplo, elas são muito mais carentes e há mais demandas por requalificação urbana”, diz o ex-vereador.”
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