Artistas gravam mensagens para o ator
Foto: Divulgação
Rio - Só na tarde desta segunda-feira que o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, deve divulgar um novo boletim sobre o estado de saúde do ator Reynaldo Gianecchini, que também deve iniciar um tratamento à base de quimioterapia hoje contra o câncer no sistema linfático, do tipo Não-Hodgkin, descoberto no último dia 4. Mas ontem, no ‘Fantástico’, o programa exibiu uma reportagem sobre a doença e artistas como Ana Maria Braga, Herson Capri e Neguinho da Beija-flor, que já tiveram câncer, prestaram solidariedade a Giane.
“Levei um baque quando descobri o meu. Pensei: ‘Por que eu?’ A gente tem que enfrentar o inimigo de frente. A mente comanda o corpo”, disse Ana Maria. Já Neguinho contou como fez para driblar a doença. “O pior é receber a notícia. Você chora no primeiro dia, chora no segundo. Mas no terceiro começa a encarar”, disse o cantor. Antes disso, no ‘Domingão do Faustão’, o apresentador Fausto Silva fez questão de mandar um recado para Giane: “Ele vai enfrentar essa doença com altivez, já superou muitos preconceitos. O Brasil inteiro vai fazer uma oração”, disse Faustão.
Muito querido pela família e amigos, o ator recebeu as visitas de Marília Gabriela, Elias Gleizer e da mãe, Dona Heloísa, no fim de semana. Em entrevista à ‘Veja’, ontem, a irmã do galã, Roberta, disse que a família ainda está muito assustada com a notícia. “A doença do Reynaldo foi um baque porque ele é muito jovem”, desabafou ela. De acordo com a revista, os primeiros sinais de que havia algo de errado com a saúde de Gianecchini surgiram em junho, quando ele interrompeu os ensaios da peça ‘Cruel’, em São Paulo, para operar uma hérnia na virilha direita.
Já a reportagem do ‘Fantástico’, que entrevistou a hematologista Yana Novis, que está cuidando pessoalmente de Gianecchini, falou sobre a gravidade desse câncer, que pode se espalhar pelo corpo todo, mas também trouxe um alento. “É um dos mais curáveis do mundo. Ainda mais se descoberto cedo”, disse Yana.
Quimioterapia é adiada
O início do tratamento de quimioterapia do ator foi adiado devido a uma infecção na garganta. Segundo o médico David Uip, responsável pelo tratamento, a quimioterapia pode afetar partes saudáveis do corpo. Assim que a infecção for combatida, a sessão de quimio será realizada.
Globo ofereceu pagar tratamento para Gianecchini nos Estados Unidos
O pai do ator, que está em tratamento contra câncer no fígado, falou com o filho pelo telefone
Reynaldo Gianecchini vai enfrentar um tratamento de câncer (Divulgação)
A rede Globo ofereceu ao ator Reynaldo Gianecchini arcar com todos os custos de um tratatamento nos Estados Unidos, mas o ator negou, conforme conta seu tio materno, Ângelo Fernandes Júnior. "Ele não quis ir para ficar mais perto da família e também por confiar nos médicos que estão cuidando de seu caso", diz Júnior. O tio também confirmou que as sessões de quimioterapia irão começar no início desta semana e o tratamento deve durar pelo menos seis meses.
O ator foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin, câncer que acomete o sistema linfático, na última quarta-feira. Desde então, ele está internado no hospital Sírio Libanês sem previsão de alta. A doença foi detectada após complicações decorrentes de uma cirurgia de hérnia inguinal, realizada há um mês. Como os gânglios linfáticos na região do pescoço continuaram inchados, mesmo após um mês, os médicos resolveram investigar as causas e encontraram o tumor.
Neste Dia dos Pais, toda a família se reuniu na chácara da avó materna de Gianecchini, em Uberaba. O pai do ator, que está em tratamento contra câncer no fígado, está na cidade mineira para ficar sob cuidados da família da esposa, já que ela está atualmente em São Paulo para acompanhar a internação do filho. Pai e filho teriam se falado por telefone neste domingo.
As duas irmãs de Gianecchini também foram para Uberaba para ficar ao lado do pai. "Elas querem levá-lo para São Paulo para ver o filho, mas ele está muito debilitado. Seus níveis de plaquetas no sangue baixaram muito recentemente e as sessões de quimioterapia tiveram que ficar mais espassadas", conta o tio do ator.
O sofrimento da família é agravado ainda mais por um outro caso da doença que acometeu uma prima do ator há alguns anos. Ainda criança, ela foi diagnosticada com leucemia, mas não resistiu à doença e faleceu. "O pai dessa prima é padrinho do Giane. Foi um trauma para todos eles", conta Olésia Borges, uma amiga da família.
Para enfrentar a angústia de ver marido e filho lutar contra o câncer, além de cuidar da mãe com mal de Alzheimer, a mãe do ator, Heloísa Borges Fernandes Gianecchini, se prende à fé espírita. "Nossa família é muito católica, mas ela sempre teve esse lado espiritualizado. Antes de saber que o filho estava doente, minha irmã teve uma premonição. Ela sabia que alguém da família ia adoecer e até achou que fosse eu", diz Fernandes.
O apresentador Fausto Silva aproveitou seu programa ao vivo neste domingo para mandar uma mensagem positiva a Gianecchini. "Tenho certeza que você irá enfrentar tudo isso com as orações desse Brasil inteiro."
Reynaldo Gianecchini: "Ele fala que está pronto para lutar", diz amigo
Jose Possi Neto , irmão da cantora Zizi Possi, disse a reportagem de QUEM neste domingo (14) que o ator está muito corajoso e com moral para lutar contra o câncer
Por Sonia Vieira; Foto Sylvia Gosztonyi
O diretor teatral disse que o ator está muito bem. "Ele está ótimo, bonito como sempre. Está forte, corajoso e com moral. Ele fala ‘tanta gente teve isso, estou pronto para lutar’. É isso que está legal. Estamos com ele nessa luta. Está todo mundo vibrando positivamente. Ele vai começar o tratamento e se Deus quiser daqui 6 meses vamos ter ele nos palcos da vida novamente", falou.
José, que foi visto horas antes saindo com a mãe de Gianecchini, dona Heloísa, do hospital, contou que foi levá-la para dar uma volta e se distrair. "Hoje eu saí com a Heloísa para ela se divertir um pouco. Depois voltamos", disse.
Reynaldo Gianecchini está internado há pouco mais de uma semana e teve seu problema detectado logo após uma reação alérgica e inflamatória. Neste domingo o jornal "Diário de S. Paulo" trouxe uma entrevista com David Uip, um dos médicos responsáveis pelo tratamento do ator. Ele disse que o começo da quimioterapia será adiado por conta de uma inflamação na garganta.
José Possi Neto (São Paulo SP 1947). Diretor. Encenador de espetáculos para os atores de teatro mais prestigiados do país. Ligado também ao teatro dança e musical, com várias realizações bem-sucedidas nesses gêneros.
Conclui sua formação em crítica e dramaturgia na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1970. A seguir, torna-se diretor da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), dirigindo, entre 1971 e 1972, montagens experimentais e criações coletivas, tais como Momento Processo e Monte Santo. A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, Tito Andrônico, de William Shakespeare, e Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, ligam-se a uma fase em que cultiva a exasperação da linguagem e temas soturnos, de 1973 a 1976.
Em São Paulo cria um musical inspirado na personagem Geni, da música de Chico Buarque, projetando, mais uma vez, a atriz Marilena Ansaldi, em 1980. Em Filhos do Silêncio, de Mark Medoff, dirige Irene Ravache com grande rendimento em 1982. No mesmo ano, dirige para Paulo Autran Traições, de Harold Pinter, em realização sóbria e refinada. Em 1983 o musical jovem Band-Age vincula-o ao mundo da dança e do musical.
Em 1984, cria um espetáculo especial: De Braços Abertos, com Irene Ravache e Juca de Oliveira, realização muito premiada. Em 1985, dirige novamente Paulo Autran em Tartufo, de Molière, e, em 1986, Feliz Páscoa, um boulevard de Jean Poiret. No mesmo ano, produz um espetáculo ousado e controvertido: Santa Joana, de Bernard Shaw, com Esther Góes.
Um Dia Muito Especial, com o casal Glória Meneses e Tarcísio Meira, 1986; Ligações Perigosas, com Marieta Severo; e O Manifesto, com Beatriz Segall, ambas de 1987, são encenações apoiadas em chaves mais tradicionais e que propiciam bons resultados. Segue-se uma realização importante: Lobo de Ray-ban, texto do ator Renato Borghi, que resulta, com as interpretações de Raul Cortez e Christiane Torloni, em grande destaque. Em 1989, Lilian, texto de Willian Luce, é um veículo para Beatriz Segall brilhar; assim como M. Butterfly, de David Henry Hwang, destaca Raul Cortez, em 1990. Em 1992 é a vez de Marília Pêra, em A Baronesa, de Leilah Assumpção; e no ano seguinte a de Fernanda Montenegro, em Gilda, de Noel Coward. Essa capacidade de fazer os intérpretes alcançarem grandes interpretações torna-se uma marca do encenador.
Em Portugal, onde Christiane Torloni vive alguns anos, monta para ela Êxtasis, de Albino Firjaz de Sampaio, em 1994. Três Mulheres Altas, de Edward Albee, destaca Beatriz Segall, Nathália Timberg e Marisa Orth, um novo trunfo em sua carreira, em 1995. A realização de Salomé, de Oscar Wilde, entretanto, com Christiane Torloni e Luis Melo, soa rebuscada e sem apelo junto ao público.
Em 1997 volta a um texto de Maria Adelaide Amaral, Inseparáveis, compondo Irene Ravache e Juçara Freire num dueto de alto rendimento. Um Certo Olhar, Fernando Pessoa e Federico García Lorca, montagem de 1999, é um solo preparado para o exercício empático de Raul Cortez junto ao público.
José Possi Neto mostra-se sempre desenvolto junto aos espetáculos musicais e aos de dança-teatro, gênero ao qual dedicou-se com afinco, em realizações sempre inquietantes, como Um Sopro de Vida, em 1979, e Picasso e Eu, em 1982, ambos com Marilena Ansaldi; Tratar Com Murdok, coreografia de Victor Navarro, em 1981; A Dama das Camélias, com o Ballet da Cidade de São Paulo, ocupando todos os espaços do Teatro Municipal, em 1983; o simbólico Rito de Amor e Morte na Casa de Lilith, a Lua Negra, com Selma Egrei e Odilon Wagner, em 1987; Emoções Baratas, com a Banda Heartbreakers em 1990; O Bailado do Deus Morto, recuperação da obra de Flávio de Carvalho, com Sérgio Mamberti, Laís Corrêa e Luciano Quirino, em 1999.
Inúmeros shows musicais integram seu currículo, com ênfase em cantoras dramáticas como Maria Bethânia - 25 anos, em 1993; Summertime, em 1980, e Bilbao Cabaré, em 1989, com Cyda Moreyra; Sonho e Realidade, com Simone, em 1995; e todas as apresentações ao vivo de sua irmã, a cantora Zizi Possi. Para o cinema faz trabalhos de coreografia em Esmerald Forest, de John Boormam, em 1983, e Running out of Lucky, Julien Temple e Mike Jagger, em 1984, por ocasião das filmagens do cantor de rock no Brasil.
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