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sábado, 13 de agosto de 2011

Bahia registra pela primeira vez casos do tipo mais grave da tuberculose



Seis pessoas foram diagnosticadas com a TB-XDR.
Cinco dos pacientes são de Salvador e um da região norte da Bahia.

Tatiana Maria Dourado Do G1 BA

Seis pessoas na Bahia foram diagnosticadas com Tuberculose Extensivamente Resistente (TB-XDR), o tipo mais grave da doença. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado (Sesab), cinco dos pacientes são de Salvador e um da região norte da Bahia. Um deles morreu. Por questões de sigilo, a Sesab não informou o perfil dos portadores do bacilo. É a primeira vez que esse tipo da doença é registrado no estado.

“A tuberculose normal já é preocupante, a XDR é muitíssimo grave. A confirmação dos casos foi feita em 2011 por análise sistemática de todos os pacientes que tinham um quadro de multirresistência (NDR) à tuberculose e não conseguiam se curar. Um deles morreu antes do diagnóstico, quando ainda nem sabíamos da doença”, conta o coordenador do Programa de Controle da Tuberculose do Hospital Estadual Otávio Mangabeira, o médico e professor Jamocyr Marinho. O tratamento para a tuberculose comum dura em média seis meses. De acordo com Marinho, um paciente com multirresistência leva no mínimo dois anos para se curar.

Ele explica que a multirresistência é adquirida quando o portador do bacilo de Kock (cientificamente Mycobacterium tuberculosis) não apresenta reação aos quatro medicamentos iniciais para o combate da doença pulmonar. “Tem um primeiro tratamento, que é padronizado, com medicamentos estabelecidos. Normalmente esse tratamento tem cura em torno de 100% dos casos. O que acontece é que os pacientes abandonam o tratamento e, quando retomam, começa a resistência”, descreve Marinho.

Conforme explica o médico, a XDR seria a apatia ao tratamento da multirresistência (NDR), que hoje ainda não tem tratamento padronizado. “A XDR foi descoberta há dois anos em um africano que tinha viajado para os Estados Unidos. Começaram a surgir medicações, o mundo todo se mobilizou. No Brasil, já temos alguns casos, como os da Bahia. O bacilo da tuberculose no estágio da XDR sofre mutações, já não é o mesmo inicial”, diz.

Segundo o médico, pessoas com imunidade baixa e que vivem na pobreza são mais propensas a adquirir o bacilo da tuberculose, principalmente os portadores do vírus HIV. Os sintomas são os mesmos em ambos os tipos da doença, entre eles, tosse com expectoração por mais de duas semanas, febre e suor à noite. “Nossa grande preocupação no meio científico é que a XDR possa ser transmitida para pessoas com imunidade baixa, que não tenham feito nenhum tratamento para tuberculose. Ou seja, que não seja uma trajetória de interrupção do tratamento da doença”, completa.

Diagnóstico e Tratamento

O Ministério da Saúde assegura o tratamento das pessoas diagnosticadas com a XDR pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme informa a Sesab. Ainda segundo a Secretaria, o diagnóstico da doença está sendo feito por meio de parceria entre o Lacen/Ba, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz/Bahia) e o Centro de Referência Hélio Fraga, no Rio de Janeiro.

Composto por representantes da Vigilância Epidemiológica, Hospital Especializado Octávio Mangabeira, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Associação Damien do Brasil e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, o Grupo de Trabalho da Tuberculose Multidroga Resistente (TBMDR) da Sesab promove reuniões regulares para acompanhar e estabelecer um protocolo estadual de monitoramento da doença





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