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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Família Schürmann e pesquisadores da Univali encontram submarino nazista U513


Após dois anos de busca, o submarino afundado em 1943 foi encontrado no Oceano Atlântico, próximo às praias de São Francisco do Sul, em Santa Catarina
Redação Época, com Agência EFE

Os restos do submarino alemão U513, afundado por um avião americano em águas territoriais brasileiras durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados a 75 metros de profundidade próximo ao litoral catarinense, informaram nesta sexta-feira (15) membros do grupo de busca. O submarino nazista, que chegou a afundar um navio mercante brasileiro, foi encontrado em um local do Oceano Atlântico próximo às praias de São Francisco do Sul (SC).

"Por enquanto, só podemos confirmar que o submarino foi encontrado na quinta-feira à noite. Foi o que nos informou por sinal via satélite do alto-mar Vilfredo Schurmann, que comanda a operação", disse à Agência Efe o oceanógrafo Rafael Medeiros, pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Antonio Husadel
BUSCA NO MAR
No veleiro Aysso, a equipe de Vilfredo Schürmann (no destaque) prepara o radar. Eles usaram a mesma tecnologia que encontrou o Titanic

O submarino foi encontrado por uma equipe de pesquisadores e arqueólogos submarinos da Univali e do Instituto Kat Schurmann que tentava localizar o U513 há dois anos. Os trabalhos de busca, tanto no mar como em arquivos da Alemanha, Estados Unidos e Brasil, foram filmados para o documentário "U-513 Lobo Solitario".

O submarino afundou no dia 19 de julho de 1943 em consequência de um bombardeio do avião Martin PBM da Marinha americana, deixando 46 tripulantes mortos e apenas sete sobreviventes, incluindo seu comandante, Friedrich Guggenberger, um herói de guerra nazista condecorado por Adolf Hitler.

As buscas dos restos do navio foram realizadas a bordo do veleiro Aysso por integrantes da família Schurmann, famosa pelas viagens ao redor do mundo em veleiros. As explorações que permitiram encontrar o submarino começaram no sábado passado (9) depois que as prospecções oceanográficas realizadas por especialistas da Univali confirmaram a possível localização.

"Durante a Segunda Guerra Mundial, foram afundados em águas brasileiras 11 submarinos alemães. Vários grupos de arqueologia submarina desenvolvem trabalhos de pesquisa documental para tentar achá-los, mas o U513 é o primeiro a ser encontrado", diz um comunicado da Univali.

Segundo historiadores brasileiros, o U513 foi o responsável pelo ataque de 30 de junho de 1943 que afundou o S.S.Tutoia, um cargueiro de 1.125 toneladas de propriedade da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, próximo ao litoral do estado de São Paulo. O Brasil se aliou aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, entre outras razões, devido aos ataques de submarinos alemães contra navios mercantes e pescadores do país em águas territoriais brasileiras. Menos de três semanas depois do ataque ao Tutoia, o submarino alemão foi detectado pelo Martin da Marinha dos Estados Unidos e afundado com seis bombas MK-44.

Os sete alemães que sobreviveram graças aos botes salva-vidas lançados por aviões americanos foram resgatados um dia depois pelo navio Tender USS Barnegat da Marinha americana.

O U513, lançado pela Alemanha em 1941, conseguiu afundar seis navios aliados antes de ser destruído pelas forças dos EUA.

 Divulgação
HEIL, HITLER!
Os homens do submarino U-513 acenam ao sair da base na França (à esq.). Herói de guerra, o capitão Guggenberger (no alto da foto) foi condecorado por Hitler (no centro da foto)

Quando as buscas foram iniciadas, em 2009, ÉPOCA fez uma reportagem mostrando a caçada. Um infográfico mostrou como era o submarino alemão U513.

Os naufrágios no litoral brasileiro

A Marinha estima que 20 mil navios tenham naufragado no litoral brasileiro. Apenas 1.865 foram identificados. Seus nomes estão em Naufrágios do Brasil – Uma cultura submersa (Cultura Sub, 256 páginas, R$ 118), do jornalista José Carlos Silvares, que pesquisou o tema por 20 anos. ÉPOCA montou um infográfico para mostrar um pouco do que Silvares pretende contar em uma triologia sobre os naufrágios no litoral brasileiro.






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