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sábado, 16 de julho de 2011

Ana Paula Arósio: uma mulher fora dos padrões na próxima novela das 18h

Ana Paula Arósio (São Paulo, 16 de julho de 1975)
'Ciranda de Pedra'


Publicada em 04/05/2008 às 08h55m

Renato Lemos - O Globo

A atriz Ana Paula Arósio. Foto Simone Marinho / O Globo

RIO - Laura, a personagem de Ana Paula Arósio em "Ciranda de pedra", novela das 18h que estréia nesta segunda-feira, é meio maluca. Não completamente. Na verdade, Laura é uma daquelas mulheres que, por terem um comportamento fora do padrão, são vistas como desequilibradas. Doidas varridas, até. Laura é do tipo capaz de se apaixonar demais, viver em sonhos, discutir relação com o marido, ter um romance fora do casamento, se dedicar completamente à família, renunciar ao amor, chorar à beça por causa disso, se atormentar, ter ataques de pelanca, jogar vasos na parede, ser mulherzinha e fútil às vezes, ser artista, falar baixinho, ter os pés no chão, usar saltos altos e vestidos justos, ser bonita e gostosa, ser internada em um sanatório, ser verdadeira, amar loucamente, se estrepar toda e, ainda assim, seguir em frente. Laura é do tipo que acha que louco mesmo é quem não se arrisca para ser feliz. Ana Paula também acha.

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Entrevistamos também o diretor de 'Ciranda de pedra', Alcides Nogueira

Já sabe como serão os personagens da trama?

- A história se passa em 1958 e, naquela época, a personalidade forte de uma mulher muitas vezes era confundida com chilique, com maluquice, e tratada com sossega-leão. A coragem às vezes se confunde com a loucura - diz ela, que conversou com o GLOBO nos jardins de uma mansão, no Alto da Boa Vista, uma das locações da nova novela.

Na vida a gente tem que arriscar

Ana Paula começou a aparecer para o grande público há dez anos, quando ganhou o papel título da minissérie "Hilda Furacão". Tinha a ver. Ela já tinha colocado seu rosto bonito em alguns comerciais de produtos de beleza e em três novelas do SBT, mas nada se comparava àquilo. Na minissérie, ela era uma prostituta que fazia um padre (Rodrigo Santoro, também em início de carreira) perder as estribeiras. Não sem razão. Quando entrava em cena, Ana era como um daqueles vendavais que joga tudo pelo ar, revira carros, arranca telhados, enche as ruas de água e tragédia. Ana Paula - a pele branquinha, os olhos azuis piscina e a voz firme de quem trazia o papel decorado na ponta da língua - enchia os olhos do espectador de beleza, susto e fascínio.

- Eu ainda estava terminando meu contrato com o SBT quando me ligaram da Globo avisando que começaria a gravar no dia seguinte. Joguei duas calcinhas na bolsa e fui. Cheguei a Tiradentes de helicóptero. Não me arrependi. Na vida a gente tem que arriscar.

De lá para cá, o risco assumido pode ser medido em números. Ana Paula tem 32 anos e, contando a época de modelo, está há 21 anos na estrada. São três filmes, três peças de teatro, umas cem capas de revista, uma meia-dúzia de namorados famosos (Marcos Palmeira e Tarcísio Filho entre eles), um outro tanto de namorados complicados, uma fama de temperamental, um convite a cada seis meses para posar nua na "Playboy", milhares de linhas escritas em revistas de fofocas, uns poucos fracassos profissionais, nenhum arrependimento. "Ciranda de pedra" é a sua quarta novela na Globo.

A atriz Ana Paula Arósio entre Daniel Dantas e Marcelo Antony. Foto Divulgação TV Globo

A trama, de Alcides Nogueira, é baseada em um romance de Lygia Fagundes Telles e na primeira versão teve Eva Vilma no lugar hoje ocupado por Ana Paula. A história pulou do meio da década de 40 para o fim dos 50. Uma época de euforia com o governo JK, com a conquista da primeira Copa do Mundo, os primeiros acordes da bossa-nova e a receita de estrogonofe de filé mignon chegando às mesas da classe média. Nada disso, porém, é tão importante na história quanto o difícil relacionamento entre Laura e o marido, Natércio (Daniel Dantas). Ela vive dividida entre a família e o amor que sente por Daniel (Marcelo Anthony).

Alcides Nogueira - que não abre mão da sofisticação de seus personagens nem quando eles têm que ser cruéis - diz que Ana Paula é a Laura ideal. Completa:

- Ana Paula percorre todo o diapasão de emoções, vai da mais profunda tristeza à alegria total. Laura vive todos os momentos intensamente, é uma mulher totêmica, pois possui mil faces - explica o autor. - Desde que comecei a pensar na novela, Ana Paula estava na minha cabeça. Não sei como faria se ela não fosse a doce, guerreira, linda e atormentada Laura.







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