Ana Paula Arósio banca o show

Ana Paula Arósio (São Paulo, 16 de julho de 1975)

Teatro


Terminadas as gravações de Terra Nostra, a atriz abre empresa para produzir peças de teatro, mas antes de arregaçar as mangas, viaja de férias com Marcos Palmeira

Rodrigo Cardoso

Pio Figueiroa

“Sempre quis ser produtora. Há espetáculos em que me sairia melhor como produtora do que como atriz’’ Ana Paula Arósio

Chega de choro. Acabou na quarta-feira 31 o sofrimento de Giuliana, em Terra Nostra. Nesse dia, a atriz Ana Paula Arósio, 24 anos, gravou as últimas cenas da sua personagem na novela da Globo. “Desde o início sabia que a Giuliana iria sofrer muito”, diz ela. “Ela perdeu os pais, um filho e o homem de sua vida. E não tinha muitos amigos, por isso o choro sempre foi sua válvula de escape.” Um mês antes do desfecho da trama, no entanto, Ana Paula provou que, na vida real, suas decisões são práticas e não lhe causam sofrimento. Ela abriu uma produtora de teatro (Arósio, Garcia e Marra Produtores Associados), em parceria com a empresária Nissia Garcia e seu assessor Paulo Marra. “Sempre quis isso”, diz. “Há espetáculos em que me sairia melhor como produtora do que como atriz.”

O escritório da empresa de Ana Paula ainda não tem endereço fixo, mas deverá funcionar na avenida Visconde de Pirajá, em Ipanema, no Rio. Os três, no entanto, já têm em mãos dois projetos. Um deles é um texto do autor italiano Luigi Pirandello, que vai virar uma peça estrelada pela atriz Ana Beatriz Nogueira, vencedora do Urso de Prata no Festival de Berlim, com o filme Vera, de Sérgio Toledo, em 1984. Para dar conta dos novos negócios, Nissia, que na década de 80 dirigiu a Galharufas, empresa pioneira no agenciamento de atores para comerciais de TV, há uma semana trocou São Paulo pela cidade maravilhosa. Paulo, expert em assessoria de comunicação no setor cultural, permanece em São Paulo, mas passará a semana na ponte-aérea entre as duas cidades. E Ana Paula continuará morando num flat na Barra da Tijuca, no Rio. Além de auxiliar na captação de recursos, a atriz participa de reuniões onde se discute, entre outras assuntos, elenco, cenografia e figurino. “A Ana é bem objetiva numa mesa de negócios. Não tem muito nhenhenhém. Foi assim na reunião que ela teve com o contador e o administrador de empresas, que cuidaram da abertura da produtora”, conta Paulo.

Ana Paula já havia debutado como produtora na peça Harmonia em Negro, onde também contracenou com Cássio Scapin, ano passado. Nessa época, viajou ao Rio para fechar um contrato de apoio cultural com a Renasce, empresa que cuida da Multiplan, responsável pela administração de vários shopping centers. “Uma atriz do porte da Ana tem de ser sócia da peça em que atua”, afirma Níssia. “Não é interessante ser contratada por uma produtora, sabendo que seu nome é suficiente para carregar patrocinadores.” A Embratel, empresa telefônica para a qual Ana Paula atua como garota propaganda, já fechou contrato de patrocínio para a nova peça da atriz, Diário Secreto de Adão e Eva, que estréia apenas em agosto, no Rio.

O ator Marcos Palmeira, seu namorado, é quem dividirá o palco com ela. Antes, o casal viaja de férias por quinze dias. O destino não foi revelado, mas devem ir para a Europa ou Taiti. Ana Paula está com as malas prontas há duas semanas. Será um prêmio para os dois workaholics que, ultimamente, só se vêem nos finais de semana. Os encontros acontecem no sítio de um dos dois atores, o dele em Teresópolis (RJ) e o dela em Itu (SP). Uma vez juntos, acordam por volta das 6 horas, capinam, consertam cercas, conversam com peões e veterinários. Rotina de uma aficionada pela vida no campo e, daqui para frente, uma mulher de negócios.

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