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LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O PSOL entrou nesta quarta-feira com uma representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar. De acordo com o partido, o parlamentar "ofendeu moralmente" a senadora Marinor Brito (PSOL-PA).
Na última quinta-feira, Bolsonaro e Marinor trocaram insultos no Senado após o adiamento da votação do projeto contra a homofobia.
Relatora do projeto, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) concedia entrevista a emissoras de TV quando Bolsonaro se postou atrás da petista com panfletos "antigays" nas mãos, junto a outros deputados. Aos gritos, Marinor tentou tirar o grupo.
"Além disso, o deputado tem, em pronunciamentos na Câmara e em declarações à imprensa, propagado o preconceito e a violência contra a comunidade LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros]", declarou o PSOL, em nota.
Márcia Kalume - 12.mai.11/Agência Senado | ||
Senadora Marinor Brito e deputado Jair Bolsonaro discutem durante reunião na Comissão de Direitos Humanos |
Bolsonaro já responde a quatro processos por conta de um episódio que envolveu a cantora Preta Gil. Há dois meses, Preta Gil perguntou ao deputado como ele reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra. A pergunta foi feita para o programa "CQC", da TV Bandeirantes.
O parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu."
Bolsonaro disse, depois, que pensou que a pergunta se referisse a um relacionamento gay.
Senador critica proposta de distribuição de kit contra homofobia
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
O senador Magno Malta (PR-ES) criticou a proposta que prevê a distribuição de um kit contra a homofobia nas escolas públicas e disse que o Ministério da Educação está criando "escolas preparatórias de homossexuais".
A afirmação foi feita na segunda-feira (16) em discurso na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, durante uma audiência pública sobre o combate à pedofilia.
"Estão preparando um kitzinho para meninos a partir de seis anos de idade. Um filmete ensinando a beijar na boca, ensinando as crianças a se relacionar sexualmente", disse o senador.
Segundo ele, a iniciativa é capitaneada "por uma minoria barulhenta, apoiada por parte da mídia". "As nossas escolas se tornarão escolas preparatórias de homossexuais. Os nossos pequenos estarão na academia da homossexualidade."
No discurso, o senador usou o mesmo tom para criticar o projeto de lei que criminaliza a homofobia. Para Malta, a proposta é "uma tentativa de criar um império homossexual no Brasil. Uma casta, diferenciada, que pode tudo enquanto a sociedade não pode nada."
"Eles querem o que o índio, o negro, o idoso e o portador de deficiência não têm. E ninguém fez opção para ser índio, negro, portador de deficiência, idoso. Mas eles fizeram opção", disse.
Em outro trecho, ao se referir às iniciativas de combate a drogas como o crack, definiu o Brasil como "um país de hipócritas, de bêbados".
Procurada, a assessoria do MEC disse que o kit de combate à homofobia ainda está em análise, mas destina-se a alunos do ensino médio, com mais de 14 anos.
Profissionais denunciam negligência em centro psiquiátrico em AM
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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
Em evento do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, professores e médicos denunciaram nesta quarta-feira negligência na higiene, alimentação e tratamento de 41 pacientes internados no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, administrado pela Secretaria de Saúde do Amazonas, em Manaus.
Nos últimos seis meses, cinco pacientes morreram, segundo o informativo lançado pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e pela ONG Isat (Instituto Silvério de Almeida Tundis), que realiza projetos de resgate da cidadania dos pacientes.
Segundo a psiquiatra e professora da Ufam Ermelinda Salém, o hospital informou que as mortes foram causadas por doenças do coração.
O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público Estadual. "Alguma coisa está errada, porque são pessoas idosas que necessitam de cuidados especiais", afirmou.
A médica disse que profissionais que acompanham os pacientes --que têm entre 40 e 80 anos-- relataram abandono dos internos, perda de peso, doenças como dermatites e hepatite e perda de dentição.
"São pessoas que a família abandonou. A instituição continua sendo um manicômio", afirmou.
A lei da reforma psiquiátrica, que mudou a forma de atendimento ao doente mental no país, completou dez anos neste ano. O Ministério da Saúde implantou uma rede de tratamentos alternativos, como os Caps (Centros de Assistência Psicossocial), e residências terapêuticas, que abrigam doentes que passaram por hospitais psiquiátricos.
Em Manaus, as residências terapêuticas não existem. "O Amazonas é o último Estado a dar os primeiros passos para a reforma psiquiátrica", disse Ermelinda Salém.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que não recebeu notificações sobre as denúncias da Ufam e da ONG Isat e que as residências terapêuticas estão em fase de projeto. Quanto às mortes dos pacientes e à acusação de negligência, a assessoria informou que a praxe é abrir um procedimento administrativo para apurar as denúncias.
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