Isabella Negrato, de 20 anos, morreu em 2008, no litoral norte de SP.
Médica é suspeita de imperícia ao atender a jovem no navio.
dois anos. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
O Ministério Público Federal em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo, denunciou a médica sérvia Jasna Tankosic pelo crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) na morte da estudante de direito Isabella Baracat Negrato em setembro de 2008. Ela estava a bordo do navio que fazia um cruzeiro para universitários no litoral norte do estado. Para a Procuradoria da República, o quadro de coma alcoólico da vítima não foi diagnosticado corretamente.
O órgão sustentou que a médica atendeu a jovem como “um simples caso de intoxicação” e “não adotou” os procedimentos médicos corretos, levando-a à morte por asfixia causada por aspiração de vômito. Jasna mora na Sérvia. Por isso, a Procuradoria requereu à Justiça Federal que o juiz expeça uma carta rogatória para que ela tome conhecimento da ação, caso ela venha a ser aberta. O caso será apreciado na 1ª Vara Federal de São José dos Campos.
Em nota enviada à noite, a MSC Cruzeiros, responsável pela viagem no navio, disse que “não foi informada oficialmente sobre a denúncia contra a médica” e, por isso, não poderia se pronunciar sobre o caso. “A empresa reitera ainda, como tem feito desde o inicio, seu total empenho e compromisso no acompanhamento e colaboração com o processo”, diz o comunicado.
Isabella morreu em 19 de setembro no navio MSC Ópera. De acordo com a denúncia, feita no dia 3 deste mês pelo procurador da República Angelo Augusto Costa, a estudante e a amiga que a acompanhava “assistiram a shows no deck do navio e consumiram bebidas alcoólicas” horas antes, ainda na noite do dia 18.
No dia seguinte, Isabella bebeu cervejas e passou mal, vomitando. Em seguida, ficou inconsciente. Funcionários do navio acionaram a enfermaria e Jasna começou o atendimento, administrando glicose na veia da garota. Ela teve crises convulsivas que evoluíram para uma parada cardíaca e, de acordo com o MPF, a médica tentou reanimar a paciente sem sucesso.
Na denúncia, Costa sustentou que, como prevê a “ciência médica”, Isabella deveria ter sido entubada, o que não ocorreu. Disse ainda que a embarcação “possuía material e medicamentos para aspiração traqueal, entubação, ventilação e outros procedimentos que, adotados corretamente, poderiam ter salvo a estudante”.
Para o procurador Angelo Costa, a médica cometeu “grave infração” e “imperícia”. Normalmente, não cabe ao MPF tratar de casos de homicídio, mas, como Isabella morreu em alto mar, a competência recaiu sobre a Justiça Federal.
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