O filho de Erenice não intermediava apenas negócios entre empresas e órgãos públicos. Ele também é dono de uma empresa de arapongagem, aberta com a ajuda da mãe em 1997
Reportagem de VEJA desta semana revela que Israel Guerra transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo mediante o pagamento de uma "taxa de sucesso". A empresa de Israel se chama Capital Assessoria e Consultoria. Não bastasse fazer uso da influência da ministra para fazer negócios, a "consultoria" ainda tem como sócios dois servidores públicos lotados na Casa Civil.
Já Maria Euriza, que entrou em 2005 como consultora jurídica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, autorizou, em setembro de 2009, a contratação pela EPE do escritório Trajano e Silva Advogados, com sede em Brasília, por 80.000 reais. Segundo reportagem desta segunda-feira do jornal O Estado de S. Paulo, toda a operação foi feita sem licitação. Um dos sócios da Trajano e Silva é Antônio Alves Carvalho, irmão de Maria Euriza e de Erenice.
Maria Euriza entrou na EPE no mesmo ano em que Erenice deixou o cargo de consultora jurídica do Ministério, que até então era dirigido pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Ainda segundo o jornal, o escritório de Antônio Alves foi escolhido para representar a EPE numa ação judicial movida por uma empresa que brigava para participar de um leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na ocasião.
"Foi feito um convite direto porque era o único contato que tinham em Brasília e a EPE tem sede no Rio de Janeiro", disse ao Estado de S. Paulo Márcio Silva, um dos donos da Trajano e Silva Advogados e amigo da família de Erenice. . "Você até pode achar que há algo antiético, mas não houve nenhuma ilegalidade", afirma. Segundo ele, o negócio sequer chegou a 80.000 reais, já que o processo não foi levado até o Supremo. O serviço teria sido prestado por 25.000 reais.
Como mostra reportagem de VEJA, o escritório da Trajano e Silva é utilizado por Israel Guerra e seus sócios na Capital - Vinicius Castro, funcionário da Casa Civil, e Stevan Knezevic, servidor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – para despachar com os clientes. Ali trabalha gente importante. Um dos advogados é Marcio Silva, coordenador em Brasília da banca que cuida dos assuntos jurídicos da campanha presidencial de Dilma.
Arapongagem – O filho de Erenice não intermediava apenas negócios entre empresas e órgãos públicos. Ele também é dono de uma empresa de arapongagem, aberta com a ajuda da mãe em 1997. Na ocasião, Erenice recorreu a uma “laranja” para omitir seu nome na abertura da empresa.
Conforme a edição desta segunda do Estado de S. Paulo, a Conservadora Asa Imperial está situada na cidade-satélite de Santa Maria e tem como atividade econômica “atividades de investigação particular”, “monitoramento de sistemas de segurança” e “vigilância e segurança privada”.
A sócia-gerente da empresa, Geralda Amorim de Oliveira é, na verdade, uma professora desempregada casada com auxiliar de bombeiro hidráulico. Ela revelou ao jornal que seu nome foi “usado” para abrir a empresa. Geralda Claudino, amiga íntima de Erenice e irmã mais velha de Geralda Amorim, foi quem recebeu os documentos para abrir a empresa. Segundo ela, o negócio não levou o nome de Erenice porque, na ocasião, a ministra estava se separando. Ela afirma que a empresa está fechada, mas o negócio continua “ativo”, de acordo com a Junta Comercial.
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