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A última rodada da pesquisa Datafolha para a eleição presidencial mostrou que o nível de conhecimento do brasileiro a respeito do principal fato político do período eleitoral - a saída da ex-ministra Erenice Guerra da Casa Civil - é muito baixo. Dos mais de 12,2 mil eleitores entrevistados, 48% afirmaram não saber que Erenice deixou o governo.
A pesquisa, divulgada na noite de quarta-feira (22) pelo Jornal Nacional e detalhada no jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira (23), mostra ainda que, entre os 52% que souberam da demissão de Erenice, apenas 13% se dizem bem informados sobre o caso. Outros 13% afirmam estar "mal informados" e 27% se dizem "mais ou menos" informados.
A ministra Erenice, ex-braço direito de Dilma Rousseff na Casa Civil, assumiu o cargo em março, quando a petista deixou a pasta para se candidatar. Nas últimas semanas, Erenice foi bombardeada por uma série de denúncias que implicavam diversos de seus parentes em crimes como tráfico de influência. A situação se tornou insustentável e no último dia 16 ela foi forçada a pedir demissão após receber um recado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviado pelo ministro Franklin Martins. A pesquisa foi realizada nos dias 21 e 22 de setembro.
O Datafolha também questionou os eleitores sobre o conhecimento que Lula, Dilma e Erenice tinham das atividades que Israel Guerra, filho de Erenice, exercia junto ao governo federal. Quase metade dos eleitores (47%) disseram acreditar que Israel "pedia comissão para beneficiar empresas no governo", enquanto 13% disseram acreditar que ele não pedia comissão e 40% não souberam opinar.
Para 48%, Erenice sabia das negociatas de Israel, enquanto 33% disseram avaliar que Dilma sabia do esquema de corrupção. Mais de um em cada quatro entrevistados - 27% - disseram acreditar que o presidente Lula sabia do esquema.
O levantamento do Datafolha foi o primeiro que captou os efeitos dos escândalos na campanha. Dilma Rousseff (PT) caiu de 51% para 49%, José Serra (PSDB) subiu de 27% para 28% e Marina Silva (PV) foi de 11% para 13%. A margem de erro é de 2%. Brancos e nulos somaram 3%, e indecisos, 5%. Em um eventual segundo turno, Dilma Rousseff aparece com 55% e José Serra, com 38%.
Por renda, Dilma só não lidera entre os eleitores que ganham mais de dez salários mínimos, 4% atrás de Serra (34% contra 38%). A candidata petista também perdeu votos junto aos eleitores que ganham entre cinco e dez e entre dois e cinco salários mínimos (neste bem poucos). A petista continua crescendo entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos.
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