Publicada em 23/09/2010
O GloboRIO - O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, disse nesta quinta-feira ser contra o processo de capitalização da Petrobras . Em entrevista ao "Bom Dia Brasil", Plínio disse que a Petrobras tem que ser 100% estatal por ser uma empresa estratégica e que promove o desenvolvimento do país.
- Ela precisa ser inteiramente do estado para ter total liberdade de agir a fim de promover o desenvolvimento. São empresas estratégicas - afirmou.
Quando questionado que mesmo com a capitalização, o governo iria deter 51% da estatal, Plínio disse que isso não é suficiente.
" A presença de capital privado em uma empresa pública é mais do que a percentagem acionária. É a informação "
- A presença de capital privado em uma empresa pública é mais do que a percentagem acionária. É a informação. O governo tem que agir também com a formação própria. O problema do Brasil não é dinheiro. O problema do Brasil é a distribuição do dinheiro. De modo que mais R$ 100 bilhões para a Petrobras não quer dizer grande coisa. O que é importante é que o governo tenha na mão as empresas estratégicas. Essa estratégia é para conduzir o capital privado para um lugar que se deseja. Se o capital privado está presente, ele pode neutralizar a ação da companhia.
Durante a entrevista, Plínio também defendeu uma auditória na dívida da União. Segundo o candidato, a medida fará cair o volume de dinheiro que o governo usa para pagar as dívidas, quantia que poderia ser revertida para investimentos em saúde e educação.
- Trinta e seis por cento do Orçamento da União vai para o pagamento de juros da dívida. Uma auditoria nesta dívida faz cair tremendamente a quantidade do que o governo deve pagar e sobrará recursos tranquilos para duplicar a saúde, duplicar a educação - disse Plínio, que repetiu que o Brasil do Brasil é a má distribuição do dinheiro.
O candidato também defendeu o fim das organizações de saúde, entidades filantrópicas que administram hospitais públicos.
- Enquanto houver saúde pública e saúde privada, o pobre vai levar quatro meses para fazer um exame, um ano, dois anos para fazer uma cirurgia. E no princípio da igualdade é preciso que tudo seja público.
Plínio foi o último sabatinado na série de entrevistas do "Bom Dia Brasil". Antes dele, também foram entrevistados os candidatos José Serra (PSDB) , Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) . A ordem das entrevistas foi definida em sorteio e elas tiveram 20 minutos de duração.
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