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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sem #Lula, qual o limite de #Dilma?


Autor(es): Alberto Bombig e Mariana Sanches
Época - 09/08/2010

Líder nas pesquisas e na arrecadação, a candidata do PT revela em seu primeiro debate ao vivo suas fraquezas quando exposta ao confronto direto

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, chegou para seu primeiro debate eleitoral na televisão, na quinta-feira passada, embalada pela liderança nas pesquisas de intenção de voto e pela arrecadação milionária de sua campanha até agora. As últimas pesquisas têm consistentemente mostrado ascensão de Dilma sobre o candidato do PSDB, José Serra no Ibope, ela lidera por 39% a 34%; no Datafolha, está tecnicamente empatada, 1 ponto atrás de Serra (36% a 37%). Os R$ 11,4 milhões oficialmente arrecadados por Dilma traduzem as altas expectativas de seus aliados quanto às chances de a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer em outubro. Seus principais adversários, Serra e Marina Silva (PV), não tinham tantos motivos para sorrir ao desembarcar dos helicópteros que os conduziram aos estúdios da TV Bandeirantes, no bairro do Morumbi, em São Paulo. O tucano, segundo colocado nas pesquisas, é o terceiro no ranking da arrecadação, com R$ 3,7 milhões. Marina obteve R$ 4,6 milhões de doações.

É verdade que esse debate tende a exercer uma influência irrisória na próxima rodada de pesquisas de intenção de voto ou no próprio resultado das urnas. Na Grande São Paulo, sua audiência média foi de 3 pontos no Ibope, enquanto a partida de futebol entre São Paulo e Internacional pela Copa Libertadores da América, realizada no mesmo horário, atingiu 31 pontos. Também é verdade que, na saída do debate, muitos petistas comemoravam o fato de Dilma não ter cometido nenhuma gafe grave e de ter saído relativamente ilesa em termos de acusações pessoais. Mas mesmo os petistas reconheciam que seu desempenho, embora longe de desastroso, deixara muito a desejar.

Fora da sombra de Lula e da redoma controlada por seus marqueteiros, cara a cara com os adversários pela primeira vez, Dilma demonstrou, segundo seus próprios partidários, deficiências na articulação de propostas, embaraço com números e insegurança diante das câmeras. Seu desempenho a uma semana do início do horário eleitoral gratuito, BANDADO PELO DINHEIRO SUADO DO POVO BRASILEIRO ( SE VOCE MANDASSE NO SEU DINHEIRO NÃO PAGARIA ESSA CONTA !) e obrigatório de televisão, que começa no dia 17 abriu flancos que o PSDB espera explorar. A aposta dos tucanos é que, se Dilma repeti-lo no debate final da campanha realizado pela TV Globo cuja audiência tende a ser mais de dez vezes a registrada no encontro promovido pela Band , será inevitável que Serra conquiste milhões de votos. É uma esperança que se tornou mais plausível diante do que se viu na noite da quinta-feira.

As duas horas e meia de debate foram marcadas por polarização entre Dilma e Serra. Eles se enfrentaram 24 vezes ao longo do programa. Ambos evitaram agressões. Dilma aparentava nervosismo. No começo, gaguejava e tinha problemas de dicção. Só mencionou o presidente Lula maior trunfo da campanha petista no terceiro bloco do programa. Serra conseguiu atrair Dilma para o tema da saúde, o segundo assunto mais comentado pelos debatedores (leia o quadro na última página). Por duas vezes, questionou a interrupção dos mutirões da saúde, implantados quando ele era ministro da pasta no governo Fernando Henrique Cardoso. A primeira vez que Serra trouxe os mutirões à tona foi em torno das 22h30. Uma hora depois, os dois candidatos ainda falavam no assunto. Outra armadilha que Serra montou com sucesso foi a menção ao corte das verbas federais para as Apaes, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Sem conseguir responder na hora à questão, Dilma foi obrigada a retornar ao assunto no bloco seguinte.



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