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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mulher do motorista de #Bruno diz que recebeu R$ 50 para cuidar de filho de #Eliza

RAYDEN BRAGON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A mulher do motorista do goleiro Bruno Fernandes, suspenso do Flamengo, disse nesta segunda-feira durante depoimento ao Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa, em Belo Horizonte (MG), que recebeu R$ 50 de Wemerson Marques de Souza (o Coxinha) para cuidar do filho de Eliza Samudio.

Entenda o caso envolvendo o goleiro Bruno
Bruno nega envolvimento em desaparecimento de Eliza e acusa Macarrão
Presença de Bruno na cena do crime é principal dúvida
Primo liga goleiro Bruno à operação para esconder bebê de Eliza
Em depoimento, primo de Bruno diz que mentiu para delegado

Taiara Julia, 20, mulher de Claiton da Silva Gonçalves, chegou por volta das 10h30 ao local e deixou a delegacia cerca de uma hora depois, acompanhada pelo advogado Lorivaldo Carneiro, que representa seu marido.

Ela contou à polícia que recebeu o filho de Eliza no dia 24 de junho pelas mãos de Coxinha. Segundo ela, Coxinha disse que o menino era seu filho e pediu que ela levasse a criança para uma mulher identificada apenas como Geisa, no bairro Liberdade, entre os municípios de Ribeirão das Neves e Contagem.

"Ela alimentou a criança, deu banho porque ela estava muito debilitada, chorando muito", disse o advogado. De acordo com o advogado, a mulher de Coxinha ficou poucas horas com a criança e contou com a ajuda da mãe para cuidar do menino.

Segundo Carneiro, a mulher foi intimada apenas para prestar esclarecimento. Seu marido, Claiton da Silva Gonçalves, irá depor no período da tarde.

Oito pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no caso: Bruno, Dayanne, Macarrão, Sérgio Sales, Marcos Aparecido dos Santos (Bola), Elenilson Vitor da Silva (caseiro do sítio de Bruno), Wemerson Marques de Souza (conhecido como Coxinha, é suspeito de ter escondido o filho de Eliza) e Flávio Caetano de Araújo (amigo do goleiro). Um adolescente de 17 anos, primo do jogador, está apreendido.

CASO

Eliza é mãe de um bebê de cinco meses, cujo pai seria o goleiro Bruno. Ela teria sido morta por sua insistência para que Bruno reconhecesse a criança e lhe pagasse uma pensão. A polícia se baseia principalmente em depoimentos de dois primos do jogador relatando como Eliza foi sequestrada e morta.

Em seu primeiro depoimento, Sérgio Rosa Salles, 22, uma das testemunhas, disse que Bruno levou Eliza a uma casa em Vespasiano. Depois, voltou atrás e afirmou que o jogador ficou no sítio em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte, onde Eliza esteve antes.

O outro primo do goleiro, um adolescente de 17 anos, diz que levou Eliza junto com Sérgio e Luiz Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola. No local, Santos teria sufocado ex-namorada do goleiro e arremessado partes do seu corpo a cães rottweillers.

Para o delegado Edson Moreira, que comanda as investigações, o relato do menor é consistente. Mas após oito escavações na casa de Bola, os investigadores não encontraram nem corpo nem vestígios de sangue. A defesa do goleiro afirma que o jogador é inocente e não há corpo da ex-namorada para comprovar que tenha havido um crime.


Conflito de interesses faz com que esposa de Bruno mude de advogado

Rio - Dayanne Souza, 23 anos, mulher do goleiro Bruno, trocou de advogado. O novo defensor dela, Walker Azevedo, acaba de chegar ao Departamento de Investigação de Homicídios de Minas Gerais, onde concedeu uma rápida entrevista.



Foto: André Mourão / Agência O Dia
Dayanne (direita) estaria querendo colaborar com as investigações | Foto: André Mourão / Agência O Dia

O advogado disse que o motivo da mudança foi um conflito de interesses entre Dayanne e o advogado Ércio Quaresma, que defende Bruno e o amigo dele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Ela teria demonstrado interesse em falar para colaborar com as investigações, mas não estava entrando num acordo com Quaresma.



Segundo Azevedo, o depoimento de Dayanne no departamento, como O DIA divulga hoje com exclusividade, começou na tarde de sexta-feira e só terminou às 3h da madrugada.



O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.



Mulher de Bruno muda investigação

Nova versão tem semelhanças com os relatos dos primos de Bruno, Sérgio Rosa Salles e o menor J., 17 anos

Rio e Belo Horizonte - Uma semana atrás das grades foi o suficiente para Dayanne ceder à pressão da família para não proteger mais ninguém. Mãe de duas meninas, filhas do jogador, ela resolveu contar o que sabia, em depoimento à polícia na manhã de sexta-feira, em Belo Horizonte. A nova versão tem semelhanças com os relatos dos primos de Bruno, Sérgio Rosa Salles e o menor J., 17 anos. O depoimento traz nova data para a investigação: ela diz que viu Eliza no sítio em 10 de junho. A polícia passa, então, a investigar se o crime pode ter sido neste dia, e não na véspera, como acreditava até então.


Dayanne chorou bastante e desmentiu informações que dera na primeira vez. Na ocasião, ela mentira ao dizer que não se encontrou com a vítima e que chegara ao sítio dia 23. A jovem, enfim, admitiu ter encontrado a ex-amante de Bruno e disse que esse contato foi intermediado pelo atleta.

O novo depoimento foi acompanhado pelo promotor Gustavo Fantini. O primeiro encontro entre Eliza e Dayanne teria ocorrido dia 7, no sítio, quando a ex-amante do goleiro já estava machucada. A conversa seria sobre a compra de um apartamento para Eliza. Dayanne disse à polícia que voltou ao sítio dia 10 e que de novo encontrou a ex-amante. Dayanne estranhou a presença dela e Bruno teria passado a dizer que temia que Eliza o denunciasse por sequestro.

Dayanne foi a primeira do grupo a ser presa, dia 26 de junho, sob acusação de subtração de incapaz, por ter ficado com Bruninho | Foto: André Mourão / Agência O Dia

Primo isenta Dayanne do sumiço

Primo de Bruno, Sérgio Rosa Salles isenta Dayanne de participação ou conhecimento do crime. A mulher de Bruno, as filhas e a babá estavam na casa quando Macarrão saiu com Eliza, mas, assim como Sérgio, ela acreditava que a jovem e o bebê iriam para um novo apartamento em Belo Horizonte. No relato, Sérgio diz ter presenciado uma discussão de Bruno com Macarrão: “Você nunca mais vai me chamar de bundão. Depois dessa noite e você sabe por quê”, teria dito Macarrão, que fez ameaças a Sérgio.


Segundo Dayanne, na noite do dia 10, Eliza teria sido levada do sítio. As investigações mostram que o encontro com o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Neném ou Bola, aconteceu na Pampulha. Dali, seguiram para Vespasiano.

Foto: André Mourão / Agência O Dia
Bruno, de uniforme da penitenciária de Minas. Ele se negou a fazer exame de DNA | Foto: André Mourão / Agência O Dia

O livro de registro do sítio em Esmeraldas mostra que Macarrão e J. chegaram à casa de Bruno às 22h20 do dia 10, saindo uma hora depois em Palio prata. Bruno chega com o New Beetle praticamente no mesmo horário, às 22h15, mas sai 20 minutos depois. Neste período, a mala de Eliza teria sido queimada. O grupo se encontra em Ribeirão das Neves e parte para o Rio com o time 100% F.C, por volta das 23h.

As contradições

DATA DO ASSASSINATO

Em depoimento, os primos de Bruno, Sérgio Rosa Salles e o menor J., 17 anos, afirmam que Eliza foi estrangulada e morta em 9 de junho. A mulher do goleiro, Dayanne, prestou novo depoimento sexta-feira e diz que viu Eliza no sítio no dia seguinte, dia 10.

BRUNO NA CENA DO CRIME

Primeiro, Sérgio contou à polícia que Bruno também foi até a casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Neném ou Bola, e que teria visto parte das agressões a Eliza. No depoimento mais recente, ele voltou atrás e disse que o atleta ficou em Esmeraldas, tomando cerveja com ele. J. afirmou depois que Bruno não acompanhou a execução.

DESCRIÇÃO DO ASSASSINO

Neném é apontado pela polícia como o homem que estrangulou e esquartejou o corpo. De início, o menor J. disse à polícia que Eliza foi entregue a um homem negro, forte e careca, características diferentes do ex-policial civil. Depois, J. afirma que mentiu por medo.

A NAMORADA FERNANDA
Os primos de Bruno e Wemerson Marques, o Coxinha, viram Fernanda Castro em Minas. Ela teria cuidado do bebê, nos primeiros dias do sequestro de Eliza. Segundo Sérgio, a loura volta ao Rio com Macarrão na tarde do dia 8, para entregar a BMW que Bruno pegou emprestada numa concessionária.

CARRO USADO PARA LEVAR ELIZA
Sérgio relata que o EcoSport de Brun estava “preparado” no dia do crime. A entrada e a saída do veículo no dia 9 não constam nos registros de acesso, mas o carro foi filmado.

O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.


No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.

Reportagem: Leslie Leitão, Paula Sarapu e Vania Cunha




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