da Reportagem Local
No noite de sábado passada testemunhei uma experiência na favela de Heliópolis (a maior de São Paulo) que pode resultar numa espécie de vacina contra o alcoolismo e, talvez, abuso de drogas --o detalhamento está no www.catracalivre.com.br.
Era uma balada de funk e rap em que estava proibida a entrada de bebidas, cigarro e drogas. Ao final da festa, entre centenas de latinhas de refrigerantes, encontrou-se apenas uma de cerveja.
A balada faz parte de um projeto em que jovens são remunerados e treinados em comunicação (marketing, publicidade e jornalismo) para mostrar a outros da comunidade os perigos das substâncias psicoativas --o que se traduzir em consumo consciente. Parte da campanha é voltada aos donos de bares, para convencê-los a não vender bebidas para menores de 18 anos.
Para saber se a experiência funciona ou não, estão sendo realizadas pesquisas qualitativas. O fato é que ninguém melhor do que o jovem a conversar com outro jovem sobre questões de saúde. A aposta é que, se esse jovem tiver orientação e treinamento em comunicação, sua mensagem será efetiva.
A ideia é propagar esse projeto, batizado pelos jovens de "alconsciência", em outra comunidades populares do Brasil, a começar pelo Rio.
Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.