Duas Dilmas desfilaram por Brasília nesta sexta (14). Uma pela manhã. Outra diferente à tarde.
A Dilma Rousseff matinal, na primeira foto, levou o rosto a uma missa, vitrine inusual para uma ex-militante marxista.
Trazia os cabelos fartos. O contorno dos olhos e a pintura dos lábios, algo tortuosos, denunciava uma maquiagem de próprio punho, improvisada.
A Dilma Rousseff vespertina, na segunda foto, deu as caras num compromisso partidário, o Encontro Nacional de Negros e Negras do PT.
Em vez dos rigores da liturgia católica, uma atmosfera menos austera. Dilma viu-se cercada de militantes ligados a cultos africanos (veja foto no rodapé).
O cabelo era outro, podado e escovado com esmero. Olhos e lábios, agora bem delineados, delatavam: Dilma passara por mãos profissionais.
A presença de Dilma na quadra eleitoral de 2010 submete o eleitor a uma novidade.
Nunca antes na história desse país uma mulher chegara-se aos 30% numa sondagem presidencial.
Na briga pelos votos, a beleza é secundária, irrelevante. Interessa mais o conteúdo que a aparência.
A despeito disso, Dilma mexe-se em duas frentes. Numa, lapida o discurso em sessões de treinamento de marketing e mídia. Noutra, cultiva a vaidade.
Na homilia da continuidade, Dilma enfrenta a concorrência de José Serra. O tucano tenta provar-se mais Lula do que ela.
Na cosmética facial, Dilma faz vôo solo. Dias atrás, Serra disse que não cogita fazer um implante capilar.
Faltam-lhe, segundo reconheceu, disposição e, sobretudo, matéria-prima.