12 de março de 2010 •
Juliana Vennis prestou depoimento nesta sexta-feira
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
A Polícia Civil de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, ouviu no final da tarde desta sexta-feira, Juliana Vennis, a enteada do cartunista Glauco Villas Boas, 53 anos, morto na madrugada de hoje.
A versão de Juliana, que presenciou o crime, corrobora a hipótese de que o suspeito, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, queria levar Glauco, sua mulher e Juliana para a casa dele, em Pinheiros, para dizer à sua mãe que ele é Jesus Cristo.
Na saída do depoimento, Juliana não falou com a imprensa e seguiu para o velório do padrasto e do irmão. O teor do depoimento dela foi divulgado pelo cunhado de Glauco, que não quis ser identificado.
Sundfeld Nunes, 24 anos, que frequentava as cerimônias da Igreja Céu de Maria, realizadas na casa de Glauco, apareceu na casa após um período de oito meses de afastamento.
Após uma discussão, motivada pelas intenções do suspeito, o cartunista foi baleado, assim como Raoni foi momentos depois.
Segundo o delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, da Delegacia Seccional de Osasco, o suspeito era "problemático, não arrumava emprego".
Entenda o caso
O cartunista e seu filho, Raoni Villas Boas, 25 anos, foram mortos na madrugada de sexta-feira (12), com quatro tiros cada, na residência da família, em Osasco (SP). Os dois chegaram a ser levados para o Hospital Albert Sabin, mas não resistiram aos ferimentos.
Glauco começou sua trajetória como cartunista nos anos 70, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto (SP). Ele publicou suas tiras também na Folha de S.Paulo e na revista Chiclete com Banana. O cartunista é famoso por ter criado personagens como Geraldão, Casal Neuras, Doy Jorge, Dona Marta e Zé do Apocalipse.
Na casa de Glauco, eram realizados cultos da Igreja Céu de Maria, que segue a filosofia do Santo Daime, prática religiosa cristã, ecumênica, que repudia todas as formas de intolerância religiosa. Os seguidores tomam o chá conhecido por esse nome. Para eles, a bebida amplia a capacidade perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, elevando a consciência do ser humano.
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