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quarta-feira, 17 de março de 2010

Protesto por royalties reúne políticos do Rio e do Espírito Santo


Manifestantes saíram da Candelária em direção à Cinelândia.
Milhares de pessoas participam de ato sob chuva.

Patrícia Kappen e Tássia Thum Do G1, no Rio


Debaixo de chuva, milhares de pessoas estão reunidas na Cinelândia, no Centro do Rio, no ato público contra a emenda apresentada pelo deputado Ibsen Pinheiro, que altera as regras de distribuição dos royalties do petróleo.


O protesto reúne políticos do Rio e do Espírito Santo. O governador Sérgio Cabral caminhou ao lado do prefeito Eduardo Paes até o Teatro Municipal. Ele divide o palco com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o senador Magno Malta (PR-ES) e a prefeita de Campos, Rosinha Matheus.


A caminhada saiu da Candelária, por volta das 16h40 desta quarta-feira (17). Muitos artistas, como a bailarina Ana Botafogo e a atriz Carla Carmurati, presidente do Theatro Municipal, também participam da caminhada.

Manifestantes participam da manifestação no Rio embaixo de chuva (Foto: Tássia Thum)

Com faixas, cartazes e camisetas, os grupos enfatizavam os protestos, chamando a emenda de injustiça contra o Rio. Muitos manifestantes não se furtaram a fazer perfomances bem humoradas para chamar a atenção do evento.

Foi o caso do vendedor de livros, Alberto Tradesedo, 70 anos, e o taxista Emanuel Alves, 52, vestidos como se fossem “papa” para conceder uma benção ao Rio e fazer com que a emenda não seja aprovada pelo Senado e receba o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Emanuel, para reforçar seu pedido, ainda segurava um galho de arruda. “É para afastar o mau olhado e os políticos invejosos que criam emendas desfavoráveis para o Rio”, disse.

Foto: Celso Pupo/Foto Arena/AE

Manifestantes participam de caminhada no Centro do Rio contra a mudança na divisão dos royalties (Foto: Celso Pupo/Foto Arena/AE)

A manifestação reúne artistas, estudantes, trabalhadores e muitos políticos. O governador Sérgio Cabral vai participar do ato público em um palco montado na Cinelândia, ao fim da caminhada.

A secretária municipal de Cultura, Jandira Feghali, disse acreditar que o protesto pode ajudar a convencer os senadores a vetar as mudanças na partilha dos royalties. Já o deputado Roberto Dinamite considerou a emenda Ibsen “um absurdo, insensata e impensada”.

Vestido de papa, manifestante foi à caminhada para 'benzer' o Rio (Foto: Tássia Thum)

“O estado do Rio não pode ser o maior prejudicado. Queremos dividir, sim, mas não podemos ser o mais prejudicado”, disse.

Já o deputado Alessandro Molon, também presente na manifestação, afirmou que o ato deveria ter sido feito antes da apresentação da emenda. Agora, ele espera que a mobilização sirva para convencer os senadores.

“É importantíssimo esse ato de união entre governos, prefeitura, trabalhadores, donas de casa e estudantes”, disse Molon, que preferiu não entrar no cercado organizado para autoridades.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que, apesar de não ser do Rio, ele ama o estado: “A emenda é uma injustiça”.

Já a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, afirmou que o clube é a favor do pré-sal e do petróleo: “O Flamengo é um patrimônio do estado, assim como o petróleo”.

Caravanas chegaram no início da tarde

As caravanas começaram a chegar no Centro do Rio no início da tarde desta quarta-feira (17). Manifestantes de vários municípios chegaram para a manifestação, no Centro do Rio, contra as regras de distribuição de petróleo.

Só de Campos do Goytacazes, no Norte Fluminense do estado, vieram três ônibus, que saíram do município ainda de madrugada.

Nem mesmo a forte chuva desanimou os integrantes do grupo, que usavam camisetas, bandeiras e cartazes com os dizeres “Justiça para quem produz”.

“Vamos gritar muito porque nossa cidade é totalmente dependente dos royalties do petróleo. Não podemos nos transformar numa Serra Pelada”, disse Levir Nascimento, um dos organizadores da caravana que saiu de Campos.

Manifestantes chegaram em caravanas de Campos (Foto: Tássia Thum)

200 ônibus
Pelo menos 12 mil manifestantes de municípios vizinhos ao Rio chegaram ao Centro em mais de 200 ônibus.

A passeata seguirá pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde haverá um ato público. Um palco montado receberá artistas como Sandra de Sá, Alcione e escolas de samba. A banda do Cordão da Bola preta vai tocar durante o protesto.


Segundo a Guarda Municipal, o esquema de trânsito começou a ser implantado às 14h. Às 15h, a Avenida Rio Branco foi interditada ao tráfego de veículos no trecho entre a Rua Visconde de Inhaúma e a Avenida Presidente Wilson, assim como o entorno da Candelária e o acesso da Avenida Perimetral para a Avenida Presidente Vargas.

Segundo a CET-Rio, 280 agentes da Guarda Municipal e ainda 50 agentes de tráfego atuam no local.

Foto: Patrícia Kappen/G1

Taxistas do movimento Diárias nunca Mais fazem apitaço no Centro (Foto: Patrícia Kappen/G1)


Estimativa
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, espera um público de mais de 150 mil pessoas nesta tarde, mas a assessoria do governo não confirma o número.



Os políticos estão no palco montado na Cinelândia, onde vai terminar a grande caminhada contra a nova divisáo dos royalties do petróleo que prejudica o estado do Rio.

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