Os solventes quando inalados cronicamente podem levar a lesões da medula óssea, dos rins, do fígado e dos nervos periféricos que controlam os músculos. Por exemplo, verificou-se, em outros países, que em fábricas de sapatos ou oficinas de pintura os operários, com o tempo, acabavam por apresentar doenças renais e hepáticas. Em decorrência disso, nesses países passou a vigorar uma rigorosa legislação sobre as condições de ventilação dessas fábricas, e o Brasil também tem leis a respeito. Em alguns casos, principalmente quando existe no solvente uma impureza, o benzeno, mesmo em pequenas quantidades, pode levar à diminuição de produção de glóbulos brancos e vermelhos pelo organismo. Um dos solventes bastante usados nas colas é o n-hexano. Essa substância é muito tóxica para os nervos periféricos, produzindo degeneração progressiva, a ponto de causar transtornos no marchar (as pessoas acabam andando com dificuldade, o chamado "andar de pato"), podendo até chegar à paralisia. Há casos de usuários crônicos que, após alguns anos, só podiam se locomover em cadeira de rodas.
Henkel é a primeira companhia a mudar fórmula do produto no mercado brasileiro e a retirar completamente o solvente aromático de sua linha de produção.
A multinacional alemã Henkel anuncia o término, no Brasil, da produção de colas de contato que levem em sua fórmula o solvente toluol, ou tolueno. A nova versão de Cascola Tradicional desenvolvida com tecnologia exclusiva da Henkel, que começou a chegar ao mercado neste segundo semestre, contém um solvente não aromático que tem três vezes menos toxicidade que o toluol, e com mais eficiência na colagem.
O toluol, ou tolueno, é um solvente aromático derivado do petróleo presente em algumas colas, tiners e alguns agentes de limpeza, entre outros produtos. É a substância que caracteriza o que ficou popularmente conhecido como cola de sapateiro, a terceira droga lícita mais consumida no país, atrás apenas do álcool e do tabaco. O novo solvente utilizado pela Henkel em seus produtos, além de menos tóxico, não tem potencial de abuso e de desencadear a autoadministração.
Sulamérica Trânsito
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