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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gripe no Brasil








29.Ago.2009 | Apesar dos visíveis esforços do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o Brasil tem se revelado de uma incompetência sem tamanho no combate à pandemia do vírus influenza H1N1, que provoca a gripe suína. A sensação que existe é que a maioria das pessoas que escapa da doença deve a recuperação ao próprio sistema imunológico, já que grande parte daqueles que procuram os hospitais públicos com quadros agravados da gripe acaba morrendo em poucos dias. Além disso, ao criar apenas hospitais de referência para tratar os pacientes, o Ministério da Saúde acaba deixando as demais unidades hospitalares de mãos atadas diante da gripe suína. O sensato seria oferecer condições de tratamento e monitoramento da doença a todos os hospitais e, até mesmo, às unidades de saúde, mesmo porque esses postos estão mais próximos da população e poderiam prestar um atendimento imediato aos pacientes que apresentarem os primeiros sintomas da gripe. A situação é preocupante por inúmeros motivos, sobretudo pelo fato de o vírus ter chegado ao Brasil meses após ter se alastrado pelos Estados Unidos e, mesmo assim, já morreu mais gente aqui que na terra do Tio Sam.
Números divulgados pelo próprio Ministério da Saúde apontam que o vírus da gripe suína já matou 557 pessoas, número que pode ser infinitamente maior porque o governo não consegue realizar um exame sorológico com prazo menor de 30 dias. Outro agravante: o governo federal não consegue falar a mesma língua dos Estados e acaba anunciando balanços contraditórios como, por exemplo, acontece com o Rio de Janeiro, que até anteontem contabilizava 50 mortes, mas, pelos cálculos do Ministério da Saúde, seriam 55. Em São Paulo a diferença é ainda maior, com a Secretaria Estadual de Saúde trabalhando com 179 óbitos, enquanto o governo federal jurava que a gripe suína já havia matado 223 pessoas até a noite de anteontem. No Paraná ocorre o contrário, ou seja, a Secretaria Estadual aponta 170 mortes em virtude da gripe, mas o Ministério da Saúde afirma que foram 151 óbitos. Ora, como um governo que não consegue nem tabular suas vítimas, espera combater um vírus tão violento quanto o H1N1? Com a palavra, o Ministério da Saúde!
O governo sabe que está falhando no combate à gripe suína, tanto que acaba de enviar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória assegurando a liberação de crédito de R$ 2,1 bilhões para ações contra a doença. Falta explicar por que somente agora o Ministério da Saúde decidiu comprar 73 milhões de doses da vacina contra a gripe, além de mais 11 milhões de kits de tratamentos e 110 mil máscaras? Além disso, precisou morrer 557 pessoas para que o governo decidisse investir em novos equipamentos hospitalares, materiais e, principalmente, para aumentar o número de leitos de UTI exclusivamente para pacientes com a gripe suína, bem como capacitar profissionais e ampliar os turnos nas unidades de saúde. Ora, se tinha conhecimento da violência do Influenza A, por que o Ministério da Saúde não adotou essas medidas quando os primeiros casos da doença foram registrados no Brasil? Ademais, por que somente agora o governo federal decidiu liberar R$ 1,06 bilhão para compra das vacinas que serão distribuídas somente no primeiro semestre de 2010?
A sensação é que se as mortes tivessem ocorrido em Cuba, na Bolívia ou na Venezuela, o governo federal teria agido com muito mais rapidez para socorrer as vítimas da gripe suína, já que somente em setembro o Ministério da Saúde começará a liberar os R$ 483,6 milhões que serão usados para imunizar 36,5 milhões de pessoas contra o vírus H1N1. Outro sinal de omissão do governo é que só agora o Ministério da Saúde decidiu financiar pesquisas sobre o comportamento do vírus H1N1 no Brasil e, para isso, vai liberar R$ 5 milhões serão destinados a estudos sobre a efetividade do medicamento Tamiflu na redução dos sintomas e da gravidade da doença. O próprio ministro José Gomes Temporão afirma que outra pesquisa irá analisar as mutações genéticas do vírus, mas, detalhe, ambas só deverão ficar prontas no segundo semestre de 2010, quando, talvez, a gripe suína já tenha sofrido mutação ou, até mesmo, perdido a força. Infelizmente, essa é a prioridade que o governo federal dá à saúde da população.





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